Neeleman prepara saída do capital da TAP no início de 2020
O empresário David Neeleman estará a negociar com outras companhias aéreas a venda da sua posição no consórcio Atlantic Gateway, que controla 45% da TAP. Operação pode acontecer no primeiro trimestre.
A TAP deverá ser alvo de mudanças na estrutura acionista no primeiro trimestre de 2020, entre as quais a saída de David Neeleman do capital da empresa. A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que não indica como obteve a informação, mas o ECO também já tinha avançado em setembro que o objetivo do Estado era afastar David Neeleman tendo em conta os maus resultados da companhia aérea, que apresentou prejuízos de 111 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
O empresário David Neeleman é acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, que controla em parceria com Humberto Pedrosa. Juntos, controlam 45% da TAP. Mas a relação com o acionista Estado tem vindo a degradar-se a olhos vistos, somando-se à equação os sucessivos resultados negativos apresentados pela empresa.
Neste contexto, Neeleman tem desenvolvido contactos com outras companhias aéreas, explorando a hipótese de ser substituído na TAP. Entre elas, Lufthansa, British Airways, Air France e United. O Governo tem acompanhado estas conversações.
A informação não é uma surpresa, avaliando pela estratégia de Neeleman noutras companhias aéreas, como a WestJet no Canadá, a JetBlue nos EUA e a Azul no Brasil. A permanência de Neeleman na TAP sempre foi, por isso, vista como uma realidade a prazo.
O acordo feito com o Governo em 2016 pressupõe que a Atlantic Gateway não poderá vender a posição durante cinco anos. Mas a venda que estará a ser preparada por Neeleman não compromete esta obrigação, uma vez que, a acontecer, o empresário fará a venda da sua posição no próprio consórcio. Ou seja, a Atlantic Gateway manter-se-á como acionista.
A TAP encerrou os nove primeiros meses do ano com prejuízos, que ascenderam a 111 milhões, com a companhia aérea liderada por Antonoaldo Neves a justificar esse desempenho com “variações cambiais”. O resultado alcançado pela TAP nos nove primeiros meses do ano representa um desagravamento face aos 120 milhões de prejuízos acumulados até junho.
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