Votos da emigração dão dois deputados para o PSD e mais dois para o PS

Com a contabilização dos resultados dos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa, o PS reforça a presença no Parlamento para 108 deputados, enquanto o PSD passa a ter 79 mandatos.

As contas das legislativas já estão fechadas. O apuramento dos votos dos círculos da emigração atribuiu dois deputados para o PSD, e dois também para o PS, vencedor das eleições de 6 de outubro. Assim, o PS reforça a presença no Parlamento para 108 deputados, enquanto o PSD passa a ter 79 mandatos.

Na Europa, o PSD, com 18,77%, e o PS, com 29,06%, elegeram um deputado cada. Também no círculo Fora da Europa, o PSD conseguiu um mandato, com 33,39% dos votos, e o PS outro, obtendo 20,19%. O PS foi assim o partido que conquistou a maior percentagem de votos no estrangeiro, 26,24% do total. Já o PSD conseguiu 23,42% dos votos dos emigrantes, valor que compara com os 43,95% obtidos no estrangeiro nas últimas legislativas, quando concorreu coligado com o CDS.

Os deputados eleitos pelo PSD foram José Cesário e Carlos Alberto Gonçalves. Já os socialistas elegeram Paulo Pisco e Augusto Santos Silva, que foi escolhido novamente para ser ministro dos Negócios Estrangeiros e terá, por isso, de ser substituído. O seguinte na lista do círculo Fora da Europa, onde o ministro foi eleito, é Paulo Porto Fernandes.

As restantes oito forças políticas com assento garantido na Assembleia da República na próxima legislatura — uma delas em coligação — mantêm o número de deputados. O Bloco de Esquerda continua a ser a terceira maior força política no Parlamento com 19 deputados, segue-se a coligação PCP-PEV com 12 mandatos, o CDS-PP com cinco e o PAN com quatro. Com um deputado cada, ficam o Chega, o Iniciativa Liberal e o Livre.

Abstenção atinge valor recorde

Estas legislativas são ainda marcadas pelos números da abstenção. Fixou-se nos 89,21% no estrangeiro, um valor que compara com os 88,5% registados nas legislativas de 2015. No entanto, em termos absolutos, votaram mais pessoas este ano. Foram 158.252 aqueles que votaram no estrangeiro, enquanto nas últimas legislativas contabilizaram-se 28.354 votantes.

Tradicionalmente, os círculos eleitorais dos emigrantes apresentam elevados níveis de abstenção, mas nestas legislativas há um efeito que distorce de alguma forma os dados. Este ano, com o recenseamento automático para os portugueses que vivem no estrangeiro, o eleitorado aumentou de 300 mil pessoas para mais de 1,4 milhões.

Ainda assim, os valores dos círculos do estrangeiro colocam a abstenção total nos 51,43%, uma taxa recorde. No conjunto do território nacional e estrangeiro, 5.251.064 pessoas votaram, o que compara com 5.408.805 votantes nas últimas legislativas, em 2015.

A contabilização dos resultados eleitorais fora de Portugal era o último passo que faltava para que pudessem ser dados os passos para o arranque da próxima legislatura que deverá acontecer já na próxima semana, com a primeira sessão da Assembleia da República e a consequente tomada de posse dos ministros pelo Presidente da República.

Quero saudar a enorme participação dos portugueses residentes no estrangeiro, o que demonstra bem que a prioridade que definimos de reforçar os laços de coesão entre a comunidade residente no território nacional e as comunidades da diáspora, reforçar os mecanismos da sua participação cívica foram um sinal importante, que se traduziram num aumento da participação eleitoral”, disse o primeiro-ministro. “É muito importante que continuemos a fortalecer esses vínculos. Porque onde está um português, está Portugal”, acrescentou.

Na passada terça-feira, após a divulgação dos nomes da sua equipa ministerial, António Costa antecipou que a tomada de posse do Governo possa acontecer a 22 ou 23 de outubro.

(Notícia atualizada às 13h12 com declarações de António Costa)

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