Lucros da Caixa disparam 85% para 126,1 milhões. Venda de imóvel na Rua do Ouro ajuda
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) lucrou 126,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
O resultado líquido da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ascendeu a 126,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que significa um crescimento de 85% face ao mesmo período do ano passado (68 milhões de euros). Este resultado equivale a uma rendibilidade dos capitais próprios (ROE) de 6,6%.
“No primeiro trimestre de 2019 a margem financeira estrita atingiu 283,4 milhões de euros, uma variação de -8,0 milhões de euros (-2,8%) face ao ano anterior, dada a conjuntura de taxas de juro e o seu impacto na carteira de crédito e de ativos financeiros”, refere a CGD, em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Por sua vez, os resultados em operações financeiras foram positivos e atingiram nos três primeiros meses do ano 13,8 milhões de euros, montante 13,4 milhões de euros aquém do valor observado no trimestre homólogo do ano anterior, tendo este comportamento menos favorável sido condicionado pela evolução dos derivados de cobertura de taxa de juro, dada a evolução das taxas de longo prazo”.
Venda de imóvel na Rua do Ouro ajuda resultado em 36 milhões
A contribuir para esta subida do resultado líquido esteve ainda a venda do edifício na Rua do Ouro, um quarteirão emblemático na Baixa de Lisboa, próximo do Terreiro do Paço. “Finalmente destaque para o crescimento dos outros resultados de exploração, positivamente impactados pela mais-valia obtida na venda de ativos imobiliários (valor bruto de 50 milhões de euros e impacto de 36 milhões de euros no resultado líquido)“, refere o banco público.
No relatório e contas publicado terça-feira, no site da CMVM, o banco relevou que a venda do edifício já foi concretizada em março deste ano. O imóvel, diz o Expresso, ocupa um quarteirão inteiro, com uma área de 13.810 metros quadrados distribuídos por sete pisos, dos quais dois são em cave e um são águas furtadas, sendo que, em média, cada piso acima do solo tem cerca de 2.000 metros quadrados.
Mas se a venda do imóvel teve um impacto positivo nos resultados líquidos, os custos regulatórios (incluindo contribuição especial sobre o setor bancário) tiveram um impacto negativo de 60 milhões no resultado líquido.
Sem estes efeitos não recorrentes, explica o banco, “o resultado do período (recorrente) seria de 149 milhões de euros, superior ao reportado”.
Comissões puxam pelo produto bancário
Nos primeiros três meses do ano, o produto bancário gerado pela CGD bateu os 455,9 milhões de euros, o equivalente a um aumento de 18,7 milhões de euros face ao primeiro trimestre do ano passado. Este crescimento deveu-se, por um lado, aos “resultados de serviços e comissões que totalizaram 120,2 milhões de euros, um crescimento de 5,5 milhões de euros (+4,8%) face a março de 2018” e, por outro, à “evolução dos custos de estrutura, que atingiram 277,7 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, reduzindo-se em 15,5 milhões de euros (-5,3%) face ao primeiro trimestre de 2018”, refere a instituição no comunicado.
Ainda no mesmo período, foram contabilizadas nas contas da atividade consolidada “imparidades para crédito, líquidas de recuperações, no valor de 8,5 milhões de euros”.
A carteira de crédito a clientes totalizou 50.905 milhões de euros em termos líquidos, o equivalente a uma redução de 4,6% face ao final de março do ano passado, lê-se no mesmo documento. Os depósitos de clientes aumentaram 3.317 milhões de euros (+5,4%) quando comparados com o mesmo período do ano passado, uma “evolução essencialmente justificada pela captação da CGD Portugal”.
No mesmo período, o montante de crédito malparado (NPL) reduziu-se em 2,4 mil milhões de euros “onde, para além das vendas de carteiras, se assistiu a uma evolução positiva nas componentes de curas e recuperações”. O rácio de NPL atingiu os 7,8% no final do primeiro trimestre.
Os recursos obtidos junto do Banco Central Europeu (BCE) no final de março deste ano totalizaram 546 milhões de euros, mais 75 milhões do que em dezembro do ano passado.
No ano passado, o banco público registou um lucro de 496 milhões de euros, tendo optado por entregar ao Estado 200 milhões de euros sob a forma de dividendos.
(Notícia atualizada às 17h45 com mais informação)
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