Cascais vai ter 430 apartamentos para estudantes. Rendas começam nos 300 euros
Cascais vai ter 1.608 novos apartamentos para estudantes: 1.178 de privados e 430 da autarquia, que contarão com rendas desde 300 até aos 450 euros.
O aumento dos preços das casas, mas também das rendas, assim como a falta de camas para estudantes, não é um exclusivo de Lisboa ou do Porto. Cascais já sente os efeitos do boom, estando a colocar no terreno um plano de 150 milhões de euros para os mitigar. Parte desta verba será gasta na construção de residências universitárias com 430 quartos da autarquia que contarão, a partir do próximo ano letivo, com rendas que irão de 300 aos 450 euros.
“Estamos a desenvolver um plano municipal de habitação mais arrojado”, começou por dizer o autarca ao ECO, referindo a “enorme pressão” que Lisboa e Porto têm sentido, principalmente com o turismo. Parte desse plano está focado nos estudantes, com o objetivo de “captar mais faculdades” para aquela zona, depois da chegada da Nova School of Business and Economics a Carcavelos em 2017.
A ideia é “dividir esforços entre o privado e o público”, ou seja, promover a instalação de empresas em Cascais, com a abertura de residências de estudantes a “preços de mercado”, e a construção de imóveis em terrenos da câmara, com vários tipos de preços. Ao todo serão 1.608 novos apartamentos: 1.178 de privados e 430 da autarquia.
Da parte da Câmara Municipal de Cascais, as zonas já estão escolhidas. Uma das futuras residências para estudantes será o Mosteiro de Santa Maria do Mar, em Sassoeiros, as três restantes irão nascer no Bairro dos Pescadores e no Bairro Marechal Carmona, este último com dois edifícios.
Em termos de investimento, a autarquia vai investir 18 milhões de euros nestas 430 unidades estudantis, revelou o presidente Carlos Carreiras ao ECO, sendo que as primeiras estarão concluídas no início do próximo ano letivo.
Mas, e os preços? Ressalvando que as residências privadas terão “preços de mercado”, ou seja, não serão controlados, as da própria câmara terão um pouco de tudo. No caso das unidades públicas, a ideia foi “garantir que o valor das rendas é muitíssimo mais acessível do que o dos privados”. No Mosteiro de Santa Maria do Mar, que terá 100 habitações, as rendas não vão ultrapassar os 300 euros.
Nos restantes edifícios estudantis, que terão também outro tipo de serviços como espaços de coworking, as rendas podem chegar aos 450 euros, por mês, adiantou o autarca. Isto porque, para a Câmara de Cascais, é preciso “não apostar apenas na habitação social, mas sim na função social da habitação”.
Plano prevê mais 1.300 fogos de habitação acessível
Outra das vertentes previstas no plano municipal de habitação de Cascais é a habitação social. “Esta é uma tentativa de ultrapassar o problema e responder à forte pressão imobiliária que existe. Se a habitação tem uma função social, não cabe aos privados suportar o peso de cumprir essa responsabilidade social, mas sim ao Estado“, referiu o presidente Carlos Carreiras.
Nesse sentido, estão a ser construídos 1.300 fogos de habitação acessível, que se somarão aos 2.600 fogos de habitação social que já existem. “Temos consciência de que, quando tudo ficar concluído, o parque habitacional de Cascais será apenas 4%. E estamos conscientes de que não vamos resolver na íntegra todos os problemas, mas estamos a dar os primeiros passos de forma bastante arrojada”, sublinhou o autarca.
Estes fogos incluem a inauguração, já este mês, de dois polos de habitação — 110 alojamentos — para os cidadãos deficientes, especialmente para os que não têm autonomia. Além disso, a câmara vai também recuperar os bairros da primeira geração de bairros sociais, “aumentando a capacidade construída para ter habitação acessível, quer para jovens como para a classe média”.
Para esses 1.300 fogos municipais, a autarquia vai desembolsar 130 milhões de euros, adiantou ao ECO Carlos Carreiras, elevando para 150 milhões o custo total de plano municipal de habitação. “Neste momento temos de colocar a questão da habitação como uma prioridade que não pode ser adiada. Temos de dar sinais de que estamos a abrir caminhos para que possa ser mitigada”, conclui.
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