CGD avalia processos contra ex-gestores que aprovaram créditos a Berardo
Três sociedades de advogados estão a analisar se antigos gestores, da administração de Santos Ferreira, cumpriram os deveres de diligência na aprovação de financiamento até 400 milhões ao empresário.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a ponderar possíveis ações cíveis contra os ex-gestores que participaram na decisão de financiamento ao empresário Joe Berardo, segundo noticia esta quinta-feira o Jornal Económico (acesso pago). O financiamento de 400 milhões de euros para comprar ações do BCP, aprovado sem evidência de debate ou confronto de posições, acabou por revelar-se ruinoso para o banco público.
O Jornal Económico apurou que a CGD contratou três sociedades de advogados que estão a analisar possíveis ações cíveis contra gestores durante a administração de Carlos Santos Ferreira. Pretendem apurar responsabilidades jurídicas, no caso de darem entrada nos tribunais pedidos de indemnização, e irão avaliar se os deveres de diligência foram cumpridos.
Não foi o negócio mais ruinoso de todos para a CGD — foi o terceiro, resultando em imparidades de 124 milhões de euros –, mas foi o que “mais tinta” fez correr não só no Parlamento como em termos de impacto mediático.
O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito diz que em 2006 e 2007, foram concedidos à Metalgest e à Fundação José Berardo (FJB), financiamentos até 400 milhões de euros — 50 milhões e 350 milhões de euros, respetivamente — com a finalidade de adquirir títulos de empresas cotadas nas bolsas europeias que, “pelo que se apurou, se consubstanciou na constituição de uma participação qualificada no BCP”, diz o relatório.
Os depoimentos na CPI foram contraditórios. O empresário madeirense disse que foi a CGD a propor a operação de financiamento, enquanto o banco público afirmou ter recebido uma carta em que a Fundação José Berardo (FJB) pedia a concessão de uma linha de crédito.
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