Economia a travar, shutdown e recusa de Trump em negociar com a China afundam Wall Street
Apesar de ter sido desmentido pela Casa Branca, o relatório divulgado pelo FT que indica que a administração recusou negociações preliminares com a China levou a perdas superiores a 1% nas ações.
As notícias dos últimos dias já não eram positivas e pioraram esta terça-feira para as bolsas norte-americanas. Wall Street fechou a sessão em queda, tendo aprofundado as perdas depois de o Financial Times ter noticiado que a administração liderada por Donald Trump rejeitou a oferta da China para realizar encontros preliminares para debater as relações comerciais, numa altura em que os dois países se encontram numa trégua de 90 dias.
A sessão já tinha começado negativa devido à revisão em baixa das projeções económicas globais pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para 3,5% e 3,6% em 2019 e 2020, respetivamente. Estas foram divulgadas no mesmo dia em que foram conhecidos dados que indicam que a economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6%, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento desde 1990.
A par das preocupações com o travão na economia global e um possível ressurgimento da guerra comercial, os EUA continuam também a braços com a paralisação do Governo. Este é já o mais longo shutdown de sempre no país e não parece próximo de chegar ao fim.
“Há tanto em pano de fundo – comércio, shutdown do governo, temporada de resultados – que haverá grandes oscilações nos mercados com base nos dados mais recentes“, afirmou Paul Nolte, gestor de portefólio da Kingsview Asset Management, à agência Reuters. “[Os investidores] estão a ficar mais pessimistas e menos otimistas quanto às perspetivas”, acrescentou.
O índice industrial Dow Jones perdeu 1,21% para 24.407,19 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 recuou 1,41% para 2.633,10 pontos e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,91% para 7.020,36 pontos.
As tecnológicas estiveram entre as cotadas mais penalizadas, com as FAANG a fecharem todas no vermelho. O Facebook caiu 1,65%, a Apple 2,24%, a Amazon 3,77%, a Netflix 4,11% e a Alphabet (empresa-mãe da Google, que está a ser ainda mais castigada pela multa de 50 milhões de euros aplicada em França devido a desrespeito do Regulamento Geral de Proteção de Dados no país) 2,59%.
As bolsas norte-americanas estão também a reagir à época de resultados. Apesar quase 80% das empresas do S&P 500 que já prestaram contas ao mercado terem registado lucros acima do esperado, os outlooks para 2019 têm desapontado os investidores. Esta terça-feira, estiveram em destaque a Johnson & Johnson, cujas ações caíram 1,45% e a Stanley Black & Decker, que tombou mais de 15%.
No mercado cambial, a divisa norte-americana valorizou ligeiramente (0,05%) contra o euro, para 1,1359 dólares. A yield das Treasuries a 10 anos cedeu 4,15 pontos para 2,7427%.
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