Jorge Rocha de Matos: “Web Summit pede-nos esforço de 90 milhões”
O presidente da Fundação AIP diz que o plano de expansão da FIL a dez anos deve ser mantido, já que a antecipação exigida pelo Web Summit teria custos significativos. Defende "soluções transitórias".
O presidente da Fundação AIP reconhece que o modelo que estava pensado para o crescimento da Feira Internacional de Lisboa (FIL) não estava preparado para área total pretendida pelo Web Summit, isto é, o crescimento das instalações estava previsto num horizonte de dez anos, mas Paddy Cosgrave quer que tal melhoria seja antecipada até 2022. “A antecipação significa qualquer coisa como 90 milhões de euros”, adianta Jorge Rocha de Matos, em entrevista ao Jornal Económico.
“Em termos efetivos, pedem-nos para antecipar a oferta de instalações até 2022. Mas primeiro temos de ver como é que é o financiamento. Nós não temos condições para fazer isso. O nosso projeto de crescimento é faseado a 10 anos e aí estamos preparados para o enfrentar. Mas uma antecipação terá custos acrescidos que nós não temos condições de enfrentar”, defende o responsável.
De acordo com o presidente da Fundação AIP, inicialmente estava previsto um investimento de 150 milhões na melhoria da oferta de instalações, ao longo de dez anos. A antecipação dessas obras significaria, contudo, uma sobrecarga de 90 milhões em três anos (até 2022). “Note-se que esta antecipação não ia alterar esses 150 milhões. Simplesmente ia concentrar em três anos um valor de 90 milhões de euros que antes ficava distribuído ao longo de vários anos”.
Por isso, Rocha de Matos garante que os planos de expansão da FIL continuam na linha programada a 20 anos, daí que defenda uma solução “transitória” para responder às necessidades do Web Summit. “Defendo que temos de encontrar soluções transitórias que permitam responder às necessidades do Web Summit, e que não sejam já com instalações definitivas“, salienta.
Questionado sobre como solucionar a área em falta à feira de Cosgrave, o responsável é claro: “Pura e simplesmente numa coisa: substituir por soluções precárias. Atinge-se o mesmo resultado, possivelmente com menos qualidade”.
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