Banca vê na Black Friday oportunidade para dar mais crédito ao consumo

Há ofertas de mensalidades em seguros, de anuidades dos cartões de crédito ou cash-backs nas compras, mas o que é transversal é a oferta de descontos nos juros do crédito pessoal.

A banca também quer participar na euforia do Black Friday. Numa altura propícia ao consumo por impulso, são várias os bancos que estão a levar a cabo as campanhas promocionais, onde sobressaem descontos, sobretudo no crédito ao consumo.

Basta fazer uma ronda pelos sites dos bancos que operam em Portugal para identificar diversas campanhas promocionais específicas para o Black Friday. Um dos bancos recorre mesmo ao envio de mensagens aos clientes. Há ofertas de mensalidades em seguros, de anuidades dos cartões de crédito ou de cash-backs nas compras efetuadas, mas algo que é transversal à maioria é a oferta de descontos nos juros do crédito pessoal contratado online.

O BCP, que “pintou” a Black Friday da cor do banco, está a promover o crédito pessoal, com a oferta de uma taxa promocional no crédito pessoal (TAN de 6,25% e TAEG de 9,3%). Também o Santander aposta em descontos no crédito pessoal, riscando uma TAN de 7% e substituindo-a por uma de 6,2% e publicitando ainda uma TAEG de 10,1% em contratações até 2 de dezembro.

Já o BPI faz o seu Black Friday “sem juros” e TAEG desde 0,7% numa gama de 350 produtos que sejam adquiridos até 30 de novembro através de crédito pessoal do banco. O Bankinter opta por enviar por uma mensagem como forma de chegar aos clientes, promovendo a Black Week até 1 de dezembro com descontos na TAN do crédito pessoal através do homebanking e da app, sem adiantar valores. No Crédito Agrícola, o foco são os seus cartões de crédito, optando por esconder a taxa de juro promocional por detrás de um pano que apenas irá retirar a 29 de dezembro.

O Black Friday do BCP faz-se de descontos nos juros do crédito pessoal online.

Esta aposta no financiamento para o consumo “vem ao encontro ao que tem sido a política da banca nos últimos dois anos: de incentivar ao crédito, e principalmente o crédito ao consumo. Isto tem-se notado, nomeadamente, através da maior disponibilização de crédito à distância, através das apps e do homebanking“, começa por dizer Nuno Rico, economista da Deco Proteste a propósito dessas campanhas, acrescentando que os bancos “agora, embarcaram agora nesta onda de marketing e de consumo associada à Black Friday“.

E não houve poupanças no marketing das instituições financeiras. “Aproveite todos os descontos”, “Top Deals”, “Parabéns. Foi selecionado”, “Habilite-se a beneficiar de uma oferta especial. Esteja atento!”. São algumas das frases que os bancos estão a usar com vista a seduzir os clientes para as suas promoções de Black Friday.

Essa aposta insere-se num contexto de juros historicamente baixos, mesmo negativos, e em que os bancos têm todo o interesse em dar crédito, pelas margens que aí conseguem obter. Este segmento, a par das comissões, é de onde os bancos vão buscar uma boa parte da rentabilidade do seu negócio.

"O que nos parece errado é que é um claro incentivo também ao endividamento, e tendo em conta os valores muito significativos do crédito ao consumo que o Banco de Portugal tem vindo a divulgar, isto causa-nos alguma preocupação.”

Nuno Rico

Deco Proteste

Se em causa estiver um cliente à procura de um crédito para um fim que já estava a ponderar, que aproveite a Black Friday para ter um desconto na taxa, Nuno Rico não vê necessariamente um problema. “Não nos parece errado. O que nos parece errado é que é um claro incentivo também ao endividamento, e tendo em conta os valores muito significativos do crédito ao consumo que o Banco de Portugal tem vindo a divulgar, isto causa-nos alguma preocupação“, explica.

O Santander aposta em três frentes. Na Black Friday dá descontos nos juros do crédito pessoal, isenta anuidades e devolve valor de compras nos cartões de crédito, oferece ainda mensalidades em seguros.

A abertura da torneira do crédito por parte da banca, apoiada pela melhoria da situação financeira das famílias, levou a que a nova concessão de empréstimos ao consumo esteja máximos de mais de 15 anos. No acumulado do ano, até setembro, os bancos nacionais já disponibilizaram perto de quatro mil milhões de euros em crédito ao consumo. Seria necessário recuar até 2004 para assistir a um valor superior.

Evolução mensal da concessão de crédito ao consumo

O especialista da Deco considera que esta adesão ao crédito por parte dos consumidores está a ser feita “talvez de uma forma não ponderada e talvez com a repetição de alguns erros do passado”, mas também alerta que os bancos “estão a voltar a ter o mesmo comportamento que tiveram no passado“.

“Se antes era a tradicional carta que era enviada para casa, com ia pelo correio com um cheque fictício, agora é o dinheiro que está disponível na app“, diz Nuno Rico, acrescentando que “esta facilidade de contratação à distância, está a ser usada pela banca como forma de vender crédito“.

O Crédito Agrícola foca a sua campanha de Black Friday nos cartões de crédito, aguardando pelo dia 29 de novembro para desvendar a taxa de juro promocional que pretende oferecer.

De facto, o grosso das campanhas de descontos nos juros do crédito pessoal que os bancos estão a levar a cabo este Black Friday, têm precisamente como foco o online e as apps dos bancos.

De salientar ainda que essa forma de contratação à distância, incide por um tipo de crédito mais permeável ao risco de incumprimento, até pelo nível dos juros que lhes estão associados. No caso do crédito pessoal sem finalidade especifica, atualmente, os juros podem chegar até ao limite de mais de 13%.

No BPI, o Black Friday faz-se de crédito pessoal “sem juros” na aquisição de um gama de mas de 350 produtos.

No caso das campanhas promocionais que os bancos estão a levar a cabo neste Black Friday, os juros oferecidos estão abaixo dessa fasquia, mas ainda estão em causa TAEG em torno de 10% na maioria das campanhas.

E mesmo considerando os descontos nos juros prometidos, Nuno Rico alerta para que os consumidores leiam bem as letras miudinhas. “É necessário que o consumidor tenha a atenção se essas taxas promocionais não são só por uma duração limitada em termos de tempo, ou se se vão manter por todo o processo de crédito”, lembra Nuno Rico.

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Lloyds vai cortar salário de Horta Osório em 220 mil libras. E quer dar aumentos aos trabalhadores

  • ECO
  • 27 Novembro 2019

Banco britânico vai cortar subsídio de pensão ao português António Horta Osório para responder às críticas.

O Lloyds quer cortar a remuneração anual do seu presidente executivo, o português António Horta Osório, em mais de 220 mil libras (cerca de 250 mil euros), enquanto se prepara para gastar mais 20 milhões de libras em aumentos salariais para os trabalhadores, com o banco britânico a responder às críticas que tem sido alvo por causa da generosa política de remunerações aos executivos.

Horta Osório recebe um subsídio de pensão equivalente a 33% do seu salário, o que compara com uma média de 13% do salário que é paga aos restantes 65.000 funcionários do banco.

Agora, o banco anunciou aos seus acionistas que planeia dar a todo o staff uma contribuição anual para pensão equivalente a 15% do salário-base no próximo ano, segundo avança o Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago).

Para CEO português, esta medida implicará um corte do seu subsídio de pensão em cerca de 228 mil libras, tendo em conta o seu salário de 2019: em vez de receber um subsídio de 419 mil libras, passará a receber “apenas” 190 mil libras.

Horta Osório recebeu 6,3 milhões de libras em 2018. Este ano receberá 2,8 milhões, mais bónus.

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Votação final do OE antecipada para 6 de fevereiro para não coincidir com congresso do PSD

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

O Parlamento decidiu hoje antecipar em um dia a votação final global do OE para 2020 para não coincidir com o início do congresso do PSD.

A votação final global do Orçamento do Estado para 2020 foi antecipada um dia para 6 de fevereiro, de forma a não coincidir com o arranque do congresso do PSD, foi hoje decidido.

O deputado do PSD Duarte Pacheco explicou aos jornalistas que a decisão foi tomada hoje na Comissão de Orçamento e Finanças, tendo tido o acordo dos vários grupos parlamentares presentes e do deputado único do Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, e contando igualmente com a anuência do Governo.

A conferência de líderes parlamentares tinha marcado na sua última reunião o calendário orçamental que previa a votação final global do documento para 7 de fevereiro, primeiro dia do congresso do PSD, que arrancará pelas 21:00 em Viana do Castelo.

Habitualmente, não se realizam sessões plenárias em dias de congressos partidários, mas já aconteceu noutras ocasiões.

Hoje, a Comissão de Orçamento de Finanças antecipou em um dia essa última votação, o que implicará alguns ajustamentos na discussão na especialidade e poderá dilatar o prazo de entrega de propostas de alteração, que estava fixado em 27 de janeiro.

O calendário para a discussão e votação do OE 2020 na generalidade mantém-se, estando agendado para 9 e 10 de janeiro.

O Governo tem apontado 16 de dezembro como “data indicativa” de entrega do documento no parlamento.

O início da discussão orçamental ocorrerá no dia 06 de janeiro, já depois do encerramento do parlamento no período de Natal e Ano Novo, com audições na Comissão de Orçamento e Finanças dos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Depois da discussão e votação na generalidade, entre 13 e 27 de janeiro realizar-se-á a ‘maratona’ de audições ministeriais e de outras entidades na especialidade sobre o Orçamento do Estado.

A discussão e votação na especialidade foi também antecipada um dia, decorrendo entre 3 e 5 de fevereiro nos moldes habituais: de manhã, debate em plenário e, à tarde, votação em comissão.

No dia 6 de fevereiro, de manhã, poderá ainda haver avocações para plenário resultantes do debate da véspera, seguindo-se o encerramento do debate e a votação final global.

O objetivo fixado em conferência de líderes é que até dia 24 de fevereiro seja concluída a redação final do documento e enviado para análise do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o objetivo de entrada em vigor no primeiro dia útil do mês seguinte, 1 de março.

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Sabe o que aconteceu nos mercados na 4ª feira? Veja o vídeo

  • ECO + DIF
  • 27 Novembro 2019

Dos índices europeus aos americanos, das matérias-primas ao cambial, saiba o que está a acontecer nos mercados. Veja o vídeo dos destaques do dia, por Bernardo Barcelos, analista da DIF Broker.

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Banco de Portugal já está na base de dados da Função Pública. Tinha 1.658 trabalhadores em setembro

A base de dados da Função Pública conta pela primeira vez com informações sobre quantos trabalhadores tem o Banco de Portugal. O banco perdeu 32 trabalhadores em nove meses.

O Banco de Portugal (BdP) tinha 1.658 trabalhadores em setembro, revela a Síntese Estatística de Emprego Público que a Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP) publicou esta quarta-feira. Esta é a primeira vez que o banco central presta esta informação ao Estado e decorre de uma lei aprovada no Parlamento no final da legislatura passada, que o BdP contestou. O banco perdeu 32 funcionários em nove meses.

“No final do terceiro trimestre de 2019, o emprego nas entidades públicas que integram os subsectores das sociedades não financeiras e financeiras públicas detidas pela administração central revela um aumento de 1.609 postos de trabalho face ao final do segundo trimestre, e uma variação homóloga positiva de 5,5% (mais 1.224 postos de trabalho), devido ao registo de dados pelo Banco de Portugal, na sequência da aprovação da Lei n.º 104/2019, de 06/09”, lê-se na síntese da DGAEP.

No quadro que acompanha esta informação é possível ver que o Banco de Portugal reportou que em setembro tinha 1.658 postos de trabalho. Estes são os trabalhadores que estão em efetividade de funções pelo que comparam com os 1.690 que o Banco de Portugal revelou ter na mesma situação no último dia de 2018.

Assim, comparando o relatório anual do conselho de administração do banco central, publicado em maio, com a informação hoje conhecida através da DGAEP é possível ver que em nove meses o banco perdeu 32 trabalhadores.

Esta evolução é contrária à que o Banco de Portugal tem como meta. No relatório do conselho de administração do banco central, a instituição revelava ter como objetivo de “atingir 1.700 colaboradores em efetividade de funções em 2020”.

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Seguros responsáveis por 25% dos lucros da banca espanhola

  • ECO Seguros
  • 27 Novembro 2019

32 seguradoras têm ligações aos 15 principais conglomerados financeiros do país e contribuíram com cerca de 1,8 mil milhões de euros para os resultados desses grupos.

Em 2018, o negócio dos seguros contribuiu em 25% para os resultados da banca em Espanha, revela um estudo da consultora Afi divulgado pela imprensa espanhola.

O documento revela ainda que a rentabilidade das seguradoras ligadas a grupos bancárias é mais do dobro em relação às que são independentes. Embora no ano passado os números tenham diminuído em relação a 2017, as seguradoras contribuíram com 1809 milhões de euros para os resultados consolidados das entidades financeiras espanholas.

Estas receitas resultam das participações nas seguradoras e da distribuição de produtos através da rede bancária. Em 2017, o contributo das seguradoras foi de 1852 milhões de euros. Das 215 empresas de seguros que operavam em Espanha no final de 2018, 32 tinham ligações relevantes com 15 das principais entidades financeiras do país.

Segundo a imprensa espanhola as 32 concentram 50% do negócio segurador, embora com diferenças importantes quando se comparam os segmentos onde atuam. Por exemplo, no ramo Vida representam entre 65 a 75% da atividade mas no Não Vida ficam-se por entre os 15 e os 25%.

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Empréstimo põe em risco outlook de seguradora do Qatar

  • ECO Seguros
  • 27 Novembro 2019

Os riscos financeiros associados a um empréstimo de 310 milhões de dólares à Markerstudy podem levar a uma revisão em baixa do rating da Qatar Insurance Co (QIC) atribuído pela S&P.

A S&P Global Ratings reviu de estável para negativo a perspetiva da QIC – Qatar Insurance Co (QIC), embora tenha afirmado o rating “A” do grupo segurador. Esta passagem para negativo indica que pode vir a reduzir os ratings em um nível.

A imprensa especializada no sector segurador revela que a agência de rating está preocupada com a dívida, que terá de ser paga em 2020. Esta situação resulta de um negócio feito em 2018 e que envolveu a compra, pela empresa do Qatar, de quatro subsidiárias da Markerstudy com sede em Gibraltar.

Esta operação envolveu empréstimos relacionados com aquelas subsidiárias que têm de ser liquidados até maio do próximo ano. A QIC tem, assim, uma exposição significativa ao risco comercial e financeiro da Markerstudy, que representa 28% dos prémios anuais da QIC.

A S&P considera que qualquer falha no pagamento do empréstimo poderá pressionar o risco financeiro da QIC, que pode perder uma parte significativa dos 1000 milhões de prémios que recebe anualmente através da Markerstudy. Se esta não cumprir as suas obrigações financeiras torna-se difícil manter aquele nível de receitas.

O Markerstudy, fundado em 2001 e com cerca de 3 mil funcionários, é um grupo segurador com sede no Reino Unido, conhecido principalmente pela associação às marcas de seguros Markerstudy, Zenith e Insurance Factory.

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Global Media vende gráfica Naveprinter para financiar reestruturação

A Global Media chegou a acordo para vender a Naveprinter, condição essencial para avançar com a reestruturação do grupo que tem o JN, o DN e a TSF.

O processo de reestruturação da Global Media está em curso. A empresa liderada por Daniel Proença de Carvalho, que controla jornais como o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias ou a rádio TSF, tem um acordo para a venda da gráfica Naveprinter, situada na Maia, arredores do Porto, apurou o ECO, mas ainda não estará assinado.

Oficialmente, uma fonte do grupo escusou-se a fazer quaisquer comentários. Depois da reestruturação dívida bancária e da saída do BCP e do Novo Banco do capital da Global Media, a venda da Naveprinter é uma operação essencial para financiar a reestruturação do grupo, nomeadamente as rescisões com mais de 150 trabalhadores de um total de 600 que trabalham na Global Media.

Em setembro, o Expresso revelou o teor de encontros entre Afonso Camões e as comissões de trabalhadores, nas quais o administrador do grupo terá admitido o cenário extremo de 200 despedimentos, uma cifra que poderia ser reduzida se a Global Media conseguisse vender a sua gráfica Naveprinter, nos arredores do Porto. “A operação reduz em 60 o número de dispensas”, escreveu o Expresso (acesso pago) na altura.

O nome do comprador da Naveprinter está fechado a sete chaves, mas outra fonte do mercado assegurou ao ECO que se trata de uma operação com objetivos imobiliários. E terá sido um negócio em torno dos 12 milhões de euros, número não confirmado oficialmente.

Depois da saída do BCP e do Novo Banco, o capital da Global Media ficou dividido entre a KNJ Global Holdings Limited (chinesa), José Pedro Carvalho Reis Soeiro e Olivemedia.

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Crédito y Caución prevê desaceleração do PIB mundial em 2019

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

A seguradora de crédito à escala global prevê uma “notável desaceleração” do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para 2,5% em 2019, devido principalmente ao abrandamento do comércio global.

A seguradora Crédito y Caución afirma, em comunicado, que “o crescimento económico mundial desacelera e fragiliza-se cada vez mais” em resultado do abrandamento das trocas comerciais, provocado pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

“O comércio mundial está a abrandar e a incerteza reduz o investimento empresarial”, adianta a seguradora, adiantando que “a estabilidade do consumo das famílias na América do Norte e na Europa, que se mantém graças aos mercados de trabalho historicamente fortes, será a chave do crescimento em 2020″.

A economia da zona euro está “a abrandar mais do que o esperado”, considera a seguradora, indicando que em 2019 e 2020, o crescimento previsto para a região ficará limitado a 1,1%, menos oito décimas que em 2018.

A debilidade económica da Alemanha, cujo setor da indústria transformadora está a ser especialmente afetado pela debilidade da procura externa, e a profunda crise institucional em que a Itália está mergulhada, são as principais preocupações da região, defende a Crédito y Caución.

A seguradora refere que em França o consumo privado continua a dar notícias relativamente positivas, num contexto europeu cada vez mais sombrio, e em Espanha as famílias estão a aumentar as suas economias preventivas, pelo que o crescimento dos rendimentos não se traduzirá totalmente num aumento do consumo.

Em relação aos Estados Unidos, a seguradora refere que atravessam o período de recuperação mais longo da sua história, recordando que em 2018, o aumento da despesa pública e a redução de impostos impulsionaram as taxas de crescimento para máximos históricos.

“Quando o efeito dos estímulos desaparecerem, as perspetivas de crescimento ficam totalmente nos ombros dos consumidores”, defende a seguradora. No entanto, as perspetivas para o consumo privado são menos favoráveis do que nos últimos dois anos.

O desemprego nos Estados Unidos está no seu nível mais baixo em 50 anos, mas a criação de emprego está a começar a abrandar, indica a seguradora, acrescentando que neste contexto prevê que o crescimento do PIB dos Estados Unidos perderá sete décimas em 2019, para 2,2%.

“A desaceleração esperada para 2020 será mais significativa: ficará limitado a 1,6%”, diz ainda.

Sobre a economia do Reino Unido, que tem sido especialmente resistente à incerteza que rodeia a sua saída da União Europeia, a seguradora defende que debilitar-se-á em 2019 e 2020.

A Europa de Leste também enfrentará uma desaceleração notável de 12 décimas provocada, em grande medida, pela recessão da Turquia e pelo abrandamento da Rússia, que enfrenta importantes sanções internacionais.

Em relação à América do Sul, o crescimento previsto do PIB perderá oito décimas para 0,5% devido ao abrandamento das exportações, diz a Crédito y Caución, indicando que o Chile, a Colômbia e o Peru estão especialmente vulneráveis à evolução da guerra comercial.

Na Ásia emergente, a seguradora de crédito espera que o crescimento do PIB abrande sete décimas para 5,3% em 2019 devido à evolução da China e da Índia, os principais países da região.

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Salário médio na administração pública sobe para 1.748 euros

  • ECO
  • 27 Novembro 2019

Enquanto o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores aumentou para 1.489,60 euros, o vencimento médio acelerou para 1 748 euros. Subiu mais de 2% no espaço de um ano.

Quanto ganha um funcionário do Estado? O valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se, em julho, em cerca de 1.489,60 euros. Subiu, fruto do aumento do salário mínimo no Estado, elevando o ganho médio mensal dos funcionários para os 1.748 euros.

“Em julho de 2019, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em cerca de 1.489,60 euros, correspondendo a uma variação global média de 0,4% em relação ao mês de referência do trimestre precedente (abril 2019), e, a uma variação homóloga de 2,0%”, diz a Síntese Estatística do Emprego Público.

Este aumento é explicado essencialmente pelo efeito “da atualização do valor da remuneração base praticada no setor, que passou a ser igual ou superior a 635,07 euros, bem como do processo gradual de descongelamento de todas as carreiras”, acrescenta a síntese.

“O impacto destas medidas teve maior efeito na carreira de assistente operacional/operário/auxiliar e forças armadas, com variação positiva em relação a julho de 2018 de 4,8%”, nota, salientando que, “por outro lado, a carreira de pessoal de investigação científica apresentou uma variação negativa de 18,5% em resultado dos movimentos de entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios”.

Perante esta evolução da remuneração base média mensal, “o ganho médio mensal nas administrações públicas é estimado, para julho de 2019, em 1.748 euros, indiciando uma variação global no trimestre de 0,9%, e uma variação homóloga de 2,3%, pelos mesmos motivos referidos para a remuneração base média mensal”, remata.

“Ao longo da série (de outubro de 2011 a julho de 2019) assinala-se uma evolução semelhante da remuneração base média mensal e do ganho médio mensal, para todos os subsectores das administrações públicas de uma forma geral”, conclui a Síntese Estatística do Emprego Público.

(Notícia atualizada às 17h56 com mais informação)

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AMT dá parecer positivo e irá “acompanhar execução” de contratos de serviço público

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) vai "acompanhar a execução" dos contratos de serviço público entre o Estado e as empresas de transportes.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) irá “acompanhar a execução” dos contratos de serviço público entre o Estado e as empresas de transportes, tendo concluído um parecer positivo no âmbito deste processo, segundo um comunicado.

A entidade recordou que emitiu um “parecer prévio vinculativo quanto aos contratos de serviço público a celebrar entre o Estado e a CP – Comboios de Portugal, e entre o Estado e a Transtejo – Transportes e a Soflusa”. “O sentido dos pareceres é positivo, considerando-se que os contratos cumprem as normas legais nacionais e europeias aplicáveis à celebração de contratos de serviço público”, desde que cumpram algumas regras, ressalvou a AMT.

Pelo seu cumprimento [dos contratos] são atribuídas compensações, tendo em conta os gastos e rendimentos associados à exploração sob obrigações de serviço público e com base na contabilidade adequada dos serviços que devem ser prestados”, referiu o regulador.

Além disso, a AMT destacou que estes instrumentos devem impor “obrigações de serviço público de forma expressa e detalhada, por referência a elementos específicos, objetivos e quantificáveis”.

Por fim, o organismo destacou que os contratos devem estabelecer “incentivos para o desenvolvimento de uma prestação de serviços de maior qualidade e que permitem a sua apreciação objetiva, incluindo diversas obrigações de pontualidade e regularidade e qualidade, e com a aplicação de consequentes penalidades por eventual incumprimento”.

A AMT indicou ainda que “foram efetuadas diversas determinações e recomendações” a estes contratos, nomeadamente no “ajuste de disposições contratuais, reforço de obrigações de reporte de informação, do ponto de vista operacional, económico e financeiro, avaliação anual dos pressupostos da exploração, monitorização do cumprimento das obrigações de serviço público e exigente relação e informação com os passageiros”.

O regulador assegurou que “irá acompanhar a execução contratual, de forma a garantir que, a todo o tempo, se cumprem os normativos legais citados”. Prometeu ainda divulgar estes pareceres, “salvaguardados os elementos sujeitos a confidencialidade”, depois da conclusão de todos os procedimentos administrativos necessários.

A CP vai assinar na quinta-feira, o contrato de serviço público com o Estado, pela primeira vez na sua história, de acordo com fonte do Ministério das Infraestruturas e Habitação. A empresa poderá contar agora com a definição de um conjunto de obrigações de serviço, como por exemplo, o tipo de serviços que deve existir em cada linha e estação da rede e o número de comboios por dia que devem efetuar esses serviços.

No contrato ficam também fixadas regras em relação ao tarifário a aplicar e às garantias dadas aos passageiros. A Transtejo e a Soflusa ainda aguardam a assinatura dos contratos.

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Q&A: Multicare propõe incentivos para seguros no IRS

  • ECO Seguros
  • 27 Novembro 2019

A seguradora de saúde alerta que os custos com sinistros também aumentam e que seria benéfico potenciar a contratação de seguros de saúde através de maiores incentivos no IRS.

Respondendo a perguntas de ECOseguros, fonte oficial a Multicare, um dos maiores operadores de seguros de saúde em Portugal, considera que o sucesso do seguro vai além das deficiências no Serviço Nacional de Saúde.

Como vê a evolução do mercado dos seguros em 2019?

O ano de 2019 será marcado pelo crescimento do mercado dos seguros de saúde, não só pela maior penetração dos seguros individuais mas também dos seguros contratados pelas empresas para os seus colaboradores no âmbito de benefícios sociais.

As deficiências no SNS irão potenciar mais a procura das pessoas por soluções alternativas como seguros de saúde?

O aumento da capacidade e da qualidade dos serviços de saúde prestados pelos privados e os problemas do SNS, são aspetos fundamentais que têm contribuído inequivocamente para o aumento da procura dos seguros de saúde. Mas acreditamos na complementaridade entre SNS e privados e que não são apenas os problemas do SNS que fazem crescer a penetração dos seguros de saúde. Na Multicare a abordagem no âmbito da prevenção, com o incentivo de comportamentos mais saudáveis, a qualidade da rede de prestadores, a aposta na tecnologia e inovação, e a abrangência das coberturas, têm sido decisivas para o crescimento que temos tido.

Porém, esta realidade tem sido acompanhada pelo aumento dos custos com sinistros. Vários fatores contribuem para este facto, tais como o aumento da esperança média de vida e das doenças crónicas que lhe estão associadas, aumento das doenças civilizacionais, tais como doenças cardiovasculares, diabetes e cancro, e ainda o desenvolvimento tecnológico nas terapêuticas e no diagnóstico cada vez mais sofisticados mas também mais caros, com impacto direto nos custos das seguradoras.

A hipótese de deduzir os pagamentos em seguros de saúde no IRS potenciaria mais a solução de seguros de saúde complementares ao SNS e seria mais justo?

Claro que sim. Atualmente quem tem seguro de saúde e se trata no setor privado reduz a despesa no setor público. Assim, consideramos que seria benéfico potenciar a contratação de seguros de saúde através de maiores incentivos no IRS, mas sempre mantendo e incentivando a complementaridade entre SNS e privados.

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