Bancos estão fracos demais para enfrentarem crise, alerta McKinsey
Consultora diz que o setor bancário mundial está demasiado fragilizado para enfrentar uma crise. A maioria dos bancos não são economicamente viáveis.
A McKinsey alertou que mais de metade dos bancos mundiais estão demasiado fragilizados para sobreviverem a uma crise. Num relatório publicado esta segunda-feira, a consultora referiu que a maioria dos bancos não são economicamente viáveis porque os retornos não estão a acompanhar o ritmo de aumento dos custos das operações.
A empresa recomendou ao setor bancário que invista no desenvolvimento de tecnologia e que pondere novas fusões. A intenção é que estas empresas ganhem escala e se mantenham competitivas: “Acreditamos que estamos no fim de um ciclo económico e os bancos precisam de tomar decisões ousadas, porque não estão em grande forma”, disse Kausik Rajgopal, senior partner da consultora, citado pela Bloomberg (acesso condicionado).
De acordo com dados da consultora, em média, a banca aloca apenas 35% do orçamento à inovação. Em contrapartida, as novas tecnológicas do setor financeiro — as fintechs — dedicam 70% dos respetivos orçamentos ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Face a isto, a McKinsey defendeu que os bancos arriscam tornar-se “notas de rodapé da História”.
Outra recomendação da McKinsey é que os bancos cortem as despesas referentes às chamadas “atividades não diferenciadoras”, como algumas funções de trading e compliance. Neste caso, a dica é para que estas instituições recorram a parceiros externos, num contexto de abrandamento económico com uma possível recessão global à vista.
O relatório da consultora surge poucas semanas depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter divulgado as conclusões dos testes de stress ao sistema bancário. O regulador considerou que 90% dos mais de cem bancos analisados tem capacidade para resistir a “choques externos” por mais de dois meses e que metade reportou “um período de sobrevivência de mais de seis meses”.
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