Nacionais e com longas carreiras na mesma empresa. É assim o perfil dos CEO em Portugal
Apesar do capital estrangeiro trazer consigo influência na gestão, ainda há pouca representatividade. Por outro lado, acionistas maioritários são beneficiados em Portugal.
De nacionalidade portuguesa, até podem transitar entre empresas, mas ficam muito tempo no mesmo grupo. É assim o perfil dos gestores de topo em Portugal, segundo mostra o relatório da OCDE sobre Governance publicado esta sexta-feira. A forte entrada de capital estrangeiro no país pode, no entanto, inverter esta situação.
“O mercado de CEO é maioritariamente interno com poucas exceções de membros do conselho de administração estrangeiros (a maior parte a representarem um acionista qualificado estrangeiro”, refere o Corporate Governance Factbook 2019 da OCDE, sobre Portugal. O estudo sublinha que “verificou-se um aumento dos executivos estrangeiro no contexto de aumentos de capital subscritos por investidores estrangeiros e transações de fusões e aquisições“.
O investimento estrangeiro em Portugal ganhou maior expressão especialmente durante a crise financeira, sendo disso exemplo a entrada de capital chinês em grupos portugueses como as energéticas EDP e REN. No caso da banca, o capital tem vindo de Espanha, como o BPI e o Santander Totta.
Apesar do capital estrangeiro trazer consigo influência na gestão, ainda há pouca representatividade, até porque os CEO portugueses mudam pouco de cadeira. “Tradicionalmente, os CEO ficam nas empresas durante vários mandatos. Apesar de alguma mobilidade dentro de empresas do mesmo grupo, não há mobilidade significativa de um grupo para outro“, sublinha a OCDE.
Mas não são só os acionistas estrangeiros que têm poder na gestão. A organização destaca Portugal como um dos oito países (de um total de 32 em análise) com maior participação dos pequenos acionistas.
“Oito jurisdições têm acordos especiais de voto para facilitar a participação efetiva de acionistas minoritários”, refere a OCDE, acrescentando que, tal como no Brasil, Índia, Espanha e Turquia, os acordos especiais em Portugal servem ainda para “facilitar a influência dos acionistas minoritários no processo de nomeação e eleição da administração”.
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