Luís Amado: EDP tem “um peso excessivo em Portugal, na economia portuguesa”
Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP considera que a elétrica tem um peso excessivo na economia portuguesa, pelo que é "provável" que venha a reduzir a sua presença.
A EDP poderá reduzir a sua dimensão em Portugal, mas o presidente do Conselho Geral e de Supervisão garante que a sede da elétrica nunca irá sair do país. Luís Amado diz, em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios que esse compromisso foi assumido pela China Three Gorges e é “irrecusável”.
Luís Amado considera, com base no que ficou definido no plano estratégico já aprovado e pelo potencial de crescimento mundial da empresa, que é “provável” que a EDP venha a reduzir a sua presença em Portugal. A favor dessa nova orientação está o facto de a EDP ter um “peso excessivo em Portugal, na economia portuguesa”, sendo que nalgumas áreas a sua quota de mercado chega aos 70%.
O ex-ministro dos negócios estrangeiros, admite que isso “é percebido como inibidor de um quadro mais competitivo e concorrencial”, mais favorável ao consumidor e por isso, a EDP prevê reduzir a sua dimensão em Portugal e aumentar noutros mercados com potencial de crescimento.
Com a Assembleia Geral agendada para dentro de 10 dias, e uma OPA da CTG a pairar sobre os destinos da elétrica, o presidente do CGS da EDP considera que, independentemente do que possa vir a acontecer, a estratégia e o desafio da EDP, de se reestruturar e reorganizar para preservar o essencial dos ativos, não será posta em causa: “Não percebo nada de muito relevante que possa pôr em causa esta orientação estratégica de reorganização e reestruturação que está em curso.”
Recusando pronunciar-se sobre a OPA, Luís Amado acredita que quer o Governo português, quer o executivo chinês “estão atentos” ao desenrolar da situação. Quanto às pretensões do fundo Elliot, não acredita que a entrada do mesmo possa provocar alterações significativas na EDP, desde que “a massa critica que está representada no Conselho e que tem mantido estabilidade, se mantenha”.
O presidente do CGS da EDP recorda que a estratégia destes fundos passa por permanecer nas empresas por períodos mais ou menos curtos, de dois ou três anos, já que o objetivo é maximizar o investimento. Esse será, também, o tempo necessário para a EDP fazer a “transição para um ciclo de nova estabilidade”. Quanto à possibilidade do Elliot fazer parte no Conselho Geral, Luís Amado não conhece nenhum pedido nesse sentido mas lembra que isso depende da reunião magna de acionistas marcada para 24 de abril.
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