Pedro Soares dos Santos diz que Geringonça foi “nefasta” para o país
Pedro Soares dos Santos considera que a experiência da Geringonça foi uma "nefasta para o país" e deixou "alguma frustação" nos portugueses por não se ter atingido "tudo como se previa".
A experiência da Geringonça foi “nefasta para o país”. Quem o diz é Pedro Soares dos Santos, presidente executivo da Jerónimo Martins, em entrevista ao Observador (acesso pago). O CEO da dona do Pingo Doce justifica esta sua posição, dizendo: “Gostava de ter visto a reposição dos salários, mas também gostava que o Serviço Nacional de Saúde não tivesse problemas, que a Justiça não protestasse tanto, que as greves tivessem baixado, que as pessoas tivessem transporte de um lado para o outro“.
A pouco menos de quatro meses das eleições legislativas, Pedro Soares dos Santos é claro: a Geringonça não é uma experiência para repetir. Porquê? “Porque não se fizeram as reformas, não se abordaram as coisas, verdadeiramente, sobre o ponto de visto do que é que temos de fazer”, diz.
Ainda que considere positiva a estratégia de reposição de rendimentos assumida pelo Executivo de António Costa, o gestor afirma que “não basta repor” é preciso saber “onde é que se vai buscar”. “Acho que se fez bem ir ao encontro das necessidades dessas pessoas. Mas não houve outras medidas para compensar a redução da dívida. E nós, goste-se ou não se goste, começamos a ver que essa fatura vai pesar no fim deste tempo”, salienta.
Pedro Soares dos Santos diz ainda que, além da reposição de rendimentos, deveria ter havido uma aposta na Saúde, na Justiça e nos Transportes, tendo sido “prejudicial” a ideia de que a austeridade tinha acabado. “As pessoas começam a sentir que hoje realmente a austeridade não terminou tanto como eles pensavam”, afirma, referindo que os portugueses sentem “alguma frustração por não se ter atingido tudo como se previa”. ” Mas… quando um país faliu, sair dessa falência, as coisas demoram muito mais tempo”, remata.
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