Intensidade energética da economia portuguesa aumenta 1% entre 2016 e 2017
Entre 2016 e 2017, a utilização interna de energia registou um aumento de 4,6%, enquanto a atividade económica, medida pelo PIB, apresentou um crescimento de 3,5%.
A intensidade energética da economia portuguesa aumentou 1% entre 2016 e 2017, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta segunda-feira.
O aumento de 1% na intensidade energética implícita no Produto Interno Bruto (PIB) português (5,0 megajoules MJ/euro), mantém-se como um dos valores mais baixos desde o ano 2000, refere o INE na Conta de Fluxos Físicos de Energia (CFFE) relativa a 2017.
O INE assinala também que, entre 2016 e 2017, a utilização interna de energia registou um aumento de 4,6%, enquanto a atividade económica (medida pelo PIB) apresentou um crescimento de 3,5% em termos reais.
O instituto explica ainda que a CFFE “estabelece um sistema contabilístico que permite o registo completo e consistente, num quadro de equilíbrio de recursos e utilizações, dos fluxos físicos de energia, medidos em Joules (J), entre o ambiente e a economia (ramos de atividade, setor das famílias e resto do mundo)”.
E esclarece igualmente que este projeto tem como referência o Sistema de Contas Económicas do Ambiente (SCEA), assegurando a compatibilidade com os critérios da contabilidade nacional.
Quanto à intensidade energética do setor das famílias, observa-se uma queda de 2,5%, atingindo 1,6 MJ/euro, o valor mais baixo dos últimos 18 anos e mantendo a tendência de descida observada desde 2004. A dependência energética de Portugal, por sua vez, aumentou 5,9 pontos percentuais (pp), situando-se em 78,1%.
Já as exportações de fluxos energéticos aumentaram 2,1%, tendo atingido o valor máximo desde 2000, salienta o INE. O INE assinala que a forte redução de energia hídrica em 2017 é justificada pelo facto de esse ano ter sido “extremamente quente e seco”, particularmente em comparação com 2016, que foi “um ano normal” em termos hidrológicos.
“Este facto aumentou a necessidade de produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis, nomeadamente do gás natural, que, pela primeira vez desde 2011, foi mais relevante do que o carvão”, salienta o instituto de estatística português.
Sobre os indicadores de intensidade energética o INE explica que se encontram relacionados com a estrutura produtiva, rendimento e fatores climáticos de cada país. Assim, em 2016, o último ano em que há informação disponível para a União Europeia (UE), o INE dá conta que Portugal registou a sexta mais baixa intensidade energética (4,1 MJ).
Abaixo de Portugal surgem a Itália, Reino Unido, Áustria, Luxemburgo e Irlanda, por ordem decrescente, e no topo dos países da UE aparecem a Finlândia, Estónia e Malta. Portugal é ainda o país com a quarta mais baixa utilização ‘per capita’ de energia pelo setor das famílias entre os países membros da UE.
A Suécia, Finlândia e o Luxemburgo são os países da UE que lideram, pela mesma ordem, em termos utilização de energia ‘per capita’ pelas famílias, sendo que a seguir a Portugal surgem a Roménia, Malta e a Bulgária.
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