Riscos para economia estão a diminuir “pouco a pouco”, afirma o bastonário dos economistas
O bastonário da Ordem dos Economistas admite que se vivem tempos difíceis" com uma "conjuntura muito adversa, difícil e cheia de perigos", mas considera que os riscos para a recessão estão a diminuir.
O bastonário da Ordem dos Economistas considerou esta quinta-feira que se estão a “viver tempos difíceis” e que os riscos para a economia, que podem contribuir para uma recessão económica, estão diminuir “pouco a pouco”.
“Estamos a viver anos difíceis. Vivemos uma conjuntura muito adversa, difícil e sobretudo cheia de perigos em todo o lado”, disse Rui Leão Martinho na conferência O Futuro dos Mercados Financeiros, organizada em Lisboa pelo Jornal de Negócios e o Banco Carregosa.
Contudo, disse, “os riscos que há, passo a passo, pouco a pouco, vão sendo minimizados”, referindo-se à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e ao Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), entre outros.
O bastonário da Ordem dos Economistas considerou ainda que a política monetária vai lentamente “descolar-se desta situação mais acomodada”.
Rui Alpalhão, do departamento de finanças ISCTE-IUL Business School, disse estar menos otimista, mas considerou que “nos últimos meses resolveu-se alguma coisa”, pelo que concordou que a perspetiva sobre a economia melhorou ligeiramente.
Num outro painel desta conferência, especialistas consideraram que nos últimos anos houve a entrada em força da política nos movimentos da economia e dos mercados financeiros.
Daniel Bessa disse que durante anos estudou a economia mas que agora se sente menos confortável: “Entra-se num domínio em que se observam fatores políticos, de que de facto sei muito pouco”, afirmou, considerando que perante essas incertezas políticas os empresários “retraem o investimento, numa atitude defensiva”.
Filipe Vasconcelos Romão e Vítor Ramon Fernandes, professores universitários de relações internacionais, afirmaram ambos que estranharam o convite para participar numa conferência sobre economia e mercados mas que concordam com a relação cada vez mais evidente e estreita entre economia e política.
“A economia está a desacelerar, efeito também da guerra comercial, mas não há a garantia [tendo em conta os indicadores económicos] de uma recessão”, apesar dos riscos que persistem, afirmou ainda Ramón Fernandes.
Segundo Rina Guerra, que trabalha em gestão de ativos no Banco Carregosa, o “mercado está a descontar alguma dose de pessimismo para 2020, mas não assim tanto”, havendo a expectativa de que a Europa escapará à recessão.
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