Quanto vale a nova sede da Apple? É um dos edifícios mais valiosos do mundo

Nova sede da marca da maçã não deixa ninguém indiferente pela sua forma diferente do habitual, mas também pelo valor astronómico em que está avaliada: 4,17 mil milhões de dólares.

Parece uma nave espacial, ainda que muitos digam que se trata de um donut. O novo edifício-sede da marca da maçã não deixa, certamente, ninguém indiferente pela sua forma diferente do habitual, mas também pelo valor astronómico em que está avaliado. O campus em Cupertino, na Califórnia, é um dos edifícios mais valiosos do mundo.

4,17 mil milhões de dólares. Esta foi a avaliação foi feita pelo condado de Santa Clara, na Califórnia, um valor a que não foi nada fácil chegar, isto porque não há termo de comparação com o edifício da empresa liderada por Tim Cook. “Todos os bocadinhos daquele edifício são personalizados”, diz David Ginsborg, responsável pela avaliação, ao The Guardian.

A nave espacial do Apple Campus 2.D. R.

Desde o desenho em si, em círculo, até aos vidros, mas também aos pinheiros do deserto do Mojave que circundam a nova sede da fabricante do iPhone, tufo foi tido em consideração para chegar à avaliação final. E tudo poderia impedir que se chegasse a um valor, mas “no final de contas, é um edifício de escritórios”, nota Ginsborg.

A avaliação feita pelo condado, que será utilizada para definir o valor dos impostos que a Apple terá de pagar anualmente, ficou aquém dos cinco mil milhões de dólares que a empresa gastou para construir esse edifício peculiar. O “cheque” da marca da maça compara, por exemplo, com os 5,5 mil milhões que custaram construir o The Marina Bay Sands resort em Singapura.

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Projeto-piloto de tarifa social de gás arranca em sete municípios. Há três comercializadores

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

Cada beneficiário da tarifa social no GPL terá direito, no máximo, por mês, a preço solidário, a três garrafas de tipologia T3 (de 8 a 15 Kg) e uma de tipologia T5 superior a 15 Kg.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética assumiu, em Viseu, que o Governo vai avançar com o projeto-piloto da tarifa social no gás de garrafa, que contou com a adesão de sete autarquias e três fornecedores.

“É, de facto, um bom começo e é, sobretudo, um bom começo em que, em primeiro lugar tem mais do que um comercializador, porque a solução anterior à nossa tinha um só e nós nunca sentimos que essa fosse uma boa solução”, disse João Matos Fernandes em declarações à agência Lusa.

O ministro do Ambiente e Transição Energética falava à margem da cerimónia da assinatura de um protocolo entre cinco municípios, em Viseu, para a criação de uma empresa plurimunicipal para a distribuição da água da Barragem de Fagilde.

“Em segundo lugar, existem sete municípios que aderiram livremente e o universo podem ser todos eles. Vamos começar com estes sete e vamos ver como é que corre e vamos ver qual é a pressão dos municípios vizinhos a estes sete para que, de facto, esta amostra engrosse e cresça nos tempos mais próximos”, disse o Governante, que não especificou quais os sete concelhos em causa.

A 30 de maio deste ano, foi publicado um diploma que alterava a portaria publicada em agosto de 2018, apontando que “os municípios que pretendam participar no projeto-piloto devem no prazo de 30 dias contados da entrada em vigor da presente portaria manifestar a sua intenção de participar no projeto-piloto junto da DGEG [Direção-Geral de Energia e Geologia]”.

Segundo o diploma, cada beneficiário da tarifa social no GPL terá direito, no máximo, por mês, a preço solidário, a três garrafas de tipologia T3 (de 8 a 15 Kg) e uma de tipologia T5 superior a 15 Kg.

Nos agregados familiares constituídos por mais de quatro membros, o limite aumenta para quatro garrafas da tipologia T3 por mês ou para 16 garrafas da tipologia T5 por ano.

A primeira alteração à Portaria n.º 240/2018, de 29 de agosto, que aprovou o projeto-piloto de aplicação da tarifa solidária de gás de petróleo liquefeito (GPL) a aplicar a clientes finais economicamente vulneráveis, entra hoje em vigor.

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Fitch corta perspetiva de evolução de Angola. Mantém rating no lixo

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

Nível de dívida pública continuou a aumentar de 80,2% do PIB, em 2018, para 83,8% este ano, alerta a Fitch.

A agência de notação financeira Fitch desceu a perspetiva de evolução da economia de Angola, mantendo o país no nível B, abaixo da recomendação de investimento, devido à lenta recuperação económica e ao aumento da dívida pública.

“A revisão da perspetiva de evolução da economia de estável para negativa reflete a deterioração das métricas da dívida, a contínua queda das reservas externas e uma recuperação económica adiada e mais lenta do que o previsto”, escrevem os analistas na explicação que sustenta a ação de rating.

A Fitch mantém a opinião sobre a qualidade do crédito soberano em B, abaixo da recomendação de investimento, ou seja, lixo ou “junk”, como é normalmente conhecido, argumentando com “a capacidade do Governo para realizar ajustamento macroeconómicos significativos e os grandes recursos naturais, que são contrapostos por uma forte dependência da produção de petróleo, que está em declínio, e pela inflação elevada e fraquezas estruturais”.

“O nível de dívida pública continuou a aumentar de 80,2% do PIB, em 2018, para 83,8% este ano, segundo as nossas previsões“, escreve a Fitch, notando que este rácio está “bem acima da média dos países com uma nota ‘B’, nos 59,1%.

O nível de dívida seria ainda maior se as contas da Sonangol fossem incluídas, o que elevaria 88,8% este ano, diz a Fitch, notando que uma parte desta deterioração nas métricas da dívida “é o resultado da depreciação do kwanza, apesar de alguns dos riscos sobre a liquidez da moeda externa estão mitigados, de alguma forma, pelo facto de o governo receber a maioria das suas receitas em dólares”.

As reservas em moeda estrangeira caíram para 15 mil milhões de dólares no final de maio, perdendo 400 milhões face ao valor de dezembro de 2018, o que representa o número mais baixo dos últimos nove anos, escrevem os analistas da Fitch, notando que só no ano passado o montante de reservas de Angola em moeda estrangeiro caiu, 11,7%, ou seja, 2.000 milhões de dólares.

Quanto às perspetivas macroeconómicas, a Fitch antevê um crescimento de 0,4% este ano, considerando que “a queda nas exportações de petróleo e a contração da liquidez da moeda externa, bem como a erosão do poder de compra, deprimiram a procura interna e causaram uma contração do PIB por três anos consecutivos”.

A descida na produção de petróleo, de 1,73 milhões de barris diários entre 2008 a 2017, para 1,49 milhões de barris por dia em 2018 e 1,26 milhões no primeiro trimestre deste ano, foram outras razões que motivaram a deterioração da economia angolana, mas a Fitch prevê que, com a nova produção de petróleo no Kaombo Sul, a produção de petróleo este ano possa aproximar-se dos 1,44 milhões de barris.

O problema, salientam, é que mesmo que a nova produção seja suficiente para compensar o declínio dos poços atuais, “o crescimento do PIB de Angola a médio prazo seria, ainda assim, apenas à volta dos 3% ao ano”.

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Marcelo conta decidir Lei de Bases da Saúde entre final de julho e agosto

António Costa e Catarina Martins acreditam que o acordo na Lei de Bases da Saúde cumpre as "linhas vermelhas" de Marcelo. Mas para já o Presidente prefere esperar para ver o diploma que chega a Belém.

O Presidente da República evitou este sábado comentar o acordo em torno da Lei de Bases da Saúde e adiou um juízo sobre esta lei para depois de receber o diploma em Belém. “Voltaremos a falar entre final de julho e agosto”, disse aos jornalistas à margem do I Congresso Mundial da Diáspora Portuguesa.

“O Presidente da República não é comentador politico”, disse, acrescentando não ter poderes para adivinhar o texto que será aprovado no Parlamento.

Na sexta-feira, PCP, Bloco de Esquerda e PS anunciaram que chegaram a acordo na Lei de Bases da Saúde, ficando adiada para a próxima legislatura a gestão do Serviço Nacional de Saúde. O primeiro-ministro e a líder do Bloco de Esquerda mostraram confiança de que o Presidente da República não terá razões para vetar o diploma.

Marcelo tinha mostrado resistências em aprovar uma Lei de Bases que proibisse as parcerias público-privadas (PPP).

O Presidente disse ainda aos jornalistas que na reta final dos trabalhos parlamentares, o volume de trabalho na Assembleia é grande – segundo disse o guião de votações “tem mais de 300 páginas” – e por isso “provavelmente” os diplomas só chegarão em “agosto”, antecipando assim uma maratona para o fecho dos trabalhos da legislatura.

“Voltaremos a falar entre final de julho e agosto”, concluiu.

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Cabos enterrados nas zonas do incêndios não chegam a 100 km

  • ECO
  • 13 Julho 2019

Depois do fogo de Pedrogão, o Governo decidiu que os cabos aéreos de telecomunicações seriam substituídos por cabos subterrâneos. Só está cumprido 10% da meta anual.

O objetivo de enterrar 1.000 quilómetros de cabos de telecomunicações da Altice nos concelhos “com elevado grau de perigosidade de ocorrência de calamidades” como incêndios, até final deste ano, deverá ficar pelo caminho, conta o Público na edição deste sábado.

O jornal do grupo imprensa revela que apesar de existir um contrato entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e a Altice aquele objetivo está longe de ser alcançado e apenas 10% da meta está cumprida.

Segundo a Altice (dona da Meo), o que há “são cerca de 100km de cabos passados em CTR [canal técnico rodoviário], mas que nem sequer estão ao serviço, uma vez que a Altice Portugal não consegue estabelecer ligações à sua própria rede”.

O Governo decidiu, através de uma Resolução do Conselho de Ministros, depois dos incêndios de 2017, converter o traçado aéreo em traçado subterrâneo dos cabos de telecomunicações. Depois dos fogos as populações ficaram algum tempo sem ligações porque os cabos arderam.

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Pedir a demissão: prós e contras de aceitar uma contraproposta

  • Ricardo Vieira
  • 13 Julho 2019

39% dos profissionais que aceitam a contraproposta da empresa, para não mudar de trabalho, volta a procurar outro emprego ao fim de um ano.

Muitos profissionais apresentam demissão depois de terem recebido uma oferta de emprego. No entanto, quase quatro em cada 10 (39%) dos que aceitam a contraproposta da empresa — e não chegam a mudar de trabalho — voltam a procurar outro emprego ao fim de um ano. Os dados são da consultora Robert Walter, que recomenda ter em conta cinco aspetos antes de tomar qualquer decisão:

Razão para mudar

Oito em cada dez trabalhadores planeiam mudar de emprego e há sinais que indicam que é hora de mudar. “Pode ser excelente para o ego receber um aumento salarial e sentir que somos desejados pela nossa empresa atual no momento da contraproposta, mas é improvável que isto seja uma boa solução a longo prazo para si” a não ser que, explica a consultora, os problemas que possam estar entre as razões para uma saída sejam abordados e resolvidos.

Tempo para pensar

“As reações iniciais a uma contraoferta podem ser emocionais e impulsivas – por um lado, uma sensação de prazer por se sentir necessário à sua empresa, por outro, um sentimento positivo de um aumento de salário inesperado”. Mas, para Marco Laveda, managing director da Robert Walters Portugal, “é importante separar a parte emocional de se deixar um emprego das razões racionais que o levaram a tomar essa decisão”. Esperar alguns e aproveitar para fazer uma lista de prós e contras é o mais aconselhado, assim como abordar o assunto com famílias e amigos.

O poder do aumento salarial

“Por que razão esperou a sua empresa até agora, quando está prestes a despedir-se, para lhe oferecer um aumento de ordenado? Precisa de considerar se também teria sido aumentado e valorizado pelo seu contributo para a empresa se não tivesse apresentado a sua demissão”, recomenda Ana Monteiro, consultora especialista de Marketing Digital na Robert Walters. “Se lhe podem oferecer mais dinheiro agora, naturalmente pergunta-se: haverá alguma razão para não o terem feito antes? Pode querer dizer que a sua empresa o estava a subvalorizar”.
Para a especialista é “essencial ver mais além e pensar na sua posição a longo prazo, quando a novidade de um bom aumento salarial tiver passado”.

"É importante separar a parte emocional de se deixar um emprego das razões racionais que o levaram a tomar essa decisão.”

Marco Laveda

Managing director da Robert Walters Portugal

Todos sabem que quis ir embora

Ao ponderar uma contraproposta, algumas pessoas preocupam-se com a forma como serão vistas pela empresa, que agora conhecem a sua vontade em sair. “Não se esqueça que agora vai ser do conhecimento geral que houve um momento em que você se quis ir embora”, declara Marco Laveda. “Assim, tem de pensar se isso vai prejudicar o seu futuro, e se a sua empresa apenas pretende poupar o custo e o trabalho de ter de substituí-lo”, alerta.

Felicidade

Se sente entusiasmo e vontade de começar “a trabalhar num novo ambiente e num posto mais enriquecedor, isto é um sinal muito forte de que não deve aceitar uma contraoferta da empresa onde se encontra agora”. É importante estar seguro de que toma a decisão pelas razões certas, “embora seja tentador ficar com aquilo que já conhece e domina, com o benefício de um aumento salarial”.

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“Vamos ter de fazer uma lei sobre a gestão do SNS na próxima legislatura”, diz Catarina Martins

A líder do BE acredita no ok de Marcelo à nova Lei de Bases da Saúde e defende que a lei sobre a gestão do SNS, que fica para a próxima legislatura, terá de ser feita com "outro paradigma".

A líder do Bloco de Esquerda mostrou-se este sábado satisfeita com o acordo alcançado na Lei de Bases da Saúde. No entanto, Catarina Martins admitiu que a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fica em aberto para a próxima legislatura. Para já, prefere destacar que até lá não há mais Parcerias Público-Privadas (PPP).

O acordo alcançado entre os partidos que apoiam o Governo é uma “boa notícia”, disse a coordenadora do Bloco, destacando que a nova Lei de Bases da Saúde não prevê PPP e “revoga o diploma sobre PPP de Durão Barroso”. “Uma lei sobre gestão do SNS tem de ser feita na próxima legislatura”, afirmou.

Esta lei tem de ser feita para evitar um vazio legal já que a Lei de Bases que agora é fechada acaba com o diploma das PPP. “Até lá ninguém pode fazer PPP”, garantiu.

Catarina Martins não revelou se tem garantias de que não haverá PPP no futuro, caso o PS vença as eleições legislativas de 6 de outubro com maioria absoluta, mas sinalizou que o enquadramento político em que a nova lei de gestão do SNS será feita será diferente do existente quando foi feita a lei que está em vigor.

“Conseguimos revogar todas as leis da direita”, argumentou, acrescentando que não vê razões para um veto de Marcelo Rebelo de Sousa. “Não creio que o Presidente da República tenha qualquer razão para vetar o diploma”. A nova lei, que fica para a legislatura seguinte, “terá de ser feita com outro paradigma” e “o paradigma da direita acabou”.

Catarina Martins disse ainda julgar que a nova Lei de Bases da Saúde “tem a abertura que o senhor Presidente queria”.

As declarações da líder do Bloco de Esquerda foram feitas aos jornalistas, e transmitidas pelas SIC Notícias, no âmbito de uma iniciativa em Lisboa relacionada com os transportes públicos. Catarina Martins defendeu que os 250 milhões de euros alocados à linha circular do Metropolitano de Lisboa, que serve uma população que já é servida, deve ser desviado para servir com o metro quem ainda não tem acesso.

 

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Ministério Público investiga sócios da Deloitte por lucros de Malta

  • ECO
  • 13 Julho 2019

A investigação nasceu de uma denúncia anónima feita em 2017. Além de crime fiscal, a denúncia revela dúvidas sobre o plano ético e deontológico.

O ministério Público está a investigar a estrutura utilizada por 48 sócios da Deloitte para fazerem chegar a Portugal 53 milhões de euros através de sociedades sediadas em Malta, uma jurisdição onde a tributação é mais baixa mas onde não existiu qualquer atividade, avança o Expresso.

A investigação parte de uma denúncia anónima com data de setembro de 2017. O processo não produziu arguidos.

A PGR confirma que recebeu a denúncia anónima, adiantando que “deu origem a um inquérito que se encontra em investigação no DIAP-Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa”. “Este processo não tem arguidos constituídos”, adianta a PGR.

Em 2017, os sócios da Deloitte Portugal criaram cinco sociedades em Malta, através das quais receberam dividendos de serviços prestados no estrangeiro. A denúncia anónima aconteceu três meses depois da publicação da história pelo Expresso.

A denúncia levanta suspeitas de crime fiscal bem como dúvidas no plano ético e deontológico.

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Têxtil faz lóbi em Bruxelas para não perder estatuto de PME

Como definir uma PME? Têxteis nacionais querem conjugar ter mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros. Bruxelas está avaliar, mas diz que fórmula atual funciona.

A Comissão Europeia está a avaliar, pela quarta vez, os critérios utilizados para definir o que é uma pequena e média empresa (PME). Os empresários portugueses do setor têxtil estão a fazer pressão junto de Bruxelas para que seja tido em conta o número de trabalhadores juntamente com o volume de negócios. Mas o cenário não é risonho para os interesses nacionais.

A caracterização de uma PME não deve ser feita apenas com base no número de trabalhadores. Este conceito deve ser complementado pelo volume de negócios”, defende ao ECO César Araújo. O empresário e presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário, Confeção e Moda (Anivec) tem tentado alertar os decisores políticos para a “injustiça” de que o setor é alvo. “Só porque estamos a falar de empresas que têm 250 trabalhadores e um volume de negócios que por vezes nem chega aos 20 milhões de euros não é justo que ser equiparado a uma Galp, EDP ou Altice”, acrescenta.

Só porque estamos a falar de empresas que têm 250 trabalhadores e um volume de negócios que por vezes nem chega aos 20 milhões de euros não é justo que ser equiparado a uma Galp, EDP ou Altice.

César Araújo

Presidente da Anivec e CEO da Calvelex

Presentemente, uma empresa deixa de ser considerada uma PME se tiver mais de 250 trabalhadores, se volume de negócios anual exceder os 50 milhões de euros ou o balanço total anual ultrapassar os 43 milhões de euros. Ora, as empresas de mão-de-obra intensiva como as do têxtil e do calçado rapidamente saltam fora desta classificação por causa do número de trabalhadores.

Por altura da campanha para as eleições europeias, a Anivec enviou uma carta aos vários candidatos ao Parlamento Europeu, e ao secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias. Mas não surtiu o efeito desejado. “Lamentamos que quem tem poder de decisão não tenha posto isto em cima da mesa. O tema esteve afastado da campanha, mas está é uma necessidade urgente que é necessário resolver para dinamizar o país e o nosso setor”, lamentou César Araújo.

“Esta é uma questão estruturante, porque limita as empresas no acesso a fundos que por natureza seriam seus“, sublinha, ao ECO, Bruno Mineiro, diretor da gestão de cliente da Twintex, que emprega cerca de 400 trabalhadores nas suas duas fábrica. “É lesiva do crescimento económico e devia ser revista, porque as empresas de maior dimensão estão a ser penalizadas“, acrescenta Bruno Mineiro, filho de António Mineiro, que criou a empresa produtora de vestuário em 1979. O responsável, que também integra a administração, reconhece que “é uma inevitabilidade” as empresas limitarem o seu crescimento. “Não tendo acesso a incentivos, qualquer projeto representa um esforço muito maior para a empresa e isso reflete-se na dimensão do investimento e, consequentemente, no crescimento e na criação de potencial da empresa e no crescimento económico do país”, afirma.

Esta é uma questão estruturante, porque limita as empresas no acesso a fundos que por natureza seriam seus. É lesiva do crescimento económico e devia ser revista.

Bruno Mineiro

Administração da Twintex

A mesma carta também foi enviada à Comissão Europeia para tentar fazer valer os argumentos junto de Bruxelas. Para a Anivec, “a interpretação que tem vindo a ser feita da lei impede que as empresas sejam tratadas com base em normas comuns, limitando os riscos de distorção da concorrência, contrariando a necessária conjugação de critérios que, em conjunto, permitem compreender a importância real e o desempenho de uma empresa, bem como a sua posição em relação às suas concorrentes”, pode ler-se na carta a que o ECO teve acesso. Um argumento que vai ao encontro de uma recomendação (de 2003) da própria Comissão Europeia.

A resposta de Bruxelas não tardou. No final de maio, a diretora geral para o mercado interno envia uma missiva na qual sublinha que está a decorrer a quarta monitorização da implementação da definição de PME. “A pertinência da meta do número de trabalhadores no atual ambiente de negócios é um dos elementos que a Consulta pública abordou”. Uma consulta pública direcionada para PME que decorreu de 7 de março a 6 de maio de 2018 e cujos resultados são públicos. Além disso, uma avaliação feita por um organismo independente está terminada e conclui que a definição, em geral, continua a funcionar“, frisa Kristin Schreiber, em nome da comissária Elzbieta Bienkowska e do comissário Carlos Moedas.

Ainda assim, admite a responsável, na carta a que o ECO teve acesso, “os serviços da Comissão vão analisar mais aprofundadamente este trabalho. Além disso, vai ser levada a cabo uma investigação adicional a alguns aspetos da definição” de PME que depois alimentarão o trabalho da próxima Comissão que terá a palavra final sobre se haverá ou não ajustamento nos critérios.

Até ao verão, esperamos tornar públicas as recomendações desse trabalho que servirão de base para uma eventual iniciativa por parte do próximo colégio da Comissão Europeia, a partir de novembro deste ano.

Carlos Moedas

Comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação

Ao ECO, o comissário Moedas confirma que “a Comissão europeia está atualmente a avaliar se a definição de PME necessita de ser atualizada, com base nos contributos que recebemos das entidades interessadas”. “Até ao verão, esperamos tornar públicas as recomendações desse trabalho que servirão de base para uma eventual iniciativa por parte do próximo colégio da Comissão Europeia, a partir de novembro deste ano”, acrescentou.

Na carta enviada à Anivec, Kristin Schreiber recorda que “todos os Estados-membros são tratados da mesma forma”; que a “definição usa três critérios”; mas que, “de facto, o número de trabalhadores é considerado o mais importante, como tal é compulsório“; que “ao permitir escolher entre o volume e negócios ou o balanço total anual, a definição já revela flexibilidade” e permite “lidar com a diferença” entre as empresas produtoras e as que trabalham ao nível do setor da distribuição.

De facto, o número de trabalhadores é considerado o critério mais importante na definição de uma PME, como tal é compulsório.

Kristin Schreiber

Diretora geral para o mercado interno

No terreno, a perceção é bem diferente. José Alexandre, responsável pela Riopele, empresa fundada pelo seu avô em 1927, sabe que tendo em conta a dimensão do seu negócio — três empresas e mais de 1.100 trabalhadores — está completamente fora dos parâmetros de uma PME, mas defende que a União Europeia “devia ter em linha de conta as especificações de cada país”. “A Riopele, com mais de mil trabalhadores, pode não ser uma PME em Portugal, mas numa comparação europeia não é bem assim”. O CEO da Riopele recorda que, na Alemanha e países nórdicos, empresas como a sua têm uma classificação especial, que em Itália as regiões também permitem que as empresas tenham “apoios dos estados regionais”. “As regras existem mas, por vezes têm de ser bem vistas e adaptadas à situação de cada país. A Riopele está em Braga, Barcelos, Famalicão ou Lousada, mas não temos qualquer apoio regional”, sublinha. “Quero que me reconheçam a mim e ao setor pelo que fizemos nos últimos três quatro anos. Demos um contributo muito grande para a recuperação do país”, desabafa.

As regras existem mas, por vezes têm de ser bem vistas e adaptadas à situação de cada país.

José Alexandre

CEO da Riopele

O eurodeputado José Manuel Fernandes lembra que não é a primeira vez que existe uma flexibilização das regras a nível europeu. “Estamos sempre disponíveis para fazer ajustamentos mas, muitas vezes, nem é preciso alterar a definição”, frisa ao ECO. E recorda que foi exatamente esse o caminho escolhido no Plano Juncker. “Flexibilizámos as candidaturas ao Plano Juncker de forma a permitir que empresas até aos três mil trabalhadores também pudessem concorrer. Demos essa abertura. A mesma coisa no Invest EU, o próximo plano de investimentos da UE”, explica o eurodeputado eleito pelo PSD, justificando essa opção com o efeito de arrastamento que estas empresas têm junto das PME.

Ainda assim o eurodeputado reconhece: “Não me choca nada a proposta de alteração feita pela Anivec”. Mas sublinha que é necessário estudar melhor o tema para perceber se não era melhor atualizar os critérios em si e para não correr o risco de “alargar o conceito em demasia de forma a não prejudicar os mais pequenos e que têm mais dificuldade em aceder” aos apoios.

O ECO também contactou o eurodeputado socialista Pedro Marques, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta.

Estamos sempre disponíveis para fazer ajustamentos mas, muitas vezes, nem é preciso alterar a definição.

José Manuel Fernandes

Eurodeputado

Mas outro dos problemas com que as empresas nacionais se confrontam é o da verticalização. “O grupo tem três empresas e emprega cerca de 1.200 pessoas, com uma faturação que ronda os 80 milhões de euros. Se as empresas fossem consideradas de modo independente e não houvesse contágio de grupo, uma delas, a Tessimax, poderia ser classificada como PME já que não chega a ter 250 trabalhadores e fatura pouco menos de dez milhões de euros”, conta Paulo Augusto Oliveira, ao ECO. O grupo Paulo de Oliveira, que integra a Paulo de Oliveira, a Penteadora e a Tessimax, é o maior no setor dos lanifícios em Portugal e um dos três maiores da Europa, exporta cerca de 95% do que produz e recorre à subcontratação e à contratação intragrupo.

Problema idêntico tem o grupo Polopique que, no seu conjunto, tem mais de mil trabalhadores e um volume de negócios consolidado de mais de 100 milhões de euros. O grupo, que investiu numa nova fiação em 2018 e este ano acrescentou uma unidade de tricotagem ao seu portfolio, poderia ter pelo menos uma empresa “catalogada” como PME — a Cotton Smile, “que trabalha a subcontrato” — conta ao ECO Luís Guimarães. “Como somos uma SGPS e tudo é elevado a esse nível, as quatro empresas produtivas — todas oscilam entre 250 e 300 trabalhadores, — são consideradas grandes empresas”, afirma o presidente do grupo. “Isso traz dificuldades acrescidas para aceder a projetos do Portugal 2020, por exemplo”, justifica. “Isto devia ser revisto”, conclui, lembrando que em Portugal as empresas já “pagam a energia mais cara da Europa e os custos do trabalho são inacreditáveis”, o que são fatores que “prejudicam a competitividade” das empresas nacionais.

Os empresários do setor têxtil pedem à Comissão que reveja os critérios para definir uma PME, já que estes estão cristalizados há cerca de 20 anos. Nas instalações da Paulo Oliveira, os industriais Paulo Augusto, da Paulo Oliveira, César Araújo, da Calvelex, José Alexandre, da Riopele, Brune e Mico Mineiro e o seu pai António Mineiro, da Twintex, Luís Oliveira, da Paulo oliveira, e Luís Guimarães da Polopique discutem o futuro do setor.

A Comissão também neste ponto não parece muito sensível aos argumentos nacionais. “A definição de PME tem em conta as relações que uma empresa tem com outras para definir um quadro claro da sua situação económica e excluir aquelas que não são verdadeiras PME”, escreve Kristin Schreiber. E recorda que em alguns casos, as relações por intermédio de uma pessoa singular também são tidas em conta porque estas podem dar à empresa acesso a meios que não estão disponíveis para as PME verdadeiramente independentes.

Como o dossier não está fechado, a Anivec voltou a responder à Comissão e insistindo no seu ponto de vista — o da complementaridade/cumulatividade dos critérios e não alternância — pedindo que a sua contribuição seja tida em conta nesta quarta avaliação, já que só assim se respeitará “o espírito da lei” e evitar a “distorção da concorrência por via de uma discriminação negativa das empresas”.

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Centeno critica leilão “absolutamente demagogo” sobre política fiscal

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

“Toda a gente entra numa demagogia e num leilão como se fosse fácil cumprir orçamentos”, diz Mário Centeno.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, criticou esta noite todos aqueles que fazem demagogia com a política fiscal, afirmando que “agora parece fácil cumprir os objetivos orçamentais”.

“A política fiscal é muito séria e o leilão absolutamente demagogo que temos visto nos últimos dias, numa tentativa de desfazer aquilo que foi este trabalho que fizemos ao longo destes últimos anos, não pode ser deixado em branco, tem que ser esclarecido”, disse Mário Centeno.

O ministro falava durante um plenário com militantes socialistas em São João da Madeira, no distrito de Aveiro, para fazer o balanço dos últimos quatro anos do Governo PS.

Na sua intervenção inicial na sessão, a única parte aberta aos jornalistas, Centeno disse que o Governo PS cumpriu os objetivos orçamentais a que se propôs nos últimos anos, adiantando que agora “toda a gente entra numa demagogia e num leilão como se fosse fácil cumprir orçamentos”.

“Todos os que hoje querem fazer demagogia com a política fiscal têm que crescer um pouco para a exigência de todo este processo e demonstrar a razoabilidade ou a falta dela das suas propostas”, disse Mário Centeno.

Perante uma plateia de cerca de 80 militantes, Centeno fez “um pequeno filme” dos últimos quatro anos, vincando aqueles que foram os três desígnios em termos económicos e financeiros do Governo PS: “estabilização do sistema financeiro e das contas públicas e crescimento económico, o emprego e a confiança”.

O ministro realçou ainda os resultados obtidos com a redução de quase metade do número de desempregados, relativamente a 2015, e de 70% nos desempregados de longa duração, assinalando que “não há nenhum país na área do euro a quem isto tenha acontecido nos últimos quatro anos”.

“Tudo isto é um processo, tudo isto é feito com um objetivo de continuidade. Não podemos agora soçobrar, como no passado infelizmente aconteceu. Não podemos agora pôr em causa aquilo que tanto trabalho deu a conseguir”, concluiu.

À entrada para a reunião, o ministro das Finanças tinha à sua espera um pequeno grupo de lesados do BES que gritavam “queremos o nosso dinheiro”.

“O senhor primeiro-ministro que dê a cara e que fale connosco. Não tenha medo de nós”, disse uma manifestante.

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Nova Lei de Bases da Saúde respeita “linhas vermelhas” de Marcelo

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

"Na redação que foi agora encontrada, acho que se respeitam as linhas vermelhas que todos tinham traçado", diz António Costa.

O secretário-geral do PS diz que o acordo alcançado com o Bloco de Esquerda e PCP no processo de revisão da Lei de Bases da Saúde respeita as “linhas vermelhas” colocadas pelo Presidente da República.

António Costa assumiu esta posição em declarações aos jornalistas, antes de participar numa sessão de esclarecimento com militantes socialistas de Odivelas sobre o Estado da nação, ocasião em que também afastou o cenário de o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, vetar a nova legislação por causa de apenas ser aprovada pelas forças da esquerda parlamentar.

“O senhor Presidente da República fará a apreciação que entender. Tinha deixado relativamente claro quais eram as suas próprias linhas vermelhas. Na redação que foi agora encontrada, acho que se respeitam as linhas vermelhas que todos tinham traçado“, sustentou António Costa, tendo ao seu lado o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Duarte Cordeiro.

Segundo o secretário-geral do PS, a nova redação prevê a revogação, no prazo de 180 após a sua entrada em vigor, da legislação que existe sobre Parceria Público Privadas de forma a dar espaço ao próximo Governo para regulamentar os termos em que é exercida a gestão pública dos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“Portanto, não se faz qualquer opção definitiva sobre isso. Uma lei de bases deve servir para esta maioria, para a próxima maioria e para qualquer maioria, tendo a flexibilidade necessária para permitir o respeito por diferentes opções políticas. Isso é importante para viabilizar que possa vir a ser promulgada pelo senhor Presidente da República”, insistiu o primeiro-ministro.

Questionado se o Presidente da República aceita uma nova Lei de Bases da Saúde apenas aprovada pela esquerda parlamentar, António Costa disse não acreditar num veto de Marcelo Rebelo de Sousa por causa do tipo de maioria que apoia o diploma.

“Não creio, nunca vi senhor Presidente da República a entender que as votações maioritárias na Assembleia da República fossem mais ou menos legítimas consoante a composição da maioria. Esse é um debate que já ficou ultrapassado e resolvido no início da legislatura, ainda pelo anterior Presidente da República [Aníbal Cavaco Silva]”, respondeu o secretário-geral do PS.

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Marcelo veta diploma sobre lóbi. Diz que tem “três lacunas essenciais”

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

Marcelo Rebelo de Sousa vê "três lacunas essenciais" no diploma sobre lóbi, em particular o facto de "não prever a sua aplicação ao Presidente da República".

O chefe de Estado vetou na sexta-feira o diploma do parlamento que regula a atividade de lóbi em Portugal apontando-lhe “três lacunas essenciais”, em particular o facto de “não prever a sua aplicação ao Presidente da República”.

Este veto foi noticiado pelo Expresso e divulgado oficialmente através de uma nota publicada à meia-noite no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou outros dois diplomas do pacote da transparência.

O decreto agora vetado “aprova as regras de transparência aplicáveis a entidades privadas que realizam representação legítima de interesses junto de entidades públicas e procede à criação de um registo de transparência da representação de interesses junto da Assembleia da República”.

Foi aprovado em votação final global no dia 7 de junho com votos favoráveis de PS e CDS-PP, com a abstenção do PSD e votos contra de BE, PCP, PEV, PAN e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.

Esta legislação foi acordada na Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas a partir de projetos de lei de CDS-PP, PS e PSD.

Leia aqui a carta enviada pelo Presidente à Assembleia da República:

Estatuto dos deputados e exercício de cargos públicos passam

No texto em que anunciou o veto à lei sobre o lóbi, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou duas leis do pacote da transparência, o regime de exercício de cargos públicos e políticos e o estatuto dos deputados. Mas deixou críticas.

Marcelo Rebelo de Sousa escreve que “se poderia ter ido mais longe” no regime do exercício de funções por titulares de cargos públicos e alto cargos públicos.

Saudou, porém, o “alargamento do princípio de exclusividade de funções, embora ainda não completo, e a salutar ampliação das obrigações declarativas a outras entidades”.

Quanto à alteração do Estatuto dos Deputados, o Presidente recorda a sua “posição pessoal, radical, em matéria de exclusividade, impedimentos e conflitos de interesses” e lamenta que o estatuto não seja “plenamente harmonizado” com a outra lei.

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