Seria “frustrante” se consequências na justiça tardarem, diz relator do inquérito à Caixa
João Almeida diz que a comissão de inquérito à Caixa fez o seu trabalho e coloca agora a bola do lado da justiça. Seria "frustrante" as consequências da investigação ao nível da justiça tardarem.
João Almeida, relator da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), espera que a justiça dê seguimento ao trabalho do Parlamento e faça uma “investigação competente” àquilo que foi apurado nos últimos meses pelos deputados em relação ao banco público. O deputado do CDS diz mesmo que seria “frustrante” se as consequências tardassem a aparecer, isto é, se houvesse “desfasamento muito grande” entre o que o inquérito à Caixa evidenciou e a perceção dos portugueses em relação ao que efetivamente vai acontecer.
“O que espero é que seja feita uma investigação competente”, começou por dizer João Almeida, em entrevista à Rádio Observador, um dia depois de ter apresentado no Parlamento o relatório preliminar do inquérito à recapitalização da CGD e aos atos de gestão.
O deputado vai mais longe naquilo que espera que venha a acontecer na justiça. “Havendo, do ponto de vista penal, consequências atribuíveis a pessoas em concreto, que isso aconteça. É frustrante às vezes, nas comissões de inquérito, haver uma investigação profunda que é feita no âmbito político e depois de duas, uma: não haver consequência dessa investigação ao nível da justiça ou essa investigação e essas consequências tardarem e portanto haver um desfasamento muito grande entre aquilo que é a evidência pública permitida pelos inquéritos parlamentares e depois aquilo que é a perceção dos cidadãos em relação àquilo que efetivamente acontece em função disso”, referiu João Almeida.
"É frustrante às vezes, nas comissões de inquérito, haver uma investigação profunda que é feita no âmbito político e depois de duas, uma: não haver consequência dessa investigação ao nível da justiça ou essa investigação e essas consequências tardarem.”
Questionado sobre se a comissão de inquérito só terá razão de ser se houver seguimento na justiça, o deputado do CDS respondeu: “Obviamente”. E explicou que já há investigações em curso decorrentes do trabalho que foi feito no Parlamento.
“Sabemos que parte dele já tem e fomos informados disso, que já há investigações nesta matéria. A expectativa que temos é que o trabalho que fizemos que ajude a que a justiça possa ser mais efetiva e mais célere”, sublinhou.
Para João Almeida é importante que se saiba se eventuais crimes que possam ter sido cometidos na Caixa já tenham prescrito ou não.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Seria “frustrante” se consequências na justiça tardarem, diz relator do inquérito à Caixa
{{ noCommentsLabel }}