PER da Orey pode custar 10 milhões à banca nacional
Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novo Banco, Santander Totta e BBVA Portugal estão entre os credores da Orey Antunes. PER da sociedade liderada por Duarte d'Orey ameaça 10 milhões dos bancos.
Entre os principais credores da Orey Antunes, que há cerca de duas semanas avançou com um pedido de processo especial de revitalização (PER), envolvendo um perdão de dívida de 50 milhões de euros, estão vários bancos portugueses, cuja exposição à sociedade liderada por Duarte d’Orey ascende a aproximadamente 10 milhões.
No total, são cerca de 350 credores que estão identificados numa auditoria realizada à Orey Antunes, que apresenta dívidas de 60 milhões de euros e procura agora a viabilidade “através da implementação de medidas de regularização do passivo que assegurem a viabilidade da sociedade a longo prazo”.
Como o ECO avançou, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novo Banco, Santander Totta e BBVA Portugal estão entre os credores da Orey, sociedade fundada em 1986 e com atividades que vão desde a logística e transportes até a serviços financeiros. Os créditos destes cinco bancos ascendem a 9,52 milhões de euros.
No caso do banco público, está em causa um financiamento de 4,5 milhões de euros à Orey com garantia de ações do fundo OCP SICAR, através do qual a Orey Antunes controla os principais ativos que detém, nomeadamente os negócios de transporte e logística em Portugal e Espanha (empresa Horizon View) e Angola e Moçambique (empresa Lynx BV). A OCP SICAR controla ainda as chamadas “empresas técnicas” ASN e OIR. Ao ECO, a CGD disse há duas semanas que estava “surpreendida com a entrada do PER”. O banco público chegou a tentar pedir a insolvência da Orey, revelou o Jornal de Negócios.
Já o BCP tem um crédito de 3,45 milhões de euros a reclamar da Orey Antunes. O ECO contactou o banco liderado por Miguel Maya, mas não quis comentar o caso.
Com exposições mais reduzidas surgem os outros bancos. O Santander Totta tem um crédito a haver no valor de 730 mil euros, por via de uma garantia bancária prestada à empresa. O Novo Banco tem obrigações da sociedade no valor de cerca de 450 mil euros. E ao BBVA Sucursal Portugal a Orey deve 350 mil euros devido a um contrato de empréstimo.
Orey deve 3,3 milhões ao Fisco
Entre os afetados pelo PER estão várias entidades, desde o Fisco, Segurança Social, Associação Portuguesa de Bancos e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresas de auditoria e consultoria (PwC, Auren Auditores), empresas de serviços (EDP, Vodafone, Reuters, 2045 Empresa de Segurança, entre outros), sociedades de advogados (Linklaters, Morais Leitão), fundos de pensões.
A Autoridade Tributária, por exemplo, reclama um crédito de 3,27 milhões de euros, segundo uma lista de credores elaborada pela auditora Auren. As dívidas a institutos da Segurança Social ascendem a quase 30 mil euros.
Muitos dos credores são obrigacionistas da Orey Antunes. À cabeça deles está a Ares Lusitani, uma sociedade de titularização de créditos, que emprestou 7,64 milhões de euros à empresa. O processo de recuperação da Orey Antunes avançou porque a Ares Lusitani manifestou vontade em encetar negociações conducentes à revitalização da empresa.
Entre os maiores obrigacionistas da Orey Antunes estão ainda a Clearstream Banking (4,66 milhões), a Orey – Gestão Imobiliária (2,98 milhões), a seguradora GNB Vida (2,55 milhões) e a Mejor Impresion (2,55 milhões).
Os credores tinha 20 dias para reclamar créditos, segundo anunciou a Orey Antunes no passado dia 10.
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