Dívida externa volta a recuar. Ficou em 102% do PIB no terceiro trimestre
No terceiro trimestre do ano, a dívida externa atingiu 102% do PIB, o que representa uma melhoria face aos valores de fecho de 2018. Portugal deve mais do que a riqueza que produz.
A dívida externa, medida pela Posição de Investimento Internacional (PII), recuou para 102% do PIB no terceiro trimestre do ano, revelando uma trajetória de correção ao longo do ano de 2019, mostram dados publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.
“No final de setembro de 2019, a PII de Portugal situou-se em -212,6 mil milhões de euros, o que traduz uma melhoria de aproximadamente 2,6 mil milhões de euros em relação ao final de 2018”, diz o banco central.
No segundo trimestre do ano a dívida externa atingiu os 104,4% do PIB, o que comparava com os 104,6% do PIB no primeiro trimestre do ano. No final de 2018, a dívida externa estava em 105,6% do PIB.
O facto de a dívida externa ser superior a 100% do PIB significa que a totalidade da riqueza produzida pela economia continua a não chegar para pagar a totalidade da dívida acumulada pelo conjunto dos agentes.
A dívida externa da economia é apurada através da PII e mede o endividamento do conjunto dos agentes económicos: empresas, famílias e Estado. Assim, a dívida externa resulta da diferença entre o que o país deve ao estrangeiro e o que tem a haver do estrangeiro e é uma soma dos défices acumulados ao longo do tempo.
O banco central explica que “para a variação da PII contribuíram as transações (+1,2 mil milhões de euros), as variações cambiais (+1 mil milhões de euros) e os outros ajustamentos (+0,5 mil milhões de euros), os quais foram parcialmente compensados pelas variações de preço (-0,1 mil milhões de euros)”.
“No caso das variações cambiais o impacto positivo sobre a PII é principalmente justificado pela valorização dos ativos de residentes no exterior expressos em dólares, resultante da apreciação desta moeda face ao euro. Relativamente às variações de preço, apesar do valor líquido ser reduzido, em termos brutos, destaca-se a valorização das obrigações do tesouro na carteira de não residentes, aumentando os passivos da posição de investimento internacional. Em sentido oposto, é de salientar a valorização dos ativos pelo aumento da cotação do ouro.”
Também a dívida externa líquida, que resulta da PII excluindo, fundamentalmente, os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, apresentou uma correção para 185,6 mil milhões de euros, o que corresponde a 89,1% do PIB, “em grande medida devido ao aumento do PIB”. No final do ano passado, a dívida externa líquida era de 91,2% do PIB.
(Notícia atualizada às 11h29 com mais informação)
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