“Nem hoje nem amanhã a situação ficará normalizada.” Apetro contradiz promessa do sindicato
Os especialistas do setor acreditam que o abastecimento dos combustíveis deverá voltar totalmente ao normal até ao início da próxima semana, embora hoje já se comecem a sentir melhorias.
Ao fim de três dias, a greve dos motoristas de materiais perigosos terminou, e o ministro das Infraestruturas afirmou que a situação ficará normalizada, embora não seja um processo imediato. Para os especialistas do setor, esta normalização poderá levar até cinco dias, uma vez que é um processo que depende das atitudes das pessoas mas, principalmente, das petrolíferas e empresas de transporte. Uma opinião que lança dúvidas sobre a promessa do sindicato responsável pela greve de normalização do abastecimento em dois dias.
“A situação deverá ficar totalmente normalizada em quatro ou cinco dias, mas é óbvio que a partir de hoje já vamos começar a recuperar o normal abastecimento, não só dos postos de combustíveis como de todos os clientes que necessitam”, explica ao ECO António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro).
A prioridade serão as “situações de maior carência”, disse, nomeadamente as das autarquias que reduziram a recolha de lixo ou as das empresas de transporte que reduziram certas carreiras. “E todas as outras situações de que não se falam, mas que existem. Todas essas situações mais urgentes, sendo que muitas delas não são de conhecimento público, serão, com certeza, prioridade no sentido de poderem voltar à sua normalização”.
“A partir de hoje [quinta-feira] há melhorias, mas nem hoje nem amanhã a situação ficará normalizada“, sublinhou, acrescentando que “se houver trabalho ao longo deste fim de semana, se os transportadores e motoristas estiverem disponíveis para fazerem esse esforço, admitimos que, efetivamente, ficar normalizada até ao início da próxima semana”.
Do lado da Repsol, a petrolífera espanhola diz não saber exatamente quando é que a situação voltará a ficar normalizada mas, numa situação normal, seria entre dois a cinco dias. “Mas este é um período especial porque entramos na Páscoa, os consumos e os serviços não são normais e, por isso, não são dias de trabalho normais. Depende do comportamento das pessoas, por isso não sabemos”, disse ao ECO fonte oficial da Repsol.
Já da parte da BP, que esteve em reuniões sobre o assunto esta manhã, fonte oficial da multinacional britânica diz não ser possível adiantar uma “data exata, porque essa é uma operação que tem alguma complexidade“. “Estamos a trabalhar para que [essa normalização] seja feita com a maior brevidade possível nos próximos dias, mas não é uma coisa que depende só de nós”, continuou, explicando que existe uma “articulação com a estrutura de transportes e a disponibilidade de carregamentos”.
Apesar destes prazos, que podem chegar aos cinco dias, o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) estima que o abastecimento de combustível a nível nacional fique normalizado dentro de dois dias.
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