Bloco compara socialistas à Carochinha: “Quem quer casar com o PS” na Lei de Bases da Saúde?
O PS lançou um apelo aos deputados no Parlamento, questionando se estavam disponíveis a aprovar a Lei de Bases da Saúde pondo a "partidarite" de lado.
O debate tinha como tema “As dificuldades no acesso dos cidadãos à saúde”, mas a discussão, proposta pelo PSD, acabou por se se centrar na polémica Lei de Bases da Saúde. O PS desafiou, esta quinta-feira, os restantes partidos a aprovar a Lei de Bases, pondo de lado a “partidarite”, um pedido que levou o Bloco de Esquerda a comparar a proposta a um pedido da Carochinha.
Nas declarações iniciais, o social-democrata Ricardo Baptista Leite, que será o ponta de lança nas esperadas negociações entre o PSD e o PS, fez um retrato negativo da saúde em Portugal, dizendo que “não há memória de tantas greves e tamanha tensão social no setor da saúde”. O deputado acrescentou ainda que “nunca os privados fizeram tanto dinheiro com a saúde em Portugal”, já que perante as listas de espera os doentes “recorrem aos privados”.
Em resposta, António Sales, do PS, acusou os sociais-democratas de “olhar para o copo meio vazio” e de não “esconder a colagem às medidas do PS relativamente à área da saúde”. Mesmo assim, questionou os deputados se “estão disponíveis para pôr partidarite de lado”, um apelo já feito pelo líder parlamentar, Carlos César, para “aprovar a Lei de Bases que todos reconhecemos que é melhor que a atual”.
Para o Bloco de Esquerda, “esta intervenção fez do PS a Carochinha, que está à janela a perguntar quem quer casar comigo”. “Está a perguntar diretamente ao PSD se quer casar com Carochinha”, apontou o deputado Moisés Ferreira. “O PS efetivamente por causa das parcerias público-privadas (PPP) decidiu voltar à sua janela e fazer-se novamente Carochinha, mas lançar a cantiga apenas a PSD”, notou, referindo-se à discordância entre os partidos de Esquerda e o PS sobre a existência de PPP na saúde.
António Sales esclareceu que “o repto não foi lançado para o PSD, foi para a câmara para consensos parlamentares”. “Não queremos namorados nem casar com ninguém”, reiterou o socialista, apesar de admitir que é necessário “ter noção da realidade e das limitações”.
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