Grupo DIA decide na quarta-feira estratégia para se salvar da falência
A cadeia espanhola de supermercados DIA tem marcada, em quarta-feira, uma assembleia-geral na qual irá ser discutida a estratégia assumida para salvar a empresa da falência técnica.
A assembleia-geral da cadeia espanhola de supermercados DIA tem na quarta-feira, em Madrid, uma reunião decisiva sobre a estratégia que deve assumir para salvar a empresa da situação de falência técnica que se encontra desde dezembro passado.
O grupo de distribuição alimentar, que em Portugal tem a marca Minipreço, irá pronunciar-se sobre se opta por uma proposta do Conselho de Administração ou por um projeto do multimilionário russo Mikhail Fridman, que emitiu uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa.
Os atuais gestores do DIA vão submeter a votação uma “operação-acordeão”, que se traduz numa redução de capital inicial para, posteriormente, proceder ao aumento de capital de 600 milhões de euros.
A empresa anunciou esta terça-feira, em Madrid, que chegou a acordo com a banca sobre a extensão do crédito sindicado de 912 milhões, uma medida que está condicionada à eventual aprovação na quarta-feira do aumento de 600 milhões de euros proposto pelo Conselho de Administração.
Por seu lado, Mikhail Fridman – que, através da empresa LetterOne, detém 29% da empresa – propõe uma recapitalização de 500 milhões de euros, condicionada ao êxito da OPA e a um acordo com a banca credora para alargar os prazos de vencimento da dívida do grupo. As duas partes têm trocado acusações nas últimas semanas, numa tentativa para convencer a maioria dos acionistas que são chamados a votar sobre a estratégia futura do grupo.
Do lado do capitalista russo advertem que as condições acordadas pelo Conselho de Administração com o banco de investimentos Morgan Stanley para assegurar o aumento de capitais podem colocar toda a operação em risco.
Por seu lado, a administração da cadeia de supermercados chama a atenção para a possibilidade de o projeto da LetterOne poder levar a que a empresa caia nas mãos dos credores.
No conflito também participam vários grupos de acionistas minoritários, com participações de menos de 6%, entre os quais está o investidor português Luís Amaral, que, com uma posição de 2%, já manifestou publicamente o apoio à atual administração do DIA.
Luís Amaral, que controla a polaca Eurocash e que detém a posição no grupo Dia através da empresa Western Gate, defendeu, em comunicado, na semana passada, que o plano da administração “oferece mais valor aos acionistas a curto, médio e largo prazo” do que a OPA lançada pela LetterOne.
Segundo o português, “este acionista aproveitou a confusão derivada de importantes perdas por deterioração e efeitos cambiais em 2018 para lançar uma OPA voluntária sobre o DIA a um preço reduzido (…) que não reflete o valor da empresa”.
A situação na empresa também afeta os seus trabalhadores, sobretudo em Espanha, onde já foi apresentado um procedimento especial para obter autorização para suspender ou despedir trabalhadores, que abrange mais de duas mil pessoas e que já está a ser negociado com os sindicatos.
As dificuldades do grupo começaram em meados de outubro do ano passado, quando este reduziu as previsões de crescimento para 2018 e fez “ajustes” nas suas contas de 2017, devido à deteção de “irregularidades” não corrigidas, que foram muito penalizadas pelo mercado e resultaram na queda da sua cotação em bolsa.
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