Jovens atraídos para investimento no mercado não regulado de moeda
Competições em universidades e a facilidade de acesso através de aplicações aguçam o interesse. A volatilidade e a possibilidade de investir de forma alavancada aumentam os riscos.
Jovens universitários estão a ganhar interesse pelo investimento no mercado cambial não regulamentado. Incentivados por bancos e corretoras, a perspetiva de ganhos fáceis atrai. No entanto, a falta de regulação pode levar a perdas e a esquemas em pirâmide, segundo noticia este domingo o Público (acesso pago).
Bancos e corretoras realizam formações e competições em universidades e acabam por incentivar ainda mais os jovens para um mercado que está aberto cinco dias por semana e que é de fácil acesso. “É uma óptica de daily trading [transações diárias] que anima mais os jovens, é mais frenético”, afirmou Nuno Machado, estudante da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, ao Público, apontando para as “grandes subidas ou grandes descidas em curtos espaços de tempo”.
Machado, de 20 anos, pertence ao FEP Finance Club, que organizou recentemente o torneio Trading Cup, que foi organizado em parceria com o Banco Carregosa. Também o Banco de Investimento Global (BiG) e Montepio oferecem a investidores de retalho a possibilidade de negociar forex. Nalguns casos, podem mesmo recorrer a empréstimos para investir de forma alavancada, o que aumenta o risco num mercado de grande volatilidade.
Vítor Ramos, diretor adjunto do Montepio, concorda que há um interesse crescente entre os jovens, mas vê riscos, especialmente nos créditos: “a alavancagem pode proporcionar acontecimentos pós-decisão de investimento contrários às pretensões do investidor”, avisa. “Pode-se ganhar muito dinheiro, como também pode perdê-lo todo”.
Fora dos bancos e corretoras registados junto dos supervisores, há ainda plataformas online que poderão abrir a porta a possíveis fraudes. A YCBM – You Can Be More (“Tu Podes Ser Mais”, em português), que o Observador (acesso condicionado) já tinha noticiado como sendo um esquema em pirâmide, apresenta-se apenas como um grupo de jovens que propõe “uma solução diferente” para a “liberdade financeira”. Promete investimento no mercado cambial através do pagamento de uma mensalidade, mas dá prémios a quem trouxer novos participantes.
“Nos mercados financeiros não há promessas. Rentabilidades passadas não justificam rentabilidades futuras. Vale o que vale”, alerta Carla Maia Santos, Sales Team Leader da corretora XTB Online Trading.
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