Bruxelas vai travar fusão entre Siemens e Alstom
A Comissão Europeia deverá mostrar o cartão vermelho às empresas alemã e francesa, que têm a intenção de criar um gigante ferroviária europeu. Vestager receia impacto da fusão na concorrência.
A Comissão Europeia deverá bloquear a fusão de duas das maiores empresas de comboios do mundo, a Siemens e a Alstom, operação que criaria um gigante europeu na ferrovia da Europa.
A notícia está a ser avançada pelo Financial Times (acesso condicionado), que dá conta de que, mesmo depois de as duas empresas terem apresentado algumas concessões numa tentativa de conseguirem o aval de Bruxelas, a Comissária Europeia para a concorrência, Margrethe Vestager, não parece convencida.
Os planos revistos pelas empresas foram entregues na passada sexta-feira, numa tentativa de acalmarem os receios de Vestager quanto ao impacto desta fusão na concorrência.
Ainda assim, a comissária deverá preparar-se para recomendar um voto contra a fusão — decisão a anunciar até 18 de fevereiro. Apesar de a recomendação não ser vinculativa, visto que a votação dos 28 comissários poderá ir em sentido inverso, o Financial Times dá conta de que altos funcionários europeus terão dito que apenas um ou dois comissários estarão de acordo com a criação de um gigante europeu na indústria ferroviária.
A acontecer este bloqueio por parte da Comissão Europeia, trata-se de uma dura derrota para a França e a Alemanha que queriam ver o negócio fechado. Os respetivos governos concederam, aliás, apoio à fusão das empresas com a justificação de que podiam criar um gigante europeu capaz de enfrentar rivais estrangeiros, como o grupo chinês CRRC e os canadianos da Bombardier.
Ainda durante o fim de semana, o ministro das finanças francês, Bruno Le Maire, veio em defesa dos interesses das empresas ao dizer que nada podia justificar uma decisão que suspendesse a fusão. De Berlim, o ministro da economia alemão reafirmou também a vontade de querer ver concluído o processo.
Entretanto, de acordo com a Reuters [acesso condicionado] a Siemens já fez saber que, se a decisão de Bruxelas for no sentido negativo, a empresa vai respeitar. O presidente executivo, Joe Kaeser, garantiu que a empresa não ficará “chateada”, apesar de ter opções diferentes. Concluiu ainda que a Siemens “continuará a liderar a mobilidade como antes”.
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