Presidente chinês promete abertura gradual do mercado doméstico
"Não existe nenhum país que possa resolver sozinho as dificuldades que o desenvolvimento da economia global enfrenta", diz o presidente chinês, Xi Jinping.
O Presidente da China, Xi Jinping, prometeu uma abertura gradual do mercado doméstico ao investimento estrangeiro, mas não ofereceu medidas concretas, numa altura em que enfrenta uma guerra comercial com os Estados Unidos.
Xi inaugurou em Xangai, a “capital” económica do país, a Feira Internacional de Importações da China, um evento que serve para promover o país asiático como importador.
O líder chinês prometeu “expandir a abertura do mercado” e seguir em frente com as promessas de redução das restrições ao investimento estrangeiro.
Xi Jinping disse ainda que “não existe nenhum país que possa resolver sozinho as dificuldades económicas”, mas que o mundo deve antes “caminhar na mesma direção, rumo a um mercado global” e com cada vez menos barreiras comerciais.
“Não existe nenhum país que possa resolver sozinho as dificuldades que o desenvolvimento da economia global enfrenta”, disse.
Sem referir a guerra comercial que Pequim trava com Washington, Xi Jinping condenou o protecionismo e defendeu a globalização económica, que considerou representar uma “tendência da História” e que, “como a corrente dos grandes rios do mundo”, nada pode parar o seu movimento”, nem mesmo “as rochas por debaixo da água”.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam no evento, que envolve 3.000 empresas de 150 países, que procuram assim acesso ao emergente mercado chinês.
Portugal está representado pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame.
No ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao mais alto nível para participar na primeira edição daquele evento, refletindo as tensões comerciais com a China.
Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde diretamente às reclamações dos EUA e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas.
Xi Jinping enfrenta já uma prolongada guerra comercial com os EUA, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático.
A China tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações norte-americanas sobre as práticas comercias chinesas, apesar de se oporem às táticas do líder norte-americano, Donald Trump.
As negociações China – União Europeia sobre um acordo abrangente para o investimento arrastam-se há mais de cinco anos. Os dois lados esperam concluir o acordo até ao final do próximo ano.
No seu mais recente relatório, a Câmara do Comércio da União Europeia em Pequim afirma que as empresas europeias têm que percorrer um “estreito caminho pedregoso para entrar na China”, enquanto os investidores chineses têm “uma autoestrada aberta” para a Europa, onde realizaram nos últimos anos várias aquisições em setores estratégicos, incluindo em Portugal.
O mesmo documento afirma que Bruxelas enfrenta o seu “momento Sputnik” nas suas relações com Pequim e que deve, se necessário, tornar o seu mercado comum menos aberto ao investimento chinês em certas áreas.
“Muitas empresas europeias desistiram de participar no mercado de compras governamentais na China devido ao tratamento injusto que enfrentam”, lê-se naquela nota.
“[A UE] devia pressionar [Pequim] a reformar as suas empresas estatais e sistema de compras públicas, ao restringir as ofertas de firmas chinesas nos concursos de compras públicas dentro da UE, enquanto a China continuar a adiar as suas próprias reformas”, propõe.
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