Alfredo Cuevas: “Portugal está em melhor forma para enfrentar” travão europeu
Chefe de missão do FMI em Portugal considera que economia portuguesa está hoje mais "resistente". Ainda assim, Cuevas lembrou legado e exposição à Europa, que deixam país mais exposto a travão.
Alfredo Cuevas, chefe da missão do chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, considera que a economia portuguesa fez um longo caminho desde a crise da dívida e está hoje em “melhor forma” para lidar com o abrandamento económico na Europa.
“Quando pensamos nas mudanças que tiveram lugar, por exemplo, nas finanças públicas, nos bancos, elas estão longe de estar completas mas (…) Portugal está em melhor forma para enfrentar [o abrandamento económico] do que estava há alguns anos“, referiu Alfredo Cuevas esta segunda-feira, durante a conferência “Portugal: reforma e crescimento dentro da Zona Euro”, organizada pelo Banco de Portugal e FMI.
"Quando pensamos nas mudanças que tiveram lugar, por exemplo, nas finanças públicas, nos bancos, elas estão longe de estar completas mas (…) Portugal está em melhor forma para enfrentar [o abrandamento económico] do que estava há alguns anos.”
Cuevas sublinhou que a capacidade de Portugal de sair incólume de um travão económico na região também vai depender do desempenho dos seus principais parceiros comerciais, como Espanha. Grande parte das vendas portuguesas ao exterior têm como destino os outros membros da União Europeia, notou o responsável da missão do FMI no país.
Por outro lado, também lembrou o legado da crise, como a elevada dívida pública e privada e o malparado na banca, que são problemas que “precisa de tempo para ser resolvidos”.
“A exposição a esses riscos está lá, mas a economia está mais resiliente agora”, frisou.
Alfredo Cuevas disse, de resto, que não se pode esquecer a forma como “o contexto europeu” ajudou Portugal a sair da crise. Destacou o aumento das exportações durante o período do programa de ajustamento e ainda a importante atuação do Banco Central Europeu (BCE), que com a sua política monetária ajudou a conter o risco português no mercado de dívida. “Tem sido um ambiente positivo”, disse o responsável mexicano.
O Governo português prevê um crescimento económico acima de 2% este ano, mas é na Zona Euro onde o travão mais assusta. Na última reunião, o BCE reviu em baixa as perspetivas de crescimento na região da moeda única de 1,7% para 1,1%.
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