UE quer aumentar produção de baterias elétricas e Portugal pode ter papel central
A União Europeia que acelerar os projetos de produção de baterias elétricas para reforçar a sua autonomia face a países terceiros.
A Comissão Europeia e os Estados-membros representados no terceiro encontro ministerial da Aliança Europeia para as Baterias, esta terça-feira em Bruxelas, comprometeram-se a acelerar os projetos transnacionais estratégicos de produção de baterias.
No final da reunião, o vice-presidente responsável pela União Energética, Maroš Šefčovič confirmou a vontade dos participantes de darem prioridade à estratégia para a produção de baterias. “Todos concordámos que temos que temos que acelerar o nosso trabalho”.
As baterias que podem ser utilizadas em veículos, em maquinaria e na indústria são consideradas um elemento central na eletrificação e descarbonização da economia europeia. A Europa está hoje altamente dependente de baterias produzidas em outras partes do mundo, sobretudo dos fornecedores asiáticos. A UE quer reforçar a sua autonomia e tornar-se liderante. Bruxelas acredita que o bloco comunitário poderá criar entre 4 a 5 milhões de postos de trabalho se a UE for líder mundial.
O vice-presidente da Comissão salientou a importância da constituição de consórcios transnacionais nesta área — seis já estão formados. Da estratégia europeia fazem parte os designados projetos importantes de interesse comum europeu (IPCEI) que podem ser apoiados se envolverem vários Estados-membros e gerarem ganhos para a UE.
No encontro, os Estados-membros comprometeram-se a notificar os primeiros IPCEI ainda este semestre para que possam ser alvo de uma decisão antes do final do mandato do atual executivo comunitário, em outubro.
Portugal pode desempenhar um papel ativo
Portugal pode dar um contributo importante para a estratégia europeia de desenvolvimento da produção de baterias. “Para além da capacidade de investigação e da engenharia portuguesa muito avançada nestas matérias, Portugal é o maior produtor europeu de lítio, que é um dos materiais importantes para o fabrico de baterias, particularmente para os automóveis elétricos”, afirmou o ministro da Economia Pedro Siza Vieira.
O objetivo do governo é que o país tenha capacidade de extração mas também de criar condições para a refinação e processamento de lítio para ser utilizado na produção de baterias. “Como grande produtor e com reservas ainda por explorar, procurará assegurar que, além de usarmos melhor as nossas reservas de lítio, somos capazes de ter na Europa, de preferência em Portugal, capacidade de refinação e processamento de derivados de lítio que possam ser usados diretamente na produção de baterias”, afirmou o ministro aos jornalistas ainda antes do encontro.
Siza Vieira disse que o governo vai lançar até ao final do ano concursos de prospeção e pesquisa para oito reservas de lítio, além das que já estão a ser exploradas.
Sobre as preocupações de algumas populações em relação a novas prospeções, o ministro sublinhou a necessidade de assegurar que “a extração destes minerais, a sua refinação e o seu processamento sejam sempre efetuados pelo maior respeito pelos constrangimentos ambientais e sociais que a Europa exige”. “Todas estas concessões terão de respeitar escrupulosamente as regras de impacte ambiental e as medidas de minimização e mitigação que venham a ser aprovadas”.
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