Turismo em desaceleração. Hóspedes sobem pouco, dormidas caem
Apesar deste abrandamento, os proveitos totais dos estabelecimentos hoteleiros continuam a aumentar, o que significa que os turistas pagam cada vez mais para ficar em Portugal.
O turismo nacional está em forte desaceleração e prestes a fechar um ano sem bater recordes em todos os indicadores, o que já não acontece há vários anos. Entre janeiro e novembro do ano passado, o número de hóspedes voltou a aumentar, ainda que a um ritmo muito mais lento, enquanto o número de dormidas está a cair. Apesar deste abrandamento, os proveitos totais dos estabelecimentos hoteleiros continuam a aumentar, o que significa que os turistas pagam cada vez mais para ficar em Portugal.
Os dados foram divulgados, esta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que a hotelaria nacional recebeu um total de 19.827.500 hóspedes no acumulado de janeiro a novembro de 2018, o que representa uma subida de 1,6% face a igual período do ano anterior. Já o número de dormidas ascendeu a 54.795.100, uma quebra homóloga de 0,2%.
Um ano antes, o número de hóspedes aumentava perto de 9%, enquanto número de dormidas subia mais de 7%.
A manter-se esta tendência de desaceleração no mês de dezembro, o setor do turismo vai fechar o ano de 2018 sem bater recordes em todos os indicadores, o que já não acontece desde 2013. Para que o setor consiga ultrapassar o número de dormidas registadas em 2017, terá de ter registado mais de 2,8 milhões de dormidas em dezembro, um valor nunca conseguido nesse mês.
A acompanhar a queda das dormidas, também a taxa de ocupação está a diminuir. Entre janeiro e outubro, fixou-se em 52,8%, menos um ponto percentual do que era registado um ano antes. Já a estada média caiu 1,8% e está abaixo das três noites. Cada hóspede passa, em média, 2,76 noites nos estabelecimentos hoteleiros nacionais.
Ainda assim, os estabelecimentos hoteleiros continuam a faturar cada vez mais. Os proveitos totais ultrapassaram os 3,4 mil milhões de euros entre janeiro e novembro, mais 6% do que no ano anterior. Já o rendimento médio por quarto disponível está nos 54,5 euros, o que representa uma subida de 4,7%.
A impedir uma desaceleração ainda mais acentuada do turismo está o mercado interno, que continua a crescer. Mais de 7,6 milhões de hóspedes no período de janeiro a novembro eram residentes em Portugal, o que representa uma subida de 3,9%. Por outro lado, mais de 12,1 milhões eram residentes no estrangeiro, o equivalente a um aumento de apenas 0,2%. Quanto às dormidas, os residentes em Portugal foram responsáveis por 15,6 milhões do total de dormidas, mais 5,3% do que em 2017. Entre os residentes no estrangeiro, este indicador recuou 2,2%, para um total de 39,1 milhões de dormidas.
É sobretudo o mercado europeu que está a contribuir para esta desaceleração, já que o número de turistas vindos de mercados como o Brasil e os Estados Unidos continua a aumentar a ritmo acelerado. Numa altura em que o Brexit está a ser ultimado e, segundo os operadores do turismo, já tem impacto negativo sobre o setor nacional, o mercado britânico, o principal em Portugal, caiu mais de 6% entre janeiro e novembro. Já o alemão recuou mais de 4% e o holandês outros 6%.
Notícia atualizada pela última vez às 11h38 com mais informação.
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