Centeno sobre Portugal e Irlanda: “A crise é uma memória distante”
O Eurogrupo debateu esta segunda-feira a 9.ª avaliação pós-programa de ajuda externa a Portugal. No final da reunião, o presidente do grupo e ministro das Finanças português elogiou a recuperação.
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, elogiou a recuperação económica portuguesa, bem como a performance orçamental do país, no seguimento da última avaliação ao país pelos credores internacionais. O português, que é também ministro das Finanças de Portugal, acrescentou que as reformas em curso têm de continuar para manter o objetivo de redução da dívida pública.
“Discutimos hoje [segunda-feira], o acompanhamento pós-programa de dois Estados-membros: Irlanda e Portugal. Em ambos os países, a crise é uma memória distante“, disse Centeno, no comunicado emitido após o fim da reunião. O Eurogrupo foi informado pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu (BCE) sobre as conclusões das missões a Portugal e Irlanda, que tiveram lugar em novembro. O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) também apresentou as conclusões do sistema de alerta antecipado.
“Sobre Portugal, vemos um bom desempenho económico e orçamental. As reformas atuais têm de continuar a reduzir ainda mais a dívida pública e a aumentar o potencial de crescimento”, referiu o ministro. “Encorajamos a Irlanda a continuar empenhada em políticas sólidas que salvaguardem a economia irlandesa contra os riscos, incluindo o Brexit”, sublinhou, no mesmo dia em que o grupo de ministros decidiu apoiar a candidatura do atual governador do Banco da Irlanda para o lugar de economista-chefe do BCE.
Riscos para a economia são principalmente políticos
Apesar do tom otimistas, os ministros das Finanças da Zona Euro analisaram as projeções da Comissão Europeia para o crescimento económico do bloco e reconheceram que há um “cenário misto”. Na sua maioria, os líderes consideraram que “existe uma desaceleração no ritmo de crescimento”, mas também que “os fundamentos económicos continuam sólidos”, com o produto, o emprego e o investimento na Zona Euro a crescer.
Na semana passada, a Comissão Europeia cortou as previsões de crescimento para a Zona Euro e para Portugal. No conjunto dos países da moeda única, o PIB deverá crescer 1,9% em 2018, 1,3% em 2019 e 1,6% em 2020, segundo as Previsões de Inverno publicadas esta quinta-feira pelo executivo comunitário. Em novembro do ano passado, Bruxelas apontava para um crescimento de 2,1%, 1,9% e 1,7%, respetivamente em cada um dos anos.
Apesar disso, a economia nacional consegue aguentar-se na comparação. Nos três anos para os quais há previsões — entre 2018 e 2020 — o PIB português cresce mais do que o do conjunto dos países da moeda única, para onde seguem cerca de 75% das exportações nacionais. “Os riscos que penalizam o crescimento são principalmente políticos, o que requer ações tanto para os diminuir como para procurar as necessárias reformas tanto a nível nacional como europeu”, afirmou Centeno.
(Notícia atualizada às 18h30)
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