Montepio quer voltar à bolsa ainda este ano. Vai criar instrumento para financiar PME
Chairman Carlos Tavares pretende constituir pelo menos uma sociedade de investimento para o fomento da economia. Regresso à bolsa poderá acontecer dois anos após a saída das unidades de participação.
O Montepio poderá voltar à bolsa de Lisboa ainda este ano. No âmbito do novo Banco Empresas Montepio, o chairman Carlos Tavares explicou que pretende criar, pelo menos, uma Sociedade de Investimento Mobiliário para o Fomento da Economia (SIMFE) ainda este ano, para dar a pequenas e médias empresas (PME) acesso ao mercado de capitais.
“As empresas não se podem financiar somente com mais dívida. Viu-se as consequências disso na crise financeira, em que muitas empresas eram viáveis e deixaram de o ser por estarem excessivamente endividadas. Este banco quer ajudar as empresas a financiarem-se de forma alternativa e viável”, afirmou Carlos Tavares, que assume agora funções de chairman também da nova instituição financeira.
Na inauguração do Banco Empresas Montepio, que vê um universo potencial de clientes de cinco mil PME, admitiu que o objetivo é também dar acesso ao mercado de capitais. “Não necessariamente todas porque não podemos pensar que as PME podem ir todas para a bolsa diretamente, mas podem ir de forma indireta. Podem vender ações a instrumentos como os que existem no âmbito do programa capitalizar, as SIMFE, que por sua vez vão para a bolsa”, explicou.
As SIMFE são veículos de investimento criados no âmbito do programa Capitalizar, do Governo, sendo que a lei obriga a que participações em PME, mid caps e small mid caps representem representem um mínimo de 50% do património, bem como que sejam cotados em bolsa e distribuam 30% dos lucros na forma de dividendos.
“É nossa intenção constituir uma sociedade, pelo menos, desse tipo para que as empresas possam ter um veículo de acesso ao mercado de capitais de forma indireta. Admito que até ao final do ano possamos avançar nesse sentido”, sublinhou Carlos Tavares.
Neste momento, existe apenas uma SIMFE em Portugal, a Flexdeal. Questionada pelo ECO sobre a possibilidade de uma nova SIMFE criada pelo Montepio, a head of listing da Euronext Lisbon, Filipa Franco, afirmou que “qualquer iniciativa por parte de empresas para levantar capital é sempre razão para grande entusiasmo”.
O Montepio poderá assim voltar à bolsa de Lisboa dois anos depois de ter saído. Em setembro de 2017, as unidades de participação da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), que negociavam no PSI-20, foram compradas pela Associação Mutualista e foram excluídas da negociação, antes do registo comercial da transformação em sociedade anónima da CEMG, que passou assim a ter o capital representado por ações.
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