Gigante australiano desiste de prospeção de lítio no Fojo

Uma das maiores produtoras de ferro mundiais desiste de explorar área do Fojo, de 75 km2. Elizabeth Gaines, CEO da Fortescue, diz ao ECO que decisão resultou de "análise mais aprofundada".

A Fortescue, quarta maior produtora de ferro a nível mundial, solicitou a desistência do pedido de prospeção e pesquisa de lítio na área do Fojo, apurou o ECO. A intenção da empresa australiana foi comunicada à direção-geral de Energia e Geologia no final de abril, não sendo avançadas as razões para a decisão.

A empresa australiana apresentou no último mês e meio vários pedidos de autorização para a prospeção e pesquisa de mais de 1 100 km2 de área, tendo identificado uma série de zonas no país de elevado potencial. Entre estes encontrava-se o pedido de prospeção de 74,7 km 2 nos concelhos de Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez, denominados de “Fojo”, dos quais a empresa acabou agora por desistir.

Segundo avançou Elizabeth Gaines, CEO da Fortescue Metals Group, em declarações ao ECO, a empresa “submeteu um conjunto de pedidos de prospeção e pesquisa em Portugal”, mantendo uma atenção constante à evolução dos pedidos, “incluindo a participação no processo de consulta pública”. “Na sequência de uma análise mais aprofundada, avançámos com uma revisão das áreas requeridas e alterámos uma série de pedidos de acordo com essa análise”, esclareceu.

Além do pedido do “Fojo”, a Fortescue tem outros cinco pedidos publicados em Diário da República, que, segundo um apanhado feito pelo “Público“, visam áreas denominadas como “Cruto” (99,1 km 2, nos concelhos de Braga, Barcelos e Vila Verde), “Viso” (133,3 km2, em Vieira do Minho, Montalegre, Cabeceiras de Bastos, Fafe); “Calvo” (375,2 km2, em Almeida, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo), “Crespo” (189,6 km2, em Idanha-a-Nova) e “Nave” (308,5 km2, em Guarda, Almeida e Sabugal).

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Além destes, o grupo australiano já tem outros pedidos em curso junto da Direção-geral de Energia e Geologia para a exploração de lítio noutras áreas de Portugal, estimando-se no início de abril que iria apresentar pelo menos 22 pedidos de autorização para prospeção e pesquisa de lítio no país.

Portugal encontra-se entre os países com maiores reservas de lítio do mundo, tendo estas dimensão suficiente para viabilizar economicamente a exploração comercial.

A procura mundial pelo lítio — usado na produção de baterias para automóveis, mas também em placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos –, está a aumentar, razão pela qual o lítio é hoje uma das matérias-primas a que se associa um maior potencial exploratório, algo que o governo procura aproveitar, tendo anunciado recentemente que se encontra a preparar o lançamento de oito novos concursos para a exploração de lítio no país.

(Peça atualizada às 13h15, com declarações de Elizabeth Gaines, Chief Executive Officer da Fortescue Metals Group)

(Correção: Inicialmente escrevemos que a Fortescue desistiu da prospeção de lítio em Portugal, mas o pedido de desistência visa apenas a área denominada de Fojo)

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