Mexia: “Renováveis são a melhor forma de energia” e “a mais competitiva”
António Mexia, CEO da EDP, considera que as parcerias entre empresas (como a assinada esta terça-feira com a Engie) são a forma de o mercado de energia renovável deixar de depender dos Estados.
A competitividade através de parcerias estratégias é o futuro para o auto-financiamento da energia renovável, em substituição de financiamento do Estado. A ideia foi defendida pelo CEO da EDP, António Mexia, na assinatura de um memorando de entendimento com a francesa Engie que pretende criar uma joint-venture líder mundial no mercado eólico offshore.
“Completamos as nossas capacidades. É um movimento natural”, explicou Mexia sobre a parceria entre a EDP, através da subsidiária eólica EDP Renováveis, com a Engie. “Estamos a transitar de um desenvolvimento que é basicamente financiado através de impostos, com a imposição de metas ou através de governos para um mundo em que as renováveis são a melhor e mais competitiva forma de energia”.
Neste novo mundo, “as relações de mercado” como a que anunciou esta terça-feira a investidores e jornalistas a partir de Londres são normais. “É claramente algo muito importante”, sublinhou o executivo da EDP, na apresentação da joint-venture que será controlada em partes iguais pelas duas empresas.
O financiamento energético através do Estado está a ser discutido no Parlamento e tem criado fricção entre o Governo e a EDP. Foram recentemente conhecidas as primeiras conclusões da comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas e subsídios aos produtores de eletricidade, sob a forma de Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) ou outros.
A CPI pretendia também determinar a existência de atos de corrupção ou enriquecimento sem causa de responsáveis administrativos ou titulares de cargos políticos com influência ou poder na definição das rendas do setor energético. Este caso está também a ser investigado na Justiça, sendo que tanto António Mexia como João Manso Neto, CEO da EDP Renováveis, são arguidos.
Uma das recomendações defendida pelos deputados foi a reversão da legislação que prolongou as tarifas protegidas aos produtores eólicos, mediante o pagamento de uma contribuição para o sistema elétrico. Concluiu igualmente que a EDP, tal como outros produtores, foi beneficiada em vários milhões de euros graças a contratos estabelecidos pelo Estado. A empresa disse, na altura, que o que está ali representado são “conclusões distorcidas e recomendações inaceitáveis”.
(A jornalista viajou para Londres a convite da EDP)
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