Huawei começa a vender smartphone dobrável sem tecnologia norte-americana
Huawei começou a vender o seu telemóvel inteligente dobrável sem aplicações do Google ou chips fabricados nos Estados Unidos. O MateX está à venda na loja online da empresa na China.
O grupo chinês de telecomunicações Huawei começou esta sexta-feira a vender o seu telemóvel inteligente dobrável sem aplicações do Google ou chips fabricados nos Estados Unidos, após Washington banir o fornecimento de tecnologia-chave para a empresa.
O MateX foi colocado à venda na loja online da Huawei na China e concorre com o Galaxy Fold, lançado em setembro pela sul-coreana Samsung.
A Huawei, a primeira marca chinesa global, está a lutar para preservar o seu negócio após, em maio passado, o Governo norte-americano ter emitido uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à empresa.
Washington acusa a Huawei de cooperar com o Governo chinês e os seus serviços de inteligência e de representar um risco para a segurança nacional dos EUA.
O MateX teve que recorrer aos chipsets Kirin 980 e Balong 5000, de fabrico próprio, e alternativas chinesas para aplicações de música, mapas e outros serviços oferecidos pela Google.
O novo smartphone usa o sistema operacional EMUI 9 da Huawei, que é baseado no sistema Android da Google. As autoridades norte-americanas dizem que as empresas poderão vender alguns produtos para a Huawei, mas ainda estão dependentes de licenças emitidas pelo Departamento de Comércio norte-americano.
A Huawei ainda não anunciou planos de vendas fora da China para o MateX.
Em setembro passado, a empresa lançou um sistema operacional próprio, o HarmonyOS, que disse poder substituir o Android, caso seja necessário.
O grupo chinês informou que, nos primeiros nove meses do ano, as vendas aumentaram 24,4%, para o equivalente a 78 mil milhões de euros. O presidente do grupo, Liang Hua, alertou em julho, no entanto, para que a empresa “enfrentaria dificuldades” no segundo semestre.
Esta semana, a Huawei anunciou que vai pagar um bónus total equivalente a 258 milhões de euros, a ser distribuído por 90.000 funcionários que trabalham no desenvolvimento de ‘chips’ e em outras unidades da empresa, como recompensa, por ajudarem a superar as sanções impostas pelos EUA.
A força de trabalho completa de 180.000 funcionários da Huawei também receberá um mês extra de salário, informou a empresa.
Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro. Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação do grupo.
A empresa nega as acusações dos EUA de que está sujeita a cooperar com a espionagem chinesa.
A empresa é o segundo maior fabricante de telemóveis inteligentes do mundo, atrás da Samsung Electronics Ltd., e a maior fabricante de equipamentos de rede para operadoras de telecomunicações.
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