Fórum para Competitividade prevê desaceleração económica no 1.º trimestre
Na nota de conjuntura divulgada esta sexta-feira, da responsabilidade de Pedro Braz Teixeira, é considerado que a perspetiva do Governo de crescimento de 1,9% este ano é “excessivamente otimista”.
O Fórum para a Competitividade estima que a economia desacelerou no primeiro trimestre e considera que o Governo apresentou um Programa de Estabilidade otimista porque era a forma de justificar despesas assumidas como com funcionários públicos. Na nota de conjuntura divulgada esta sexta-feira, da responsabilidade de Pedro Braz Teixeira, é considerado que a perspetiva do Governo de crescimento de 1,9% este ano é “excessivamente otimista”.
O documento argumenta que a “ideia de manutenção de crescimento em 2020 e aceleração nos anos seguintes [é] totalmente contrária ao que todas as instituições preveem”, uma vez que a descida da taxa de desemprego prevista “não é credível”, assim como são “totalmente irrealistas” as previsões de aumento da produtividade.
“A questão que se coloca é: porque é que o governo sentiu a necessidade de exagerar tanto no cenário macroeconómico, se as exigências de consolidação orçamental já eram limitadas? A resposta inevitável é: porque era a única forma de apresentar receita fiscal para financiar todas as responsabilidades futuras de despesa que o Governo já prometeu, sobre as carreiras dos funcionários públicos, entre outros”, lê-se na informação divulgada.
Sobre a evolução da economia do primeiro trimestre, o Fórum para a Competitividade estima que o Produto Interno Bruto (PIB) terá ficado “entre 1,4% e 1,6%”, em termos homólogos, abaixo do último trimestre de 2019. Já em termos trimestrais, o crescimento é estimado entre 0,2% e 0,4%.
“Se, no primeiro trimestre de 2019, a produtividade continuar a apresentar valores negativos ou positivos, mas muito baixos, isso dará um forte golpe na credibilidade do Programa de Estabilidade”, refere o Fórum para a Competitividade.
O Fórum para a Competitividade considera que quando sair a informação oficial do PIB no primeiro trimestre “vai ser especialmente importante ver a decomposição do PIB do lado da oferta, entre crescimento do emprego e da produtividade”, considerando que, se esta “continuar a apresentar valores negativos ou positivos, mas muito baixos, isso irá dar um forte golpe na credibilidade do Programa de Estabilidade, cujo cenário macroeconómico depende – crucialmente – de um salto (improvável) da produtividade para crescimentos da ordem dos 1,3%”.
Para o Fórum para a Competitividade, o “Programa de Estabilidade baseia-se num cenário macroeconómico que não é credível, pelo que as metas orçamentais também não o são”.
O Fórum diz ainda que um aumento do PIB que fosse feito com base no aumento da produtividade teria “um triplo impacto sobre os salários”, sendo um desses a “possibilidade de baixar impostos e aumentar os salários líquidos mais do que os salários brutos”. Metade dos trabalhadores assalariados recebe líquidos cerca de 780 euros mensais ou menos e 80% ganham menos de 1.200 euros líquidos. Salários superiores a 2.500 euros só recebem menos de 2% dos trabalhadores assalariados, indica.
A análise diz ainda que “está a aumentar significativamente” o risco de o país deixar de ter saldos externos positivos, depois de nos dois primeiros meses do ano o défice externo mais do que ter duplicado de 498 para 1.181 milhões de euros. O Fórum para a Competitividade é uma associação que tem como associados empresas e ainda sócios individuais, sendo liderado por Pedro Ferraz da Costa.
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