Estátuas do Bacalhôa Buddha Eden e outras mil obras de Berardo na mira da Justiça
O Tribunal quer colocar obras que não estão abrangidas pelo acordo entre o empresário madeirense e o Governo também sob proteção do Estado.
O total de obras de arte de Joe Berardo que o Tribunal quer colocar sob proteção estatal supera as 2.100, apesar de o acordo com o empresário madeirense e o Estado abranger apenas 862. Entre as restantes 1.200 obras da Associação Coleção Berardo (ACB) estão esculturas do jardim Bacalhôa Buddha Eden no Bombarral, segundo noticia o Jornal Económico (acesso pago).
Após o arresto levado a cabo esta semana no seguimento do processo judicial interposto pela Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo banco para recuperar uma dívida de 962 milhões de euros, o Tribunal teme o “risco de descaminho”, ou seja, subtração ao poder público a que está sujeito, o que é um crime punido com pena de prisão até cinco anos.
“A Justiça já desencadeou diligências para localizar o seu paradeiro e garantir que permanecem em território nacional através do arresto decretado pelo tribunal judicial da comarca de Lisboa no início desta semana”, revelou ao Jornal Económico fonte próxima ao processo.
As obras, principalmente quadros, que ainda não foram encontradas estarão distribuídas por escritórios e empresas da esfera de Berardo. “A ACB nunca dissipou nem pretendeu praticar algum ato de disposição das suas obras de arte que fosse ilegal“, afirmou fonte próxima de Berardo. Acrescentou que o arresto decretado pelo tribunal “não tem qualquer fundamento, pois nunca existiria risco de dissipação de bens”.
Esta semana, agentes de execução estiveram no museu para fotografarem e inventariarem as 862 obras e depois proceder ao auto do arresto. O protocolo foi negociado entre o Estado e Berardo para a criação do museu em seu nome no Centro Cultural de Belém (CCB), em 2006, que cedia gratuitamente, por dez anos, as 862 obras – avaliadas, na altura, em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie’s.
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