CEO da Kraft Heinz: “Cada dia sou mais português”
Em entrevista ao Observador e à Reuters, o português escolhido para liderar a empresa a partir de julho afirmou que o crescimento orgânico da empresa é o principal foco e falou da ligação a Portugal.
Fusões e aquisições ou corte de custos estarão nos planos do próximo CEO da Kraft Heinz, mas o principal objetivo é impulsionar o crescimento da empresa. Em entrevista ao Observador (acesso livre) e à Reuters (link indisponível), o português Miguel Patrício — que foi esta segunda-feira escolhido para liderar a empresa a partir de julho — explicou as mudanças que antevê na estratégia de uma das maiores empresas no setor da alimentação e falou das ligações a Portugal.
“Cada dia sou mais fã de Portugal, eu amo o país, adoro a evolução que tem tido, um país que está na moda. Lisboa cada vez mais bonita. Cada dia sou mais português. Amo a música portuguesa, adoro perceves, acompanho o Benfica todos os dias, sou fã do João Félix que acho que é um jogador incrível, o melhor jogador do mundo”, afirmou o gestor, que fez toda a sua carreira no estrangeiro, ao Observador.
Há cerca de duas décadas na InBev, uma gigante das cervejas, Miguel Patrício era, desde 2012, o responsável máximo pelo marketing de todo o grupo, que junta marcas como a Budweiser, a Corona Extra ou a Beck’s. Agora, o executivo com pais portugueses vai saltar para o grupo bem conhecido pelas suas embalagens de molhos.
Patrício deverá ocupar o cargo de CEO da Kraft Heinz a partir do dia 1 de julho, substituindo Bernardo Hees, o atual CEO do grupo. Hees assumiu, em julho de 2013, a liderança da Kraft Heinz, tendo sido, antes, presidente da rede de fast food internacional Burger King. “O grande desafio que temos pela frente é crescer o top line, fazer crescer a faturação e o lucro também”, acrescentou ao Observador.
A mesma linha de pensamento foi deixada explicita em entrevista à Reuters. “Penso que a obsessão pela eficiência deve ser muito maior que a obsessão pelo corte de custos”, afirmou Miguel Patrício, à agência. “O corte de custos deve ser uma prioridade de qualquer empresa. No entanto, não se podem cortar custos todos os anos”.
O executivo português definiu como prioridade uma mudança de estratégia focada no crescimento para dar a volta aos prejuízos de 10,3 mil milhões de dólares (equivalente a 9,1 mil milhões de euros) que o grupo registou em 2018. A Kraft Heinz está avaliada em 63 mil milhões euros, mas, desde o início do ano, que tem vindo a perder cotação em bolsa. Para fazer face aos problemas financeiros, a empresa tem levado a cabo um programa intensivo de cortes de custos, mas tem também mostrado interesse em aquisições.
Miguel Patrício não exclui a hipótese de serem realizadas fusões aquisições, mas explicou à Reuters que não é essa a prioridade. “Neste momento, o meu principal foco é a parte orgânica. Penso que podemos — e que precisamos — de ter crescimento orgânico e vou usar a maior parte do meu tempo nisso”, acrescentou.
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