Andrew Tuck, editor da Monocle: “Não criámos uma revista, criámos uma marca”
Andrew Tuck, editor da Monocle foi um dos convidados do Seminário INOVDESIGN 2019 que decorreu na Fundação de Serralves.
A Monocle é mais que uma revista. Descrita como uma “reunião entre a Foreign Policy e a Vanity Fair”, é hoje também uma estação de rádio, um website, uma marca de acessórios, tem cafés e lojas, organiza conferências e segue uma contracorrente do digital.
Fundada por Tyler Brûlé, tem desde o primeiro dia contado com a edição de Andrew Tuck, que na passagem pelo Porto e em entrevista ao #ecoolhunter, explicou como a marca de media se tornou num “ícone” do lifestyle internacional.
“Desde o primeiro momento pensámos que somos uma marca e pensámos naquilo que queríamos ser enquanto marca. E ser uma marca significa “don’t go with the flow”, foi assim que pensámos há 12 anos quando se anunciava que o futuro seria digital e que as revistas iriam desaparecer”, começou por dizer Andrew Tuck aos presentes no seminário INOVDESIGN 2019, explicando como o processo teve início com um logo, com “testar impressões, sentir o cheiro do papel”.
“New or old Media?” são questões que já não fazem sentido para o editor, assumindo o projeto como uma marca de media contemporânea, que tem a revista no centro de toda a operação.
“Deep connections” é o que procuram manter com uma comunidade com quem criam relações diárias através de uma newsletter, mensais por via da revista, anuais com a publicação de livros, ou até nos eventos que organizam, cerca de 60 por ano. “As pessoas querem relacionar-se”, reforça.
Se são uma Love Brand? “Há pessoas apaixonadas pelo que fazemos, algumas desde o primeiro dia”, diz, revelando que o segredo para uma boa história está naquilo a que chama de “Sydney beach test”.
Portugal e a Monocle têm uma relação antiga, que parece estar para continuar. Assim como o ADN Europeu mas também global da marca, tendo Andrew Tuck, durante a intervenção em Serralves, passado pela B Word – de Brexit, que, em clima de incerteza, já obrigou a mudanças na Monocle, como nos conta em entrevista.
Os tempos são de “changed and adapted” diz, e quanto ao futuro “well, there will always be surprises”, enquanto negócio e empresa de media, acrescentou o editor no final da sua intervenção em Serralves. Na entrevista revela alguns dos próximos projetos da Monocle.
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