Reino Unido destrona EUA. É agora o país com quem Portugal teve o maior excedente comercial em 2018
Apesar da instabilidade gerada pelo Brexit, as empresas portuguesas continuaram a apostar nas exportações para o Reino Unido. Portugal vendeu mais 1.775 milhões de euros ao Reino Unido do que comprou.
O Reino Unido foi o país com quem Portugal teve o maior excedente comercial na troca de bens em 2018, o que se traduziu numa alteração em relação ao ano anterior quando o maior saldo positivo tinha sido registado com os EUA, revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O maior excedente registou-se com o Reino Unido [em 2018], enquanto no ano anterior foi com os Estados Unidos”, escreve o INE na publicação divulgada esta manhã sobre o comércio internacional no ano passado. O instituto estatístico acrescenta que “o maior excedente comercial foi verificado com o Reino Unido (1.775 milhões de euros)”, mas inferior em dez milhões de euros face ao ano anterior. Segue-se na lista dos maiores excedentes França (1.571 milhões de euros) e os Estados Unidos (1.462 milhões de euros), enquanto no ano anterior foi este último país a liderar a lista de maiores excedentes. “A principal evolução positiva ocorreu no excedente comercial com Singapura, com um acréscimo de 313 milhões de euros”, diz o INE.
A mudança de posições entre o Reino Unido e os EUA mostra que, apesar da indefinição provocada pelo Brexit, as empresas portuguesas continuaram a vender produtos para o Reino Unido, e numa posição de vantagem comercial — ou seja, vendem mais do que compram. No entanto, as empresas que escoam os seus bens para o Reino Unido têm vindo a revelar preocupações com as decisões tomada naquele país em 2016, quando por referendo os eleitores escolheram abandonar a União Europeia.
Em 2018, o Reino Unido e a União Europeia chegaram a acordo em novembro, mas a saída do espaço da UE ainda não aconteceu e esta segunda-feira a UE aceitou um adiamento do Brexit para 31 de janeiro.
Apesar de ser o país com o qual Portugal tem o maior excedente, o Reino Unido não é a o país para onde Portugal mais exporta. “O Reino Unido permaneceu como quarto principal país de destino, com um peso de 6,3% (-0,3 p.p. que em 2017). As exportações para o Reino Unido cresceram 0,5% (19 milhões de euros), principalmente devido aos veículos e outro material de transporte”, diz o INE.
Do lado dos principais fornecedores não se registaram alterações face ao ano anterior. “Os principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal continuaram a ser Espanha, França e Alemanha. O maior défice comercial manteve-se com Espanha“, diz o INE.
Quanto aos produtos mais vendidos e comprados, “as máquinas e aparelhos mantiveram-se como principal grupo de produtos importado e exportado em 2018”.
Nesta publicação que atualiza os dados das exportações e importações de bens no ano passado, o INE reviu em baixa as exportações de 5,3% para 5,1%, acentuando a tendência de abrandamento do crescimento face a 2017, quando as vendas para o exterior aumentaram 10%.
Nas compras, houve uma revisão em alta de 8% para 8,1%, mantendo a trajetória de desaceleração face aos 13,1% de 2017.
O défice da balança comercial agravou-se em 2.887 milhões de euros face aos 2.670 milhões de euros previstos inicialmente quando o INE divulgou pela primeira vez os dados provisórios sobre o comércio internacional de bens. O défice ficou em 17.557 milhões de euros.
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