Centeno retira nome da votação, mas não desiste totalmente da corrida ao FMI
Centeno anunciou no Twitter que não vai a votos, mas continua disponível para ser ele a solução de consenso caso os ministros das Finanças não escolham um candidato na votação de amanhã.
Mário Centeno anunciou esta quinta-feira no Twitter que retira o seu nome da votação marcada para esta sexta-feira para eleger o candidato europeu à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas o ECO sabe que o ministro das Finanças não desistiu totalmente da corrida, estando disponível para ser a escolha europeia caso não seja escolhido um candidato na votação.
Ao que o ECO apurou, Mário Centeno entende que o ato da votação é prejudicial para o processo e para que toda a Europa se reúna em torno de um candidato forte, e por isso decidiu retirar o seu nome, mas só do processo de votação pedido pelo ministro das Finanças francês para esta sexta-feira. Está, no entanto, disponível para substituir Christine Lagarde no cargo de diretor-geral do FMI se os pares europeus não chegarem a um consenso na eleição de amanhã, e apostarem nele para ser essa solução de consenso.
“Quero ajudar a encontrar consensos, por isso não farei parte da votação de amanhã“, escreveu Mário Centeno na sua conta no Twitter. Sublinhando que continua “disponível para trabalhar numa solução que seja aceitável para todos”.
Tweet from @mariofcenteno
Certo é que já hoje Centeno tinha confirmado que se mantinha na corrida. O ministro das Finanças francês realizou um telefonema com todos os ministros das Finanças da União Europeia para dar conta do progresso das consultas até ao momento e decidiu propor uma votação para que o processo não se arraste. Os ministros das Finanças concordaram e foi perguntado aos cinco candidatos se mantinham as suas candidaturas. Todos eles, incluindo Mário Centeno, disseram que sim.
” Os cinco candidatos exprimiram a sua intenção de manter as suas candidaturas, e Bruno Le Maire propôs a realização de uma votação. Todas as candidaturas foram consideradas legítimas e de excelente qualidade”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças francês.
Tomada a decisão, a votação dos ministros das Finanças da União Europa foi marcada para esta sexta-feira, a partir das 7h00, para decidir o nome do candidato europeu a diretor-geral do FMI. No corrida estão agora a búlgara Kristalina Georgieva, o ex-presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, a ministra das Finanças espanhola Nadia Calviño e Olli Rehn, atual governador do Banco central da Finlândia.
A eleição terá de ser feita por maioria qualificada. Ou seja, o candidato europeu terá de ser escolhido por pelo menos 16 ministros das Finanças, que representem pelo menos 65% da população da União Europeia.
Como não houve consenso até esta altura, está previsto que sejam realizadas várias rondas de votação até que um dos candidatos consiga a maioria necessária para ser a escolha europeia.
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