Marta Temido: “A greve dos enfermeiros foi considerada ilícita”

O parecer enviado pela PGR ao Ministério da Saúde indica que a greve é ilícita. Sindicato garante que a greve vai continuar até decisão do tribunal ou negociação com o Governo.

O parecer da Procuradoria-Geral da República indica que a greve cirúrgica dos enfermeiros foi considera ilícita, segundo anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, esta sexta-feira. O sindicato garante que até que haja uma decisão do Tribunal ou negociação com o Governo, a greve não está desconvocada.

“De acordo com o parecer [da PGR], a greve que estava convocada foi considerada ilícita e ilegal. Como tal, se o parecer for homologado pela ministra da Saúde — e já o foi — torna-se vinculativo”, afirmou Marta Temido, clarificando que a decisão será agora publicada em Diário da República. “Deverá ser acatado por todas as instituições abrangidas pela greve e pelos profissionais abrangidos”, referiu, apontando para segunda-feira como o primeiro dia para entrar em vigor.

Segundo a ministra, há duas razões que justificam a decisão da PGR. Por um lado, a procuradoria considerou que o pré-aviso não especificava a forma como a greve se iria desenvolver e, por outro, foram levantadas questões relativamente ao financiamento colaborativo.

“Houve um primeiro pedido de parecer que foi feito antes do primeira greve e esse primeiro parecer foi no sentido que não havia elementos suficientes sobre a ilicitude da greve. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu pedir um segundo parecer”, afirmou Marta Temido, explicando que o documento analisa informações sobre a primeira greve, mas as que se seguem têm o mesmo formato.

A atual (e segunda) greve dos enfermeiros decorre desde quinta-feira da semana passada e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de dez hospitais públicos. A primeira “greve cirúrgica” decorreu em blocos operatórios de cinco centros hospitalares entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, tendo levado ao adiamento de mais de 7.500 cirurgias.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma ‘online’ para financiar as paralisações, num total de 740 mil euros. O Conselho de Ministros tinha já decretado uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios, alegando também incumprimento da prestação de serviços mínimos e à qual os enfermeiros responderam com uma providência cautelar.

“A lei impede-nos de decretar uma lei específica para os blocos operatórios. O facto de os enfermeiros se organizarem num serviço não faz da lei ilegal, pelo que nos dizem os nossos advogados”, afirmou Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), em declarações à RTP.

“O sindicato não tem intenção de suspender a greve. Só quando o Ministério quiser negociar”, disse. Os principais pontos de discórdia são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros. “Não me parece que as palavras do Ministério sejam suficientes para tornar algo ilegal”, acrescentou a dirigente sindical.

(Notícia atualizada às 20h50)

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Francisco Nogueira Leite sai da presidência da Parvalorem

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2019

O mandato do Conselho de Administração tinha terminado a 31 de dezembro de 2017. O gestor permaneceu 14 meses à frente da empresa além do prazo em questão.

O presidente do Conselho de Administração da gestora dos ativos ‘tóxicos’ do BPN, a Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, vai ser substituído no cargo que exerce desde 2012, confirmou o próprio à agência Lusa.

“Na medida em que o Ministério das Finanças já confirmou essa informação cumpre-me igualmente fazê-lo, referindo que considero esse facto normal”, afirmou o gestor numa resposta enviada por e-mail à agência Lusa.

Esta tarde, o jornal Público revelou que a informação da substituição já tinha sido comunicada a Nogueira Leite pelo Ministério das Finanças, bem como aos trabalhadores da Parvalorem, por parte da administração.

“Como é do conhecimento público, o Conselho de Administração exerceu funções desde agosto de 2012 e concluiu já o seu mandato em 31 de dezembro de 2017, isto é, durante seis anos e meio“, referiu Francisco Nogueira Leite, numa referência aos 14 meses em que permaneceu à frente da empresa para lá do período seu mandato.

O gestor acrescentou ainda que “as contas do exercício de 2017 encontram-se há muito encerradas e auditadas carecendo apenas da aprovação em sede de Assembleia Geral“, a mesma que servirá para eleger os novos órgãos sociais da Parvalorem.

“Gostava de garantir que a transição de funções, igualmente em consonância com a tutela, decorrerá com toda a colaboração e disponibilidade”, concluiu, considerando o seu tempo à frente da Parvalorem “uma experiência profissional particularmente intensa”. Do Conselho de Administração da gestora de participações fazem parte também Bruno Castro Henriques e Maria Paula Poças.

Contactado pela agência Lusa, o Ministério das Finanças não comentou a substituição. A Parvalorem foi criada em 2010 para ficar com os ativos ‘tóxicos’ do ex-BPN, e no final de 2016 registou um prejuízo de 190,4 milhões de euros, contra um de 275,7 milhões de euros em 2015.

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Governo apresenta proposta de lei para cuidador informal

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2019

As medidas de apoio foram apresentadas esta sexta-feira, em conferencia de imprensa, no Ministério do Trabalho e Segurança Social, e serão posteriormente debatidas na Assembleia da República.

O Governo apresentou esta sexta-feira uma proposta de lei com medidas de apoio ao cuidador informal, que irá funcionar através de projetos-piloto em todo o pais, a serem avaliados ao fim de um ano.

As medidas de apoio foram apresentadas, em conferencia de imprensa, no Ministério do Trabalho e Segurança Social, e serão posteriormente debatidas na Assembleia da República, com os projetos sobre a mesma matéria do Bloco de Esquerda e do CDS/PP.

O Conselho de Ministros aprovou na passada quinta-feira a proposta de lei que estabelece as medidas de apoio ao cuidador informal, mas os detalhes só vão ser conhecidos no início da próxima semana, quando for feita a sua apresentação pública.

Esta proposta, segundo explicou na altura o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, “será objeto de uma apresentação pública e detalhada no início da próxima semana” pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, momento para o qual remeteu o esclarecimento de todos os pormenores.

“Trata-se de reconhecer um conjunto de medidas de apoio aos cuidadores informais e pessoa cuidada, que devem ter um conjunto de direitos que são aqui previstos através desse diploma”, disse Tiago Antunes.

Esta proposta de lei, garantiu o secretário de Estado, “está perfeitamente em linha com o que está previsto sobre esta matéria no Orçamento do Estado para 2019 que prevê de facto a realização, no imediato, de projetos-piloto de apoio a cuidadores informais”. “O diploma, contudo, não se limita a regular os projetos-piloto”, garantiu. Assim, está prevista a existência de “um conjunto de medidas vastas de apoio a cuidadores informais”.

A aprovação do estatuto de cuidador informal na atual legislatura tem sido defendida pelo Presidente da República, garantindo Marcelo Rebelo de Sousa que ia fazer “muita pressão” nesse sentido. No parlamento, está o projeto de lei do BE para criar o Estatuto do Cuidador Informal, cuja votação na especialidade está agendada para dia 21 de fevereiro.

O Governo aprovou recentemente a proposta de Lei de Bases da Saúde mas sem reconhecer o estatuto do cuidador informal, algo que segundo a ministra da Saúde não era necessário estar contemplado na proposta. Segundo a Associação Nacional de Cuidadores Informais, as medidas esperadas devem visar aspetos como os horários e direitos laborais a quem é cuidador mas ainda trabalha.

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

 

Números da Direção Geral da Administração e do Emprego Público indicam que o emprego na Função Pública voltou a aumentar no ano passado.

O ministro do Ambiente reiterou que o Governo vê com muitos bons olhos os princípios da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) à elétrica liderada por António Mexia.

O CDS apresentou esta sexta-feira uma moção de censura ao Governo de António Costa, numa altura de contestação social. PCP e BE já anunciaram que vão votar contra.

A agência liderada por Cristina Casalinho agendou dois leilões de bilhetes do Tesouro com maturidade em 2019 e 2020. Pretende captar até 1.250 milhões de euros.

A bolsa nacional recuperou da queda no início da sessão e encerrou a somar 1%, impulsionada pelos títulos do BCP. A impedir uma maior subida esteve a EDP.

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Matos Fernandes responde à Elliott: “EDP vender o Brasil não nos parece uma ideia muito feliz”

O ministro do Ambiente reiterou que o Governo vê com muitos bons olhos os princípios da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) à elétrica liderada por António Mexia.

O Governo continua a ver com muitos bons olhos os princípios da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) à elétrica liderada por António Mexia. Numa entrevista à Reuters, depois de conhecidas as recomendações do fundo ativista Elliott, João Matos Fernandes defende que a proposta do fundo norte-americano para a EDP de venda do negócio no Brasil “não é muito feliz”.

“Sem me meter nunca a fazer comentários sobre aquilo que os acionistas [da EDP] fazem, a ideia [da Elliott] de vender o Brasil não nos parece uma ideia muito feliz“, afirmou o ministro do Ambiente e Transição Energética.

O fundo ativista Elliott, que está há poucos meses na estrutura acionista da elétrica, está contra a OPA da CTG e expressou a oposição em relação à operação, esta quinta-feira. Salientou que valor apresentado pelos chineses é baixo, propôs o chumbo da OPA e defendeu um novo rumo para a EDP que passa pela venda de ativos.

O fundo sugeriu a alienação de parte do negócio da distribuição de eletricidade na Península Ibérica e a EDP Brasil, ao mesmo tempo que reforça a aposta nas renováveis, nos EUA. Esta combinação permitiria, diz o Elliott, elevar a cotação para os 4,33 euros. A CTG só oferece 3,26 euros e as ações fecharam esta sexta-feira nos 3,25 euros. A administração de António Mexia agradeceu a sugestão e disse que iria analisar “cuidadosamente” as propostas.

“A EDP é livre de tomar as decisões que quiser tomar, mas vender o Brasil — sair do Brasil — não nos parece que seja importante para aquilo que a EDP representa para a economia nacional. E [a EDP] quererá certamente ser cada vez mais um player mundial no contexto das renováveis”, sublinhou o ministro, esta sexta-feira, à Reuters.

Governo reforça apoio à CTG

João Matos Fernandes realçou que “o Governo português já se pronunciou no sentido de ver com muitos bons olhos aquilo que são os princípios desta OPA que foi lançada relativamente à EDP”. Considera que “é uma OPA que robustece a EDP, concentrando-a em Portugal a sede de um conjunto de ativos que a EDP tem pelo mundo fora”.

Desde que foi lançada em maio, a OPA tem vindo a arrastar-se e esta foi a primeira vez que um acionista se pronunciou sobre a oferta, depois de as administrações da EDP ter considerado o preço como baixo. Até ao momento, a CTG ainda não registou a oferta em Bruxelas, condição necessário para a chegada da operação ao mercado.

A regulação é vista como um dos principais entraves. Os analistas já alertaram que Direção Geral da Competição europeia poderá chumbar a OPA se considerar que viola as regras europeias de concorrência relativas ao unbundling, ou seja, a obrigatoriedade de separar a produção e a distribuição de eletricidade do transporte.

A CTG, que já é o maior acionista da EDP (responsável pela produção e distribuição de eletricidade no país), é detida pelo Estado chinês. Da mesma forma, também a China State Grid, maior acionista da REN (responsável pelo transporte de eletricidade) tem capital do Estado chinês.

“Sobre o correr da OPA propriamente dita, nós não temos nada a dizer. É uma empresa privada e [a CTG] é o maior dos acionistas que está a conduzir esta OPA”, sublinhou Matos Fernandes. “A EDP é uma empresa fundamental para que se cumpram os objetivos de descarbonização do Governo, até porque o setor eletro-produtor é um setor chave para que Portugal seja neutro em carbono em 2050”, acrescentou.

(Notícia atualizada)

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Da esquerda à direita, o que já se disse sobre a saída de Carlos Costa do Banco de Portugal?

Quase todos os partidos já se pronunciaram sobre o projeto de resolução do Bloco de Esquerda que vai recomendar ao Governo a exoneração do governador do Banco de Portugal.

O Governador do Banco de Portugal está a ser alvo de duras críticas, vindas de vários quadrantes políticos. Isto porque a auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD) aponta para uma série de irregularidades na concessão de créditos, numa altura em que Carlos Costa era administrador do banco público. Quem já disse o quê sobre o governador do Banco de Portugal?

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À boleia do BCE, BCP dispara mais de 3%. Lisboa avança

A bolsa nacional recuperou da queda no início da sessão e encerrou a somar 1%, impulsionada pelos títulos do BCP. A impedir uma maior subida esteve a EDP.

A bolsa nacional abriu em queda, mas conseguiu fechar o dia em alta. Subiu mais de 1%, beneficiando da forte valorização dos títulos do BCP que dispararam mais de 3%, animados pela perspetiva de novas empréstimos do BCE. A Galp Energia também deu um forte impulso, enquanto a EDP impediu um ganho mais expressivo do PSI-20.

O PSI-20 somou 1,07% para 5.141,96 pontos, acompanhando o cenário positivo que se viveu na Europa. O Stoxx 600 somou 1,36% para 368,76 pontos, enquanto o espanhol Ibex-35 valorizou 1,98% e o francês CAC-40 subiu 1,79%.

A contribuir para este desempenho do principal índice bolsista nacional estiveram os títulos do BCP que ganharam 3,43% para 0,235 euros, após duas sessões consecutivas de quedas. Esta valorização acontece depois de Benoit Coeure, membro do Banco Central Europeu (BCE) ter dito que a instituição está a discutir a hipótese de lançar novos empréstimos baratos para os bancos, de acordo com a Reuters.

Ainda a impulsionar o PSI-20 estiveram as ações da Galp Energia que somaram 2,75% para 14,385 euros, pela quinta sessão consecutiva. Este desempenho da petrolífera acontece numa altura em que o preço do barril de petróleo valorizou nos mercados internacionais: o barril de Brent somou 2,08% para 65,91 dólares e o WTI avançou 2,1% para 55,55 dólares.

As cotadas do papel também contribuíram para este desempenho: a Navigator somou 1,25% para 4,222 euros, a Altri valorizou 0,41% para 7,33 euros e a Semapa ganhou 1,46% para 15,3 euros.

A impedir uma subida mais expressiva do índice estiveram os títulos da EDP que recuaram 0,37% para 3,248 euros e os da REN que desvalorizaram 0,15% para 2,598 euros. No setor, a EDP Renováveis cresceu 1,51% para 8,09 euros. Ainda nas quedas, destaque para os títulos da Jerónimo Martins que recuou 0,16% para 12,745 euros.

(Notícia atualizada às 17h07 com mais informação.)

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IGCP volta ao mercado. Quer 1.250 milhões em dívida de curto prazo

A agência liderada por Cristina Casalinho agendou dois leilões de bilhetes do Tesouro com maturidade em 2019 e 2020. Pretende captar até 1.250 milhões de euros.

Depois do primeiro leilão de obrigações do Tesouro do ano, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública — IGCP vai realizar dois leilões de bilhetes do Tesouro (BT) na próxima semana. Pretende captar até 1.250 milhões com títulos a três e nove meses.

“O IGCP vai realizar no próximo dia 20 de fevereiro, pelas 10h30, dois leilões das linhas de bilhetes do Tesouro com maturidades em 17 de maio de 2019 e 17 de janeiro de 2020, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros”, anunciou a agência liderada por Cristina Casalinho, em comunicado.

Esta operação acontece após o IGCP ter realizado o primeiro leilão de obrigações do ano. Vendeu títulos a dez e 15 anos, sendo que no prazo mais curto a taxa foi a mais baixa de sempre, em torno dos 1,5%.

O leilão de dívida aconteceu depois de uma emissão sindicada logo a abrir o ano, que permitiu captar uma importante fatia do financiamento necessário para este ano. Depois da operação com recurso a um sindicato bancário foi realizada uma troca de títulos que permitiu ao Estado alongar a maturidade da dívida portuguesa.

Tanto a troca de dívida como as emissões de longo prazo fazem parte da estratégia de Cristina Casalinho de alongar os prazos de reembolso. Nos próximos dois anos, Portugal terá de enfrentar uma série de amortizações de títulos que atingem as maturidades, incluindo 21 mil milhões de euros este ano, antes de uma redução até aos nove mil milhões de euros em 2020.

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Greves travaram ganhos salariais no Estado. Salário médio foi de 1.471,2 euros

Números da Direção Geral da Administração e do Emprego Público indicam que o emprego na Função Pública voltou a aumentar no ano passado.

O número de funcionários públicos voltou a aumentar em 2018. Desde que António Costa chegou à liderança do Governo, o emprego na Função Pública já cresceu em 24 mil pessoas, segundo dados da Direção Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

No final de 2018, a Função Pública (Administração Central e Local) aumentou para um total de 683 mil pessoas. Assim, no período da geringonça, o emprego no Estado subiu 3,7%. O crescimento foi especialmente expressivo no ano passado devido ao processo de regularização extraordinária de vínculos precários.

Em comparação com o final de 2017, a subida no emprego do Estado foi de 2,1%, ou seja, mais 14 mil postos de trabalho. O balanço do ano foi positivo tanto na administração central (com mais 6.621 postos de trabalho) como na administração regional e local (com mais 7.217 empregos).

“Na administração central, os contributos para o saldo final dos fluxos de entradas e saídas de trabalhadores registados no ano de 2018 são explicados essencialmente por: no Ministério da Educação, pelo movimento de assistentes operacionais, de técnicos superiores para atividades de enriquecimento curricular (AEC) e de docentes contratados para o ano letivo 2018/2019“, explica o relatório. Ainda na educação, também contribuíram os novos contratos de docentes universitários e do ensino politécnico.

Já na administração local, o balanço final foi de mais 6.647 postos de trabalho no ano de 2018. Nos Municípios, o aumento foi de 5.152 postos de trabalho e nas Freguesias de 1.323 postos de trabalho “por efeito, entre outros, das novas entradas no âmbito do processo de regularização extraordinária de vínculos precários”, segundo a DGAEP.

Greves travaram salário. Remuneração base ficou nos 1.471,2 euros

A remuneração base média dos trabalhadores da Função Pública situou-se em 1.471,2 euros em outubro do ano passado (mês de referência no trimestre), o que representa uma subida homóloga de 0,7%. Já o ganho médio mensal nas administrações públicas é estimado em 1.721,80 euros, ou seja, mais 1,7% que no mesmo mês do ano anterior.

Por um lado, o efeito conjugado dos movimentos de entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios e do processo faseado de descongelamento de carreiras, progressões e promoções levou ao aumento nos salários. No entanto, “as ausências, em particular por motivo de greve, explicam decréscimos na remuneração base pelo efeito do aumento do número trabalhadores que não receberam a remuneração completa no mês de referência“.

Entre os vários subsetores da administração central, o maior aumento homólogo nos ganhos médios mensais foi registado no Ministério da Saúde (4,3% para 2.077,6 euros). Em sentido contrário, o maior decréscimo aconteceu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde caíram 5,6% para 3.575,2 euros.

(Notícia atualizada às 17h20)

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“Governo falha às pessoas”. Cristas avança com moção de censura ao Executivo de Costa

O CDS apresentou esta sexta-feira uma moção de censura ao Governo de António Costa, numa altura de contestação social. PCP e BE já anunciaram que vão votar contra.

A contestação social, a sobreposição da agenda eleitoral da geringonça às responsabilidades governativas e a remodelação em curso são as principais críticas do CDS ao Governo. O partido liderado por Assunção Cristas apresentou esta sexta-feira uma moção de censura ao Executivo de António Costa.

“O Governo está esgotado”, diz o texto da moção do partido de Assunção Cristas. “É um Governo que cria problemas e é incapaz de encontrar soluções. As críticas dos partidos que constituem a sua base de apoio são constantes, a paz social está em rutura e vários setores da nossa sociedade exasperam com a arrogância e a falta de diálogo do executivo”, refere o documento. “O Governo falha às pessoas”, remata Cristas.

A moção de censura é apresentada no segundo dia de greve da Função Pública. Mais de duas dezenas de hospitais de várias zonas do país apresentaram uma adesão entre os 75% e os 100% no turno da noite, segundo dados da Frente Comum. Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

“Para o CDS a ideologia não pode estar acima da saúde dos portugueses, nem ser arma de negociação partidária”, sublinhou Cristas. A líder centrista acusou o Governo de quer retirar o setor social e o setor privado da prestação de cuidados públicos de saúde, referindo-se à PPP de Braga e à polémica da ADSE.

“Por puro fanatismo ideológico o Governo quer acabar com a ADSE e retirar a um milhão e duzentos mil beneficiários a escolha de cuidados de qualidade. Pior, esta opção vai afetar dez milhões de portugueses que vão ter de recorrer a um SNS ainda mais exaurido”, afirmou.

Também as mudanças no Governo são alvo de crítica. Ainda não se sabe quantos ministros irão sair e entrar, mas António Costa já confirmou que as alterações irão acontecer. “A própria remodelação governamental já não é um exercício de governação, mas uma mera conveniência eleitoral e de propaganda que nada acrescenta”, acrescentou o CDS.

Apoio dos partidos não é certa. Cristas acredita que portugueses querem eleições antecipadas

O CDS acusa o Executivo liderado por António Costa de sobrepor a agenda eleitoral da geringonça às responsabilidades governativas. “Expõe cada vez mais as clivagens, o confronto e o radicalismo ideológico dos partidos que apoiam o Governo por um lado e que a preocupação central do Partido Socialista é a propaganda eleitoral, por outro, prometendo agora tudo o que não fez ao longo de três anos e meio”, sublinha.

Esta é a segunda vez que o CDS apresenta uma moção de censura ao Governo. A primeira foi em 2017, na sequência dos incêndios de verão que mataram mais de 100 pessoas. Assunção Cristas não quis deixar passar a “falha de Estado”.

Além disso, o CDS pretende testar o posicionamento político dos outros partidos. Em apenas um deles houve uma mudança de liderança face à primeira e única moção de censura ao Executivo. Em outubro de 2017, o PSD era liderado por Pedro Passos Coelho. Agora é Rui Rio que está à frente do partido.

Assunção Cristas afirmou, esta sexta-feira, que não sabe se terá o apoio dos restantes partidos, mas considera que os portugueses preferem eleições antecipadas. “Este é um momento de clarificação para todas as forças partidárias do Parlamento. Os partidos à esquerda — que tanto apoiam o Governo como fazem oposição — terão a oportunidade de mostrar de que lado estão. Também o PSD terá uma oportunidade”, disse.

Questionada na conferência de imprensa se não teme ficar a própria liderança enfraquecida, Cristas afirmou: “É preferível irmos já para eleições do que termos oito meses de campanha de um Governo que já não governa. O CDS entende que tem a seu lado muitos portugueses que consideram que o Governo já não governa”.

A moção de censura ao Governo, apresentada pelo CDS em 2017, foi chumbada pelos partidos da esquerda, na Assembleia da República. Apesar dos avisos deixados pelo BE, PCP, Verdes, e PAN, o primeiro-ministro António Costa passou no teste do Parlamento. Este novo teste à geringonça acontece a dois meses das europeias e oito das legislativas e com o último Orçamento do Estado já aprovado.

Bloco e PCP contra a moção

Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP vão votar contra a moção de censura ao Governo, anunciada esta sexta-feira pela líder do CDS, noticia o Observador. Os líderes parlamentares dos dois partidos dizem que a moção se trata de uma jogada política para disputar o eleitorado de direita. João Oliveira, o líder da bancada comunista, falou de uma “encenação”. “É uma iniciativa que não pode ser levada a sério”, assinalou, acrescentando que “há certamente opções do Governo e do PS que são merecedoras de crítica e de censura, que são as opções de convergência com o PSD e com o CDS. Essas opções sim deviam ser censuradas. Mas não é a isso que se destina a moção de censura do CDS e, por isso, o PCP votará contra”.

Também Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, disse que o partido percebe que a moção de censura “tem mais a ver com o estado da direita do que com a realidade do país”. “O CDS utiliza a moção de censura para a campanha eleitoral. Não nos merece qualquer tipo de acompanhamento”, acrescentou.

Praticamente antes de nascer, esta moção política já não conta para o trabalho político e para a decisão política“, assinalou Carlos César esta tarde no Parlamento. “O CDS parece ter uma única preocupação: disputar as próximas eleições numa posição privilegiada face aos outros partidos de direita. (…) Pretende embaraçar o PSD”, disse ainda o líder parlamentar do PS.” Esta moção de censura não é uma iniciativa política do CDS que olhe de frente o país. É uma iniciativa que olha de lado o PSD”, disse ainda.

O debate da moção do CDS-PP no Parlamento está marcado para a próxima quarta-feira.

(Notícia atualizada às 17h16.)

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Negociações com professores começam nos “próximos vindouros dias”

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2019

O ministro da Educação anunciou que as negociações com os professores sobre o OE2019 começam nos "próximos vindouros dias", garantindo que o Governo se vai sentar à mesa com “boa-fé".

O ministro da Educação anunciou que as negociações com os professores sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2019 começam nos “próximos vindouros dias”, garantindo que o Governo se vai sentar à mesa com “boa-fé”. Em Braga, à margem da cerimónia da atribuição do doutoramento ‘honoris causa’ pela Universidade do Minho ao ex-ministro da Justiça Laborinho Lúcio e a frei Bento Domingues, o ministro Tiago Brandão Rodrigues disse que “chegou o tempo” de cumprir o estipulado no OE2019 e negociar em concertação social com os docentes.

“Nos próximos vindouros dias teremos essa negociação que está inscrita no OE e que dissemos que iríamos fazer e cumprir”, anunciou o governante. Segundo Tiago Brandão Rodrigues, “chegou o tempo, é agora oportuno” e o Ministério da Educação está a falar com o Ministério das Finanças “para acertar agendas” para se poder concertar, depois, com os sindicatos.

Sobre o ponto de partida do Governo para a negociações com os professores, que continuam a exigir que lhes seja reconhecido o tempo de serviço congelado de nove ano, quatro meses e dois dias, Tiago Brandão Rodrigues disse que parte para a mesa negocial de “boa-fé”.

“O Governo parte para estas negociações como sempre parte para todas as negociações, sempre com boa-fé negocial. É assim que faremos também esta negociação, sempre com boa-fé e para fazer a concertação negocial que se faz com os sindicatos que representam os trabalhadores e é importante estar nessa mesa com os sindicatos”, afirmou.

Quanto ao impacto da greve da Função Pública, jornada de luta que cumpre esta sexta-feira o seu segundo dia, nas escolas, o ministro da Tutela não quis comentar: “É uma greve da Função Publica, não é especificamente dos professores. Não vou fazer nenhum comentário específico relativamente a facto dos professores a fazerem e sabemos que nas nossas escolas não temos equipas só de professores”, referiu.

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Rio admite que eleições em Espanha possam contagiar economia portuguesa

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2019

O social-democrata, que falava no final da visita ao Porto do candidato do PPE à Comissão Europeia, Manfred Weber, considerou, contudo, que a economia portuguesa é hoje mais aberta.

O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu esta sexta-feira que a convocação de eleições legislativas em Espanha pode ter um efeito de contágio na economia portuguesa, apesar de considerar que, a haver impacto, este possa ser menor que no passado.

“Obviamente, a economia têm uma grande integração com a economia espanhola e, portanto, qualquer quebra da economia espanhola reflete-se negativamente em Portugal, qualquer crescimento adicional da economia espanhola reflete-se positivamente”, defendeu.

O social-democrata, que falava no final da visita ao Porto do candidato do PPE à Comissão Europeia, Manfred Weber, considerou, contudo, que a economia portuguesa é hoje mais aberta pelo que o impacto pode ser menor que no passado. “As exportações já representaram mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), terá de ser mais ainda, mas, enfim, já estão razoavelmente dispersas e, portanto, espero que, a haver um impacto negativo não seja assim tão forte quanto isso”, sustentou.

O primeiro-ministro socialista espanhol, Pedro Sánchez, convocou esta sexta-feira eleições legislativas antecipadas para 28 de abril próximo, as terceiras em menos de quatro anos, depois de o parlamento ter chumbado o seu projeto de Orçamento para 2019. A decisão foi anunciada depois de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros do Governo minoritário do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que durou uma hora.

Pedro Sánchez justificou o seu anúncio porque “entre não fazer nada”, continuando a governar com o orçamento do chefe do Governo anterior, Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP, direita), e “dar a palavra aos espanhóis”, prefere a segunda opção.

O presidente do PSD disse ainda que a visita de Manfred Weber, candidato do PPE à Comissão Europeia, representa importante estreitar de relações, no sentido de garantir que “depois das eleições Portugal tenha um porta aberta para resolver os problemas nacionais. Para Rio, as próximas eleições europeias são “muito importantes”, pelo que o país deve reforçar a sua participação para garantir que “tem mais força na Europa”.

A visita a Portugal de Manfred Weber centrou-se nos temas da saúde – em particular a luta contra o cancro – a inovação, a demografia, a agricultura e as pescas. Esta sexta-feira no Porto, o candidato do PPE visitou as caves dos vinhos do Porto e sentou-se com os dirigentes do setor vitivinícola. Weber visitou ainda o Mercado de Matosinhos e percorreu a Avenida dos Aliados, num encontro com a população, cumprindo um dos objetivos da visita de ouvir as preocupações ambições dos cidadãos dos diversos Estados Membros da União Europeia.

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