Gurría afastou Álvaro da conferência da OCDE depois da polémica sobre a corrupção
Foi só durante a fase de perguntas e respostas que o tema da corrupção foi falado. O secretário-geral explicou o processo de elaboração dos relatórios e a ausência de Álvaro Santos Pereira.
O tema foi evitado durante a conferência de imprensa de apresentação do Estado sobre a Economia portuguesa elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mas, no fim, o secretário-geral da instituição foi obrigado a explicar o que se passou e por que motivo Álvaro Santos Pereira, o economista da OCDE, não esteve presente na conferência de imprensa do relatório.
“A minha decisão de sugerir a Álvaro de não participar nesta reunião foi porque não desejava que esta conferência fosse sobre Álvaro em de vez de sobre Portugal”, disse Ángel Gurría, em resposta às questões dos jornalistas sobre o polémico capítulo que aborda a questão da corrupção e ausência do economista responsável pelos relatórios na cerimónia de apresentação.
O secretário-geral da OCDE explicou que os relatórios da instituição têm muito trabalho preliminar mas que este relatório apresentado hoje é o final. “O que desejamos é transmitir as nossas mensagens substantivas”, disse, acrescentando ainda que, durante a elaboração do relatório, o diálogo com os países pretende dar uma resposta à seguinte pergunta: o país “vê-se ao espelho?”. E é a partir daqui que surge o diálogo com as autoridades dos países.
Em janeiro, o Expresso noticiou que o Governo contestava o subcapítulo incluído no relatório sobre o papel da justiça na economia, onde era abordada a questão da corrupção e colocou o ex-ministro da Economia do Governo de Passos Coelho debaixo de fogo.
“Álvaro Santos Pereira continua a trabalhar com os países” de uma forma normal, disse Ángel Gurría. O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhou também o facto de a polémica ter surgido no âmbito de um “relatório preliminar”. “O processo [de elaboração dos relatórios] não é muito sexy”, desvalorizou Gurría.
O relatório final não refere casos específicos e em matéria de combate à corrupção adota recomendações para que o Governo continue o trabalho já feito. Em matéria de diagnóstico fala, porém, da ausência de indicadores que permitam medir a corrupção, referindo por isso uma perceção sobre o fenómeno.
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