Sindicato dos motoristas de matérias perigosas: “Vamos refletir sobre este atentado”

Pedro Pardal Henriques considera que os serviços mínimos decretados pelo Governo são um "atentado", pelo que irá agora discutir com os trabalhadores qual o caminho a seguir.

O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, admitiu que os trabalhadores ainda vão avaliar o cumprimento dos serviços mínimos decretados para a greve da próxima segunda-feira. Considera que estes são um “atentado”, pelo que irá agora discutir com os trabalhadores qual o caminho a seguir.

“Sinto-me envergonhado em ser português”, afirmou Pardal Henriques sobre os serviços mínimos decretados pelo Governo para a greve dos motoristas. Com o objetivo de manter a paz social, serão garantidos serviços mínimos entre os 50% e 75%, além de 100% para serviços essenciais. A partir de segunda-feira será acionada a rede de emergência de postos de abastecimento (REPA) e, para os clientes finais, a referência será de 50% dos trabalhadores afetos.

Os ministros acabaram de dizer que não vivemos em democracia, vivemos numa ditadura. A greve existe só no nome e para tirar salário a estas pessoas“, reagiu o advogado que representa os motoristas. Questionado sobre se os motoristas vão cumprir, respondeu: “vamos refletir sobre este atentado e esta barbaridade. É possível cumprir [os serviços mínimos] desde que não se faça greve”.

O sindicalista acusou ainda o Governo de proteger os patrões e dar-lhes margem para não negociarem. Em abril, patrões e funcionários acordaram um aumento salarial a partir de 2020, que pôs fim à greve. No entanto, os motoristas dizem ter negociado igualmente novas progressões graduais nos dois anos seguintes que a associação patronal nega.

“Agora percebo porque é que a Antram não cumpre o que tinha dito. O Governo está do lado da Antram“, afirmou Pardal Henriques. “São as petrolíferas e as grandes logísticas que mandam neste país. Os trabalhadores estão fartos de ser escravizados”.

O advogado criticou ainda que os serviços mínimos abranjam cargas e descargas, que apesar de na prática acabarem por ser feitas pelos motoristas, não estão previstas no contrato coletivo de trabalho. “Não recebem por fazer cargas e descargas. O Governo está a decretar que estas pessoas têm de trabalhar sem receber”, acrescentou.

(Correção: Inicialmente, este artigo dava conta de que o SNMMP ia avaliar internamente a realização da greve de 12 de agosto. No entanto, Pardal Henriques estava a referir-se ao cumprimento dos serviços mínimos. Pelo lapso pedimos desculpa aos visados e aos nossos leitores.)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo está a dar formação a 500 motoristas para assegurar abastecimento de combustível em caso de falhas

O ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou que estão já 500 pessoas a ser formadas para que possam conduzir veículos de transporte de matérias perigosas.

Já há 500 pessoas a receber formação para que tenham condições de guiar as viaturas de transporte de matérias perigosas. O objetivo desta medida é assegurar o fornecimento de combustíveis aos postos de abastecimento durante a greve agendada para a próxima segunda-feira, dia 12 de agosto, caso os serviços mínimos falhem.

A garantia foi dada, esta quarta-feira, pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, José Pedro Matos Fernandes, durante a conferência de imprensa conjunta no Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

À cautela, foi feito o levantamento, entre Forças Armadas e forças de segurança, de quantos homens estão em condições de conduzir estes veículos. Precisando nós de cerca de 180 homens para conduzir, estão neste momento em 500 pessoas em formação para conduzir estes veículos”, disse o ministro. Estão, assim, a ser formadas mais do dobro das pessoas necessárias para a condução dos camiões de matérias perigosas, tal como o ECO já tinha avançado esta terça-feira.

O objetivo é que, caso os serviços mínimos não sejam cumpridos, estas pessoas possam realizar o transporte de matérias perigosas. Os motoristas podem, assim, ser substituídos “por agentes das forças de segurança e das Forças Armadas”, explicou Matos Fernandes.

Esta terça-feira, o ECO já tinha avançado que o Governo estava já a dar formação a profissionais do Estado para que estes, caso seja preciso, estejam em condições para transportar combustível.

(Notícia atualizada às 19h30)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rede de emergência vai ter 374 postos. Abastecimento limitado a 15 litros

Greve dos motoristas de matérias perigosas está marcada para a próxima segunda-feira e o Governo já decretou os serviços mínimos e avançou os detalhes da rede de emergência.

A Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA) de combustível durante a greve dos motoristas de matérias perigosas vai contar com 374 postos. O abastecimento vai ser limitado a 15 litros de combustível por pessoa, anunciou o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

“A REPA irá funcionar com 54 postos prioritários e 320 postos para utilizadores comuns, ainda que com local específico para veículos prioritários. A rede entrará em funcionamento à meia-noite de dia 12, mas a preparação e divulgação da rede começará antes“, explicou Matos Fernandes na conferência de imprensa desta tarde. O governante explicou que será afixado em todos os postos de combustível do país as localizações das bombas REPA, “à imagem do que se faz nas farmácias, com as farmácias de serviço”, exemplificou.

O Governo decretou esta quarta-feira os serviços mínimos para a greve marcada para a próxima segunda-feira, que vão variar entre 50% e 75%, além de 100% para serviços essenciais, que incluem o abastecimento da REPA.

O responsável pela pasta do Ambiente e Transição Energética revelou ainda que os 374 postos da rede de emergência manterão o volume máximo de abastecimento em 15 litros. Nas restantes bombas de abastecimento, os condutores não são vedados na quantidade que podem comprar, mas não é garantido que continuem a ter combustível disponível. “Nos outros postos não existe nenhuma limitação. É a do bom senso. Nos postos da REPA nós garantimos o abastecimento“, explicou.

A rede foi ajustada à maior procura pelo período de férias, pelo que terá mais postos do que seria normal na região do Algarve: serão 22 postos na região, contra os oito previstos na rede normalmente. “No caso do Algarve foi pensada a sazonalidade e há quase o triplo do que seria normal“, referiu o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva.

A decisão do Governo surge depois de um último esforço negocial ter sido encetado na última segunda-feira, dia em que o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) propôs uma via alternativa de diálogo, que passaria por ser o próprio Executivo a assumir o desenho da convenção coletiva para o setor que, posteriormente, seria aprovada ou não por patrões e sindicatos.

Contudo, a irredutibilidade dos sindicatos independentes de motoristas, os avanços significativos que a Fectrans tem conseguido nas suas negociações com a Antram e a crescente perceção que a greve destes motoristas é cada vez menos compreensível para os residentes em Portugal levaram o Governo manter em aberto a opção de lançar um alerta energético.

Se for assinado o despacho a decretar crise energética, é possível convocar de imediato os trabalhadores do setor público e privado habilitados para a condução de veículos pesados para compensar a greve dos motoristas, além dos militares da Força Aérea, Exército ou Marinha.

(Notícia atualizada às 19h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo decreta serviços mínimos entre 50% e 75% para greve de motoristas

Governo apresenta serviços mínimos entre 50% e 75%, além de 100% nos serviços essenciais. Governo recusa estar a por em causa o direito à greve e lembra desproporcionalidade do protesto de motoristas.

O Governo definiu que na greve de 12 de agosto os motoristas dos sindicatos independentes terão de assegurar entre 50% e 75% de serviços mínimos, dependendo do tipo de mercadorias em questão. O grau elevado de “mínimos” decidido pelo Executivo justifica-se pelo facto da paralisação ter sido decretada “por tempo indeterminado” e pelos vários impactos que a greve em questão pode representar para a economia nacional, justificou Vieira da Silva, ministro do Trabalho. Esta decisão governamental teve impacto imediato nos sindicatos, que apelaram a mesma de um “atentado”.

Além da definição de requisitos mínimos de 50% e 75%, e tal como é normal, os serviços considerados essenciais terão 100% de “mínimos”. Os sindicatos tinham proposto não mais de 25% de serviços mínimos, ao passo que a Antram contrapropôs um mínimo de 75%. Mas além da percentagem de serviços “normais” a que os grevistas serão obrigados, é de salientar também a abrangência destes.

Operações de carga e descarga foram também incluídos nos serviços mínimos, disse ainda o governante, isto quando nem a convenção coletiva atualmente em vigor no setor incluir estas operações nas funções habituais de um camionista. Vieira da Silva, apesar de reconhecer este ponto, salientou que está é uma função “integrada nas funções usuais dos motoristas, pelo que não o considerar seria admitir que se faria menos do que na realidade”.

Em relação ao risco de estes mínimos não serem cumpridos, Vieira da Silva reiterou na conferência de imprensa de esta quarta-feira um recado já antes deixado por Pedro Nuno Santos, salientando que “o Governo não hesitará em usar todos os mecanismos ao seu alcance para fazer cumprir os mínimos”.

Ainda a propósito do cumprimento, ou não, dos serviços mínimos, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, explicou que apesar de serem necessários 180 motoristas para assegurar a condução de veículos de mercadorias em caso de desrespeito pelos serviços mínimos, o Governo tem “500 pessoas” para ficarem habilitadas para esses serviços.

O ministro revelou ainda que os postos da rede de emergência manterão o volume máximo de abastecimento em 15 litros, salientando ainda que esta rede vai ter 374 postos — mas só será ativada no próprio dia 12.

Serviços mínimos até 100%

A decisão governamental sobre os serviços mínimos decretou que serviços como o “abastecimento de combustíveis” para os postos de combustíveis devem ser assegurados em 50% do normal num dia, inclusive em postos privados de empresas ou cooperativas.

Quanto aos serviços em que será exigido o cumprimento de 75% de serviços mínimos — ou seja, os motoristas terão de assegurar o equivalente a 75% de um dia normal de trabalho — está o abastecimento de combustíveis destinado aos postos das empresas que têm por objeto a prestação do serviço público de transportes de passageiros, telecomunicações, água e energia — leia-se empresas como Carris, Transtejo, EDP Distribuição, por exemplo.

Também será exigido 75% dos serviços em “transporte e abastecimento de combustíveis, matérias perigosas, medicamentos e todos os bens essenciais destinado ao funcionamento dos estabelecimentos prisionais, centros de acolhimento residencial para crianças e jovens, estruturas residenciais para pessoas idosas, IPSS e Misericórdias”.

Além dos serviços suprarreferidos, também será exigido 75% de cumprimento dos serviços de “transporte de bens alimentares e de primeira necessidade, e alimentação para animais em explorações e animais vivos por razões de saúde e bem-estar animal“.

No capítulo dos 100% de serviços, ou seja, onde a greve nem sequer pode ter um impacto mínimo, o Governo incluiu o abastecimento dos postos incluidos na REPA, ou de portos, aeroportos e aeródromos, instalações militares, bombeiros ou outras forças de segurança, além do abastecimento de hospitais, centros de saúde e “o transporte de produtos perecíveis e/ou deterioráveis, medicamentos para farmácias e fornecimento de gases medicinais ao domicílio”.

“Importa ainda referir que resulta do Despacho de Serviços Mínimos que no abastecimento estão compreendidas as operações de carga, transporte e descarga assegurados usualmente pelos motoristas”, salientou ainda o comunicado do Executivo.

“Não está em causa direito à greve”

Apesar da imediata reação do sindicato de matérias perigosas — “sinto-me envergonhado em ser português”, afirmou Pardal Henriques sobre os serviços mínimos decretados pelo –, para Vieira da Silva os mínimos elevados “não colocam em causa o direito à greve”. O ministro do Trabalho explicou que o o governo “respeita de forma inequívoca” tal direito, mas “tem também direito a defender os direitos de todos os portugueses”, apontando para a proporcionalidade da paralisação.

“O critério fundamental para o enquadramento de qualquer greve é a proporcionalidade dos seus efeitos. A greve é desencadeada para produzir efeitos, não há greves indolor. Mas os efeitos negativos podem atingir uma escala que coloca em causa de forma muito sensível toda a sociedade”, explicou Vieira da Silva. Já ontem, também o Presidente da República identificou alguma desproporcionalidade dos impactos desta greve de motoristas.

Na conferência de esta tarde, estiveram presentes o Ministro do Trabalho, José Vieira da Silva, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado.

A decisão do Governo surge depois de um último esforço negocial ter sido encetado na última segunda-feira, dia em que o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH) propôs uma via alternativa de diálogo, que passaria por ser o próprio Executivo a assumir o desenho da convenção coletiva para o setor que, posteriormente, seria aprovada ou não por patrões e sindicatos.

Contudo, a irredutibilidade dos sindicatos independentes de motoristas, os avanços significativos que a Fectrans tem conseguido nas suas negociações com a Antram e a crescente perceção que a greve destes motoristas é cada vez menos compreensível para os residentes em Portugal levaram o Governo a abrir também a porta ao lançamento prévio de um alerta energético.

Tal como o ECO escreveu em maio último, a declaração de crise energética não obriga a que se espere pela crise propriamente dita para ser decretada, pois a declaração pode avançar a partir do momento em que haja uma “previsão de circunstâncias que possam provocar” a crise, ou seja, basta o Governo entender que uma greve anunciada irá criar “dificuldades no aprovisionamento ou na distribuição de energia”, para poder avançar de imediato com a declaração de situação de crise energética. Uma paralisação alargada de motoristas de matérias perigosas e de mercadorias enquadra-se nesta situação, terá entendido o Executivo.

Assim que seja assinado o despacho a decretar uma crise energética, e tal como informou o governo na última paralisação, é possível convocar de imediato os trabalhadores do setor público e privado habilitados para a condução de veículos pesados para compensar a greve dos motoristas, isto além dos militares da Força Aérea, Exército ou Marinha.

(Notícia atualizada às 19h50)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo afunda 5%. Aproxima-se da barreira dos 50 dólares

Cotações do "ouro negro" já recuaram 20% face ao máximo registado em abril, com os investidores a revelarem os seus receios face ao impacto da guerra comercial sobre a economia e procura de petróleo.

O “ouro negro” está sobre forte pressão nos mercados internacionais. As cotações do petróleo de afundam 5%, estando já perto de quebrar a barreira psicológica dos 50 dólares por barril. A forte desvalorização da matéria-prima acontece num contexto de degradação da expectativa face à economia global e numa altura em que a guerra comercial se agudiza.

O preço do barril de crude WTI, matéria-prima que é transacionada em Nova Iorque cai 4,59%, para os 51,17 dólares, tendo já tocado os 50,52 dólares nesta sessão, o valor mais baixo desde 14 de janeiro. Também o brent negociado no mercado londrino, e que é a referência para as importações nacionais, está sobre forte pressão. Perde 4,29%, para os 56,41 dólares por barril, tendo já tocado os 56 dólares, um mínimo desde o dia 4 de janeiro.

As cotações do petróleo são assim seguimento à sangria que se tem verificado ao longo das últimas sessões, com os investidores a temerem uma quebra da procura da matéria-prima devido ao intensificar da tensão comercial entre os EUA e a China. A contribuir para essa evolução está ainda a subida inesperada das reservas de crude.

Petróleo aproxima-se dos 50 dólares

Fonte: Reuters

Dados divulgados pelo governo dos EUA mostram que as reservas de crude aumentaram em 2,4 milhões de barris na semana passada. A expectativa dos analistas era no sentido de uma redução de 2,8 milhões de barris. Daí resulta que os inventários de crude estão nos 438,9 milhões de barris, cerca de 2% acima da média dos últimos cinco anos para esta altura do ano.

"O mercado continua a negociar em baixa perante os receios relativamente ao crescimento da procura e a ideia de que o crescimento económico possa sofrer o impacto da guerra comercial.”

Gene McGillian, Tradition Energy

Com a desvalorização registada nesta sessão, as cotações do petróleo já acumulam quebras de valor na ordem dos 20% face ao pico registado em abril de 2019, o que significa que a matéria-prima entrou em mercado bear.

“O mercado continua a negociar em baixa perante os receios relativamente ao crescimento da procura e a ideia de que o crescimento económico possa sofrer o impacto da guerra comercial”, disse Gene McGillian, da equipa de research da Tradition Energy, citado pela Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump volta a atacar Powell. “O nosso problema não é a China. É a Fed”

  • Lusa e ECO
  • 7 Agosto 2019

Em plena guerra comercial, o presidente dos EUA apontou o dedo ao banco central. Pede mais cortes nos juros de referência e acusa a instituição de ser "incompetente".

O Presidente norte-americano, Donald Trump, voltou esta quarta-feira a criticar o banco central norte-americano. O magnata usou o Twitter para exigir que a Reserva Federal (Fed) reduza as taxas de juro “mais depressa e com mais vigor” e acusou a instituição liderada por Jerome Powell de ser “incompetente”.

“Eles devem baixar as taxas mais depressa e com mais vigor (…). A incompetência é terrível de ver, sobretudo quando se sabe que tudo se resolveria facilmente”, escreveu na rede social Twitter.

O nosso problema não é a China (…) É a Reserva Federal que é demasiado orgulhosa para admitir que fez um disparate ao subir as taxas de juro muito depressa. (Eu tinha razão!), disse Trump, que fez referência à descida dos juros decidida hoje por três bancos centrais (Índia, Nova Zelândia e Tailândia).

Em plena guerra comercial entre China e Estados Unidos, após uma forte depreciação da moeda chinesa e depois da subida das taxas de juro decidida pela Fed na semana passada, os três bancos centrais surpreenderam os mercados ao baixar os juros.

O banco central da Nova Zelândia reduziu a taxa de juro para 1%, um mínimo histórico. O banco central indiano cortou a sua taxa de referência em 35 pontos base (para 5,4%) e a Tailândia decidiu um corte de 0,25 pontos percentuais para 1,5%.

Volcker, Greenspan, Bernanke e Yellen unem-se contra ataque à independência

No último ano, Donald Trump tem feito sucessivas críticas à Fed e, apesar do corte nas taxas de juro decidido há uma semana pelo banco central, não diminuiu a pressão, uma vez que enfrenta dificuldades nas negociações comerciais.

As críticas desta quarta-feira surgem um dia depois da publicação no Wall Street Journal de um texto assinado por quatro antigos presidentes da Fed – Paul Volcker, Alan Greenspan, Ben Bernanke e Janet Yellen – a pedirem respeito pela independência do banco central.

Volcker, Greenspan, Bernanke e Yellen destacam que “é fundamental preservar a capacidade do banco central tomar decisões com base nos interesses do país e não nos interesses de um pequeno grupo de políticos“.

O atual presidente da Fed, Jerome Powell, que assumiu o cargo em fevereiro de 2018, nomeado por Trump para um mandato de quatro anos, tem insistido na independência da instituição, defendendo que as suas decisões se baseiam exclusivamente em dados económicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Falta de fármacos custou mais 43 milhões a seguradoras e SNS

  • ECO Seguros
  • 7 Agosto 2019

A falta de alguns medicamentos nas farmácias no último ano obrigou 1,4 milhões de portugueses a procurar consulta médica para mudar a prescrição. Seguradoras e sistemas de saúde com custo acrescido.

A indisponibilidade de medicamentos nas farmácias levou, nos últimos doze meses terminados em abril último, cerca de 1,4 milhões de portugueses a recorrer a consultas médicas para alterar a prescrição terapêutica, representando um custo estimado para os sistemas de saúde e seguradoras entre os 35,3 e os 43,8 milhões de euros e para os utentes entre os 2,1 e os 4,4 milhões de euros.

Esta estimativa resulta de um inquérito realizado pelo CEFAR – Centro de Estudos e Avaliação em Saúde, organismo pertencente à Associação Nacional de Farmácias, e citado pela Ordem dos Farmacêuticos. O trabalho do CEFAR foi realizado em abril indagando 22.830 utentes em 2097 farmácias de todo o país.

Entre os medicamentos cuja falta levou a interrupção de tratamentos há fármacos dirigidos a doenças crónicas como diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e hipertensão e mais de metade dos medicamentos indisponíveis não tinham genéricos ou outro tipo de alternativas, obrigando assim o doente a marcar uma nova consulta médica para alterar a prescrição.

A falta de medicamentos nas farmácias atingiu um máximo histórico no primeiro semestre deste ano, revelou a ANF e é o interior do país o mais afetado. Entre os inquiridos que precisaram de interromper tratamento contam-se 9,3% dos residentes em Beja, tendo as médias em Lisboa e Porto rondado os 6%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pardal Henriques, advogado dos motoristas faz queixa-crime na Polícia Judiciária

  • ECO
  • 7 Agosto 2019

Queixa-crime na PJ alega a prática de esquemas de fraude fiscal por parte de um conjunto de empresas de transportes que lesarão o Estado e os trabalhadores em 300 milhões de euros por ano.

Pedro Pardal Henriques, advogado e porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas apresentou uma queixa-crime na Polícia Judiciária esta quarta-feira. A notícia é avançada pelo Expresso que adianta que esta incide sobre esquemas de fraude fiscal praticadas por grandes empresas de transportes de pesados. Pardal Henriques diz que vai juntar mais nomes de empresas e provas físicas e documentais que provam as acusações.

A informação terá sido prestada àquele jornal pelo próprio representante dos motoristas de matérias perigosas que denunciam alegados esquemas de fraude fiscal realizadas “por várias empresas representadas pela ANTRAM”.

Entre as empresas denunciadas estarão as cinco que avançaram na terça-feira com uma providência cautelar a pedir a ilegalidade do pré-aviso de greve dos motoristas e dos fundamentos do pré-aviso por considerarem que há um abuso do direito à greve e da boa-fé, já que estava em curso um processo negocial, e que está em causa o princípio da proporcionalidade.

O advogado Pardal Henriques revelou o nome das empresas em causa: “São a Transportes Paulo Duarte, Atlantic Cargo, J Barroso, Alves Bandeira, Transfrota e Tiel“, afirmou ao Expresso.

Em declarações aos jornalistas prestadas à saída da Polícia Judiciária nesta quarta, Pardal Henriques voltou a salientar as “virtudes” da queixa-crime apresentada às autoridades.

“Esta queixa já vinha a ser anunciada há bastante tempo, e hoje achamos que deveria ser apresentada na Polícia Judicial, tendo em conta que já denunciamos para a Autoridade das Condições de Trabalho e para o Governo”, afirmou o advogado em declarações transmitidas pela RTP 3.

Prejuízos para Estado e trabalhadores quantificado em 300 milhões

Pardal Henriques quantificou ainda em cerca de 300 milhões de euros, o montante que essas empresas estarão a retirar ao Estado e aos trabalhadores ao lhes pagarem “por baixo da mesa” o trabalho suplementar.

“Fica lesado o Estado português, ficam lesadas estas pessoas que trabalham e lhe veem retirados direitos, nomeadamente quanto a uma doença, a um acidente ou relativamente à sua reforma. E nós não podemos aceitar isto”, acrescentou.

Relativamente aos alvos da queixa-crime hoje entregue, o representante do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas diz ser “contra diversas empresas”. “Há grandes empresas que dominam o setor – nomeadamente os Transportes Paulo Duarte ou a Atlantic Cargo –, mas isto é uma prática generalizada que está estabelecida neste país”, disse Pardal Henriques.

O responsável contextualizou que há outras empresas que vão ser adicionadas à lista, e que vão ainda “juntar as provas físicas e documentais do trabalho suplementar que essas pessoas fazem, e os recibos de vencimento que comprovam claramente que recebem o trabalho suplementar por baixo da mesa”.

Questionado sobre o timing escolhido para a greve, antes das legislativas e em pleno período de férias de verão, Pardal Henriques diz que “não tem que ser mal interpretado”. “É o timing preciso. É estratégico? Sim”, concluiu.

(Notícia atualizada às 18h44 com declarações de Pardal Herinques)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salário médio atinge 911 euros no segundo trimestre

  • Lusa
  • 7 Agosto 2019

De acordo com o INE, o salário médio mensal atingiu o valor mais elevado desde pelo menos 2011, no entanto a maior parte dos trabalhadores recebe um salário inferior a este valor.

O rendimento mensal médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem atingiu 911 euros no segundo trimestre, o valor mais alto desde pelo menos 2011, mas a maioria recebe abaixo da média, revelam dados do INE divulgados hoje.

De acordo com os dados do emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento mensal médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem cresceu 2,7% no segundo trimestre em termos homólogos e 0,9% face ao trimestre anterior, para 911 euros.

Este é o valor mais alto desde pelo menos o primeiro trimestre de 2011, último período para o qual existe informação disponível, quando o rendimento médio líquido era de 816 euros.

Porém, dos 4,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem existentes em Portugal no segundo trimestre, mais de metade (2,3 milhões) recebe, em média, um rendimento líquido mensal inferior a 900 euros.

Por escalão de rendimento, os dados mostram que 1,9 milhões de trabalhadores por conta de outrem têm um rendimento médio mensal líquido entre 600 e 900 euros.

Há ainda 100,5 mil pessoas a receber menos de 310 euros líquidos por mês e 307,8 mil cujo rendimento médio se situa entre 310 euros e os 600 euros.

Por sua vez, menos de 70 mil trabalhadores recebem por mês mais de 2.500 euros líquidos em média, dos quais 37,9 mil recebem três mil euros ou mais.

Em todas as regiões do país o rendimento mensal médio líquido aumentou no segundo trimestre, com o valor mais alto a verificar-se na Área Metropolitana de Lisboa, com 1.054 euros, seguido do Norte, com 865 euros, do Centro (855 euros), Alentejo (851 euros) e Algarve (840 euros).

Nas Regiões Autónomas registaram-se os valores mais baixos, com 801 euros nos Açores e 796 euros na Madeira.

O setor dos serviços foi o que registou em Portugal, no segundo trimestre, o rendimento médio mensal líquido mais elevado (939 euros), seguindo-se o setor da indústria, construção, energia e água (848 euros) e o da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (675 euros).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo acompanha situação da Ryanair em Faro e nega apoios do Turismo de Portugal

  • Lusa
  • 7 Agosto 2019

Fonte oficial do Ministério da Economia disse que a tutela “está a acompanhar a situação e pediu informações às entidades envolvidas".

O Ministério da Economia está a acompanhar o encerramento da base da Ryanair em Faro e garantiu à Lusa que “não existem apoios por parte do Turismo de Portugal para instalação de bases de companhias aéreas”.

Em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério da Economia disse que a tutela “está a acompanhar a situação e pediu informações às entidades envolvidas, não tendo, neste momento, qualquer indicação quanto a redução de voos ou de capacidade aérea para o Algarve”.

A Ryanair comunicou esta terça-feira, em Faro, que iria encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020, e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora mantenha os voos, revelou à Lusa a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo.

A mesma dirigente avançou, na terça-feira, que uma diretora de recursos humanos da Ryanair esteve naquele dia em Faro para anunciar o encerramento. Luciana Passo participou, no mesmo dia, numa reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), em Lisboa, para discutir os serviços mínimos para a greve que irá decorrer na Ryanair de 21 a 25 de agosto.

“Foi-nos dito na DGERT que não seria bem encerrar [a operação], ou seja, a base fecha, mas os voos continuam a ser feitos”, salientou Luciana Passo, lembrando que a Ryanair tinha já “avisado que ia reduzir o número de pilotos e tripulantes”.

A presidente do SNPVAC alertou para que este anúncio “vem num timing que parece de tentativa de coação para que as pessoas tenham medo de fazer greve”. Luciana Passo garantiu que “a decisão estava tomada há muito tempo, não foi por causa de greve”, e revelou ainda que, a partir de quarta-feira a companhia aérea deverá anunciar o encerramento de mais bases na Europa.

A dirigente referiu ainda que, para já, não estão em causa mais empregos em Portugal, onde a Ryanair conta com mais três bases, no Porto, em Lisboa e nos Açores. Contactada pela Lusa, a Ryanair recordou o comunicado de 16 de julho, em que indicava que “algumas das bases da empresa serão reduzidas ou fechadas este inverno”.

A presidente do SNPVAC defendeu que “importa agora saber quais os contratos que Ryanair fez com o Governo, que benefícios teve e se valeu a pena” e lamentou que a greve possa ser usada para justificar este encerramento.

No dia 1 de agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa de Lisboa resiste à 11.ª sessão de quedas do BCP

A praça bolsista lisboeta encerrou com ganhos ligeiros, condicionada por mais um tombo do BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya caíram mais de 2%.

Em linha com a Europa, Lisboa encerrou a terceira sessão da semana em terreno positivo. Isto apesar do trambolhão dado pelos títulos do BCP, que recuaram mais de 2%, naquela que foi a 11.ª sessão consecutiva de quedas. A evitar o vermelho na praça nacional, estiveram a família EDP e a Jerónimo Martins.

O índice de referência nacional, o PSI-20, desvalorizou 0,14% para 4.839,94 pontos. Na Europa, o Stoxx 600 valorizou 0,2%. Os índices europeus acabaram por escapar ao sentimento negativo que se vive em Wall Street nesta sessão, devido aos receios dos investidores face à guerra comercial e ao possível impacto negativo na economia. Daí que tanto a dívida soberana como as cotações do ouro estejam em forte alta, com os investidores a procurarem refúgio nesses ativos. A cotação do “metal amarelo” superou meso a fasquia dos 1.500 dólar por onça.

A puxar pelo despenho da praça bolsista nacional estiveram os títulos do universo EDP. As ações da EDP Renováveis ganharam 2,48%, para os 9,52 euros, o melhor desempenho do índice lisboeta. A casa-mãe, EDP, seguiu-se-lhe com as suas ações a acelerarem 1,71%, para os 3,333 euros.

Coube à Jerónimo Martins ocupar o terceiro posto dos melhores desempenhos do PSI-20. As suas ações avançaram 1,48%, para os 14,335 euros.

BCP cai pela 11.ª sessão até mínimos de quase dois anos

Contudo, a maioria dos títulos terminou a sessão no vermelho, com o BCP a voltar a sobressair pela negativa. As ações do banco liderado por Miguel Maya recuaram pela 11.ª sessão consecutiva, encerrando em mínimos de quase dois anos. Perderam 2,19%, para os 21,41 cêntimos, a fasquia mais baixa desde 13 de setembro de 2017.

De salientar que o título tem sido muito castigado, numa altura em que a banca está sobre forte pressão devido à política monetária que insiste na descida dos juros como estratégica para assegurar que a economia da Zona Euro não descarrila.

Também a Galp Energia voltou a perder fôlego, face à derrocada das cotações do petróleo nos mercados internacionais. Esta quarta-feira voltou a ser de fortes descidas para o “ouro negro” que nos EUA se aproxima da barreia dos 50 dólares por barril. Enquanto o barril de crude desvalorizava 5,3%, para os 50,79 dólares, o brent transacionado no mercado londrino caia 4,53%, para os 56,27 dólares. As ações da petrolífera portuguesa acabaram por recuar 0,99%, para os 12,955 euros.

(Notícia atualizada às 17h03 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AIG responde primeiro pelo ciberataque ao Capital One

  • ECO Seguros
  • 7 Agosto 2019

Cerca de doze seguradoras vão responsabilizar-se pelas indemnizações devidas pelo banco Capital One a 106 milhões de clientes pela violação de dados de privacidade.

A AIG – American International Group está a liderar um grupo de cerca de doze seguradoras que serão chamadas a responder pela quebra de segurança no banco americano Capital One, ao qual um hacker tirou informações privadas sobre números de segurança social e contas bancárias de clientes nos Estados Unidos e Canadá.

Neste que já é considerado um dos maiores ataques da história da banca, os dados pessoais de 106 milhões de clientes foram expostos aproximadamente três meses até que um especialista, contratado para detetar este tipo de situações, alertou o fornecedor de serviços. O hacker, um engenheiro informático que já foi detido, aproveitou uma falha de configuração na plataforma cloud usada pelo banco para armazenar dados de cartões de crédito, que lhe permitiu roubar informações acumuladas ao longo de 14 anos. Estes dados – segundo a Kaspersky, uma multinacional de ciber segurança – podem ser usados ​​de várias formas pelos hackers, como, por exemplo, para falsificar identidades digitais.

A informação disponibilizada pelo site Business Insurance avança que existe excesso de cobertura entre todas as companhias e fonte do banco revelou que o o Capital One está seguro até 400 milhões de dólares em ciberiscos.

Para além da responsabilidade de primeiro nível da AIG, também foi referido que o primeiro nível em excesso de cobertura é assumido pela Axis Capital, pela Chubb e pela Endurance, parte da Sompo International Holdings. Outras, mais de uma dezena de companhias, estão igualmente em níveis altos de responsabilidade e alguns em mais de um nível de proximidade ao sinistro.

O Capital One é um dos maiores bancos dos Estados Unidos explorando cartões de crédito, crédito ao consumo e banca comercial. O volume de crédito concedido era de 70 mil milhões de dólares no final de 2018.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.