Salário mínimo aumentou com Costa mais do dobro do que a remuneração média

Entre salário mínimo de 505 euros em vigor quando Costa formou Governo e o salário mínimo de 635 euros hoje em vigor, vai um salto de 26%. Já a remuneração média subiu cerca de 12%.

O Governo prepara-se para aumentar o salário mínimo nacional (SMN) para 665 euros, em 2021. Há cinco anos, quando António Costa se estreou no lugar de primeiro-ministro, a retribuição mínima garantida estava nos 505 euros. Entre esse valor e aquele que está atualmente em vigor (635 euros mensais), vai um salto de quase 26%. Em comparação, a remuneração base média cresceu 11,5%, nestes últimos anos. O Executivo garante, ainda assim, que pretende retomar as negociações do acordo que visa aumentar a generalidade dos salários em Portugal.

Depois de ter estado congelado por cerca de três anos, o salário mínimo nacional subiu, no final de 2014, para 505 euros. Era esse o valor em vigor quando António Costa formou Governo. O primeiro aumento da retribuição mínima garantida pela sua mão foi sentido em 2016: um salto de 25 euros, que fixou o SMN nos 530 euros.

Os anos que se seguiram ficaram marcados por subidas consecutivas do nível remuneratório em causa. Em 2017, um reforço de 27 euros para 557 euros. Em 2018, um salto de 23 euros para 580 euros. Em 2019, um aumento de 20 euros para 600 euros. E em 2020, um crescimento de 35 euros para 635 euros, valor atualmente em vigor.

Esta quarta-feira, a ministra do Trabalho e o ministro da Economia foram à Concertação Social apresentar a proposta de aumento para 2021: 30 euros para 665 euros. Será um aumento mais modesto do que o que estava, inicialmente, previsto com vista à meta de atingir os 750 euros de retribuição mínima garantida em 2023; mas mais robusto do que o Governo do que o primeiro número indicado pelo Governo (23,75 euros), tendo em conta o impacto da pandemia de coronavírus no tecido empresarial.

Tudo somado, desde que António Costa formou Executivo, o salário mínimo cresceu 130 euros (entre os 505 euros de 2015 e os 635 euros de 2020). Em causa está um salto de 25,74%. A esse valor acrescentar-se-á, em 2021, mais 30 euros e estará, então, em causa um aumento de 31,68% (entre os 505 euros de 2015 e os 665 euros previstos para 2021).

E como se compara a evolução da remuneração base média? Os dados são do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e do Instituto Nacional de Estatística. A remuneração base média passou de 913,9 euros, em 2015, para 1.019 euros, em setembro de 2020. Em causa está um aumento de 105,1 euros ou 11,5%.

Ou seja, o salário mínimo aumentou significativamente mais do que a remuneração média, nos últimos anos, tendo dados passos firmes de aproximação a esta última. Ponto, aliás, que os sindicatos têm criticado duramente.

Em resposta, o Governo lançou, logo no início da legislatura, negociações com patrões e sindicatos com vista a fechar um acordo em sede de Concertação Social para aumentar a generalidade dos salários dos trabalhadores portugueses e a competitividade das empresas. A pandemia veio suspender esse processo, mas o Executivo garantiu ainda esta quarta-feira que tenciona retomar as conversações.

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“Estado ficará com 90 e muitos por cento” da TAP

  • ECO
  • 14 Dezembro 2020

Pedro Nuno Santos admite a diluição das posições dos restantes acionistas, com o Estado a ficar com "90 e muitos por cento" da TAP.

A ideia é que a TAP devolva parte do empréstimo de 1,2 mil milhões de euros, mas tudo dependerá da recuperação da empresa nos próximos anos. Antevendo que será difícil que tal aconteça, Pedro Nuno Santos admite a diluição das posições dos restantes acionistas, com o Estado a ficar com “90 e muitos por cento” da TAP.

“Sabemos que entre uma parte e o todo poderá ter de ser convertido em capital. A TAP é uma empresa com um balanço muito desequilibrado, com uma montanha de dívida, e é natural que a Comissão Europeia exija a conversão de parte ou da totalidade em capital”, diz o ministro das Infraestruturas em entrevista à Conversa Capital da Antena 1 e Jornal de Negócios.

A TAP conta com acionistas privados — os trabalhadores (5%) e Humberto Pedrosa (22,5%). “Se um sócio não acompanha dilui. Não pode ser feito de forma diferente. É natural que o sócio privado, que nós valorizamos muito e com quem temos muito boa relação, que não tenha capacidade ou interesse em acompanhar, acabe naturalmente por diluir”, diz. E admite que o Estado acabará por “ficar com 90 e muitos por cento” da empresa.

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Indústria seguradora global tem o equivalente a 6,6% do PIB mundial para crescer

  • António Ferreira
  • 13 Dezembro 2020

O diferencial entre perdas económicas globais face a eventos adversos e as coberturas efetivamente existentes eleva-se a 4,8 biliões de euros, estima um relatório da Mapfre Economics.

O referencial de protection gap nos seguros, em termos globais, equivale a 6,6% do produto económico mundial, um valor em torno dos 5,77 biliões de dólares (cerca de 4,8 milhões de milhões de euros), estima a Mapfre Economics, gabinete de estudos e análise da seguradora MAPFRE.

O protection gap, conceito que sintetiza a ideia do potencial segurável existente em determinado mercado, traduz a diferença entre as coberturas necessárias para proteger perdas económicas resultantes de eventos adversos (sinistros e catástrofes) e aquelas que se encontram efetivamente cobertas ou adquiridas.

No documento em que atualiza o seu GIP (Índice Global de Potencial Asegurador) relativo a 2020, a Mapfre calcula que (com os dados disponíveis de 2019), o insurance protection gap (“potencial do mercado segurador”) medido através de estimativas para o indicador BPSBrecha de Protección del Seguro (calculado para 96 mercados de seguros, tanto maduros como emergentes, incluindo Portugal) ascende a 5,77 biliões de dólares, montante que equivale a 658 pontos base, ou cerca de 6,6% do PIB global.

O montante global de gap estimado reparte-se em 70,8% de potencial segurável no ramo Vida e os restantes 29,2% no segmento não Vida.

A lacuna atual (“protection gap”) é explicada, em mais de 70%, pela situação de subseguro em países emergentes. A este respeito, “o envelhecimento da população, o crescimento dos seus rendimentos e a sua dimensão são fatores determinantes no alargamento do fosso de seguros no negócio Vida nesses países. O BPS do negócio do Não-Vida também cresceu nas últimas três décadas, embora significativamente menos,” explica Manuel Aguilera, diretor executivo da MAPFRE Economics citado no documento.

Top 10 de pontuação. Mercados com maior potencial segurador

Fonte: Mapfre Economics, dezembro 2020.

No cálculo do seu índice GIP (Global Insurance Potential Index) e para além da utilização da variável BPS, o gabinete de estudos da Mapfre considera outras variáveis, tais como a penetração de seguros (prémios/PIB), a dimensão da própria economia e outras variáveis demográficas, atribuindo uma pontuação a cada mercado de acordo com a sua contribuição para colmatar a lacuna global de seguros. Assim, explica o relatório, para estar numa posição elevada do ranking, “os mercados devem ter uma dimensão relevante (medida em termos de PIB), bem como uma certa capacidade de colmatar a sua própria lacuna de seguros”.

De acordo com especialistas, na problemática do protection gap, os mercados com maior penetração de seguros recuperam mais facilmente após eventos adversos do que as comunidades que dependam dos seus governos para se recomporem.

No entanto, segundo observa a Mapfre Economics, o relatório destaca alguns países com capacidade de colmatar o referido gap mas que, tendo peso económico relativamente pequeno, os coloca no fundo do ranking. Mas o estudo dedica atenção a esses mercados porque, “dada a sua convergência, eles representam uma fonte futura de potencial de seguros”, lê-se no relatório.

No GIP global, Portugal apresenta 0,09 de pontuação e está sensivelmente a meio da tabela (52º em Vida e 54º em não Vida), acompanhado de outros países, como Israel, Irlanda, Grécia, todos comungando da desvantagem de serem economias relativamente pequenas. A pontuação de cada mercado no GIP conjuga dois movimentos, um relacionado com o crescimento intrínseco da lacuna ou potencial segurável e outro relacionado com a capacidade de o absorver.

Partindo desta dinâmica, o estudo refere ainda o GAI (Gap Absorption Index), assimilável a um índice de capacidade e velocidade para colmatar o gap de proteção. Na situação de Portugal, caso as variáveis de BPS fossem estáticas – que pela sua natureza não são – o mercado levaria menos de 15 anos a esgotar o seu potencial segurador ou, por outras palavras, a colmatar a brecha de potencial num espaço temporal que pode ser considerado relativamente curto.

Por exemplo, continua o documento, há três países (Paquistão, Egito e Nigéria) que, no segmento Vida, poderiam competir nos próximos anos para posições do Top 10 atualmente ocupadas por outros mercados emergentes. No segmento não Vida, Paquistão, Egito, Bangladesh, Nigéria e Filipinas, por esta ordem, são identificados como países com enorme capacidade para tapar a brecha local de seguros e, que, se crescerem em tamanho (taxa de penetração), poderão a longo prazo ultrapassar outros mercados emergentes no índice.

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Bauer Media compra comparador de seguros Acierto.com

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2020

O grupo alemão conclui em 2020 a segunda aquisição em Espanha na área de comparadores digitais de bens e serviços.

A plataforma digital Acierto.com, referência em Espanha na comparação de seguros online, foi adquirida pelo grupo alemão Bauer Media. O acordo reforça a posição da Bauer em Espanha, onde já detém o CreditMarket, especialista de comparação de soluções de crédito e outros produtos financeiros, adquirido já em 2020.

Dependendo ainda da aprovação dos reguladores, a operação supõe a compra do comparador espanhol que é o principal colaborador da Acierto Seguros Online (corretora registada em Espanha) e da Asesor Consumer Services S.L, entidade legal que detém a primeira. Fundada em 2007 por Carlos Brüggemann e Mario Brüggemann, a Acierto posiciona-se como plataforma independente e a que maior número de seguradoras abrange em Espanha nos mais diversos ramos (automóvel, habitação, saúde e Vida).

No ramo automóvel, por exemplo, a Acierto.com pede o preenchimento de um único formulário, compara 30 seguros diferentes, responde a uma consulta em três minutos e permite ao consumidor poupar até 50% na contratação de uma apólice, indica o site espanhol.

A Bauer, com sede em Hamburgo, opera em mais de uma dezena de países na indústria editorial e de publicidade, detém cerca de 400 títulos de publicações em diversas áreas de consumo e distribuição, emissoras radiofónicas e outros ativos na área de digital, nomeadamente comparadores online de preços e serviços (seguros, finanças pessoais energia e telecomunicações).

Nesta atividade, a Bauer serve clientela em sete países, controlando o Zmarta Group (mercado escandinavo), Rankomat (Polónia), Srovnejto.cz (República Checa e Eslováquia) e a CreditMarket (Espanha).

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Zurich comprou operação de seguros gerais da MetLife nos EUA

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2020

O Farmers Group, da Zurich, adquire 100% do negócio P&C da MetLife U.S. e, após separar alguns ativos e responsabilidades, revende o negócio à Farmers Exchanges, entidade independente do grupo suíço.

O Farmers Group Inc (FGI), subsidiário norte-americano do grupo Zurich, em conjunto com a Farmers Exchanges, acordou a compra do negócio P&C da seguradora MetLife no mercado dos EUA, por um montante de 3,94 mil milhões de dólares (cerca de 3,25 mil milhões de euros à taxa de câmbio corrente).

Segundo anunciou em comunicado, o Zurich Insurance Group desembolsa 2,43 mil milhões de dólares (através da subsidiária FGI), enquanto a Farmers Exchanges – que não tem relação acionista com a Zurich – contribuirá com 1,51 mil milhões de dólares para o pagamento da operação que deverá estar concluída no segundo trimestre de 2021.


A aquisição do negócio
(MetLife Auto & Home) confere à Farmers Exchanges uma presença territorial abrangente nos EUA, uma vez que acede a uma rede de distribuição com potencial para proporcionar um crescimento acelerado e capaz de responder à ambição que a Zurich assume nos objetivos até 2022, refere o comunicado que concretiza a possibilidade antecipada na imprensa financeira internacional, há poucas semanas.

Nos termos do negócio, a Farmers Exchanges beneficia ainda de um contrato de 10 anos para distribuição exclusiva de seguros (linha de coberturas individuais) através da plataforma U.S. Group Benefits da MetLife, considerada líder do segmento nos EUA, atualmente operando uma carteira de 3 800 empresas e um total de 37 milhões trabalhadores assalariados.

Acedendo a esta base de clientes e à rede de agentes da MetLife, a Farmers Exchanges torna-se o sexto maior segurador no segmento de coberturas pessoais nos EUA. A carteira P&C (património e danos ou seguros gerais de pessoas e bens) adquirida à MetLife compreende 2,4 milhões de apólices, cerca de 3,6 mil milhões de dólares de prémios líquidos subscritos em 2019 e a incorporação de 3500 funcionários, detalha a Zurich.

 

“Esta aquisição aumenta significativamente o potencial de crescimento da Farmers Exchanges e irá aumentar ainda mais os lucros que a Zurich obtém através de receitas estáveis em comissões“, referiu Mario Greco, CEO do grupo Zurich, citado no comunicado. “Juntamente com a subida persistente das taxas nos seguros de linhas comerciais, a transação vem reforçar a capacidade de atingirmos os nossos objetivos para 2022”, complementou Greco.

De acordo com notas explicativas incluídas no comunicado, o Zurich Insurance Group não detém participação acionista na Farmers Exchanges. Em vez disso, a Farmers Group (subsidiária integral da Zurich) presta serviços e suporte técnico à Farmers Exchanges, pelos quais recebe comissões.

Ainda, de acordo com a estrutura da transação acordada, o FGI adquire 100% do negócio propriedade e danos (P&C) da MetLife nos EUA e, após separar alguns ativos e responsabilidades, revende o negócio à Farmers Exchanges, explica a mesma fonte.

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Uma noite nas novas suítes do Penha Longa

Cascais ou Sintra são os nomes das novas suítes do Penha Longa Resort. Uma verdadeira varanda sobre o verde da Serra de Sintra, o mosteiro do séc. XIV e o Penedo.

Dormir numa cama king size, acordar com a luz de outono a entrar pela janela e o verde da Serra de Sintra à nossa frente. O que lhe parece? O Penha Longa Resort acabar de reforçar a sua oferta com duas novas suítes, a suíte “Cascais” e a “Sintra”, num estilo sofisticado e contemporâneo, e sempre com o requinte de se pede a um cinco estrelas.

Seja em época de quarentena ou fora dela, o Penha Longa procura acompanhar as tendências no mercado de luxo, apostando constantemente na melhoria das instalações e dos serviços que oferece. É o caso da mais recente novidade, que vem e enriquecer o alojamento do resort de luxo que, a partir de agora, contará com um total de 196 quartos e suítes.

Desde a inauguração do hotel, em 1993, é a primeira vez que o Penha Longa Resort adiciona quartos aos existentes. Batizadas de “Sintra” e “Cascais” e situadas no quarto andar, as novas e elegantes suítes têm umas das melhores vistas do resort, uma verdadeira varanda sobre o verde deslumbrante da Serra de Sintra, o mosteiro do séc. XIV e o Penedo.

O projeto de decoração, a cargo do ateliê Vilaça interiores, dá destaque a um estilo contemporâneo, acolhedor e cheio de requinte através de cores sóbrias mas quentes e texturas que dão prioridade ao conforto.

À experiência junta-se a oferta gastronómica com variadas opções como os restaurantes Arola, Spices e Penha Longa Mercatto.

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Vueling compromete-se a devolver dinheiro a passageiros afetados

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2020

A necessidade de uma reestruturação da empresa devido ao impacto da crise provocada pela pandemia foi reconhecida por Sansavini, embora o líder da transportadora aérea não preveja redução de pessoal.

O novo presidente da companhia aérea Vueling, Marco Sansavini, declarou este domingo que a empresa está determinada a devolver o dinheiro dos bilhetes a todos os passageiros afetados nos últimos meses pela suspensão de voos devido à covid-19.

Os clientes que “podem ter tido inconvenientes em relação a esta situação têm direito a reembolso, a Vueling está absolutamente empenhada em reembolsar”, afirmou o executivo italiano, em entrevista à televisão espanhola TV3, sem deixar de pedir desculpa e de explicar que a companhia não o conseguiu fazer até agora “devido ao número de situações” a gerir.

A favor de que os viajantes possam voar depois de passar um teste de antigénio, Marco Sansavini – que assumiu funções em 8 de setembro, substituindo Javier Sánchez-Prieto – reiterou que as viagens aéreas são seguras, apesar de assumir não poder impor medidas além das que se aplicam em todo o setor.

De acordo com o CEO da companhia aérea, a Vueling vai aumentar durante a quadra natalícia dos atuais 500 voos semanais para 1.500 e “muitos dos destinos domésticos e alguns destinos internacionais importantes, como Atenas, Zurique, Praga ou Turim, serão retomados”, num total de 165 destinos.

A necessidade de uma reestruturação da empresa devido ao impacto da crise provocada pela pandemia foi reconhecida por Sansavini, embora o líder da transportadora aérea não preveja a redução de pessoal, o encerramento de bases ou um pedido de resgate financeiro ao governo.

É evidente que temos de começar a preparar a Vueling para o futuro e isso significa que teremos de tomar medidas estruturais para adaptar o nosso nível de atividade ao nível de procura, qualquer que seja o nível de procura, assim que sairmos da crise”, observou Marco Sansavini, que previu que o regresso da procura aos níveis de 2019 só ocorra a partir de 2023.

As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.

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Fed deverá seguir passos do BCE e prolongar estímulo

  • ECO
  • 13 Dezembro 2020

Jerome Powell deverá seguir as pisadas de Christine Lagarde e prolongar o estímulo monetário nos EUA para continuar a suportar a economia durante a recuperação.

A Reserva Federal norte-americana prepara-se para prolongar o seu programa de emergência de compra de dívida que criou por causa da crise pandémica, avança o Financial Times este domingo. A entidade liderada por Jerome Powell segue assim os passos de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, que aumentou e prolongou o programa de compra de ativos que acionou para combater a recessão.

A Fed deverá tomar esta decisão oficialmente na reunião de política monetária desta semana onde indicarão que as compras mensais de 120 mil milhões de dólares de dívida continuarão até que a recuperação económica preencha certos requisitos. Neste momento, a Reserva Federal diz que as compras vão manter-se no nível atual apenas “durante os próximos meses”, um período mais limitado do que a formulação que se prevê que vão adotar.

Segundo o FT, os responsáveis do banco central sentem a necessidade de dar outro estímulo monetário à economia por causa do impacto económico da segunda vaga e a falta de um novo estímulo orçamental que demorou a ser negociado entre o Congresso e a Casa Branca. A expectativa é que as taxas de juro próximas de zero e as avultadas compras de ativos continuem até que a inflação comece a aproximar-se de 2% e a economia alcance o emprego pleno.

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Dos preços às prestações, até aos custos de construção. A habitação cá e na Europa

Evolução dos preços das casas e das rendas, custos com a habitação, e o setor da construção. Conheça o retrato que o Eurostat fez da habitação na Europa e em Portugal.

Como têm evoluído os preços das casas? E das rendas? Quanto custa manter uma habitação ao final do mês? O Eurostat fez um retrato da habitação na Europa, onde também inclui dados para Portugal, e em que detalha custos, prestações e investimentos.

No ano passado, na UE, 69,8% da população vivia numa casa da qual era proprietária, enquanto apenas 30% vivia em casas arrendadas. Esta discrepância varia conforme os Estados-membros, mas ter uma casa própria é o mais comum na Europa, refere o Eurostat. Isso verifica-se, também, em território português, onde 73,9% dos cidadãos são donos de uma casa.

A compra é privilegiada em detrimento do arrendamento, mesmo num contexto de agravamento mais expressivo do valor das casas em comparação com o das rendas.

O Eurostat refere que, entre 2010 e 2019, os preços de compra e venda das casas observaram uma “tendência constante de aumento desde 2013”, sobretudo a partir de 2015. Ao todo, a subida média dos últimos 10 anos foi de 19% nos Estados-membros da UE. Em termos de rendas, houve um “aumento constante das rendas na UE entre 2010 e 2019”, no total de 13%.

Embora não haja dados detalhados para Portugal um gráfico do Eurostat permite perceber que a evolução dos preços das casas em território nacional foi bastante mais acentuada do que a observada em toda a UE.

Evolução dos preços da habitação na UE e em Portugal

Evolução dos preços da habitação na UE e em Portugal. Fonte: Eurostat, 2010 a 2019Eurostat

15,5% dos rendimentos são destinados à habitação

Dependendo da evolução dos preços e das rendas, mas também da tipologia e localização dos imóveis, os custos com a habitação variam de família para família, bem como a parte dos rendimentos que é destinada para suportar esta despesa. “Com o aumento dos preços e das rendas, o custo de uma habitação pode ser um fardo”, diz o Eurostat, que refere que “isso pode ser medido pela taxa de sobrecarga do custo da habitação”.

Esse indicador representa a percentagem de população cujos custos com a habitação representam mais de 40% dos rendimentos disponíveis. Na UE, em 2019, 12% das populações urbanas encaixavam-se nessa “fatia”, comparando com apenas 7% das populações rurais. “A sobrecarga dos custos com a habitação foi mais elevada nas cidades do que nas zonas rurais” em praticamente todos os Estados-Membros.

Em Portugal, refere o Eurostat, 7,3% da população urbana vê os custos com a habitação levarem mais de 40% dos rendimentos disponíveis, enquanto apenas 4,6% da população rural se encaixa nesta situação.

Outra forma de verificar se uma habitação é acessível é pela proporção do custo da habitação no rendimento disponível total. Isto mostra que, em média, na UE em 2019, 20% do rendimento disponível era destinado a despesas com habitação, um valor que se mostra mais elevado na Grécia (38,9%), Dinamarca (27,1%) e Alemanha (25,9%). Em Portugal, esta percentagem é ligeiramente inferior: 15,5%. Ou seja, as famílias portuguesas destinam, em média, 15,5% dos rendimentos para os custos com a habitação.

Mas os custos totais de manter uma habitação também variam significativamente de Estado-membro para Estado-membro. No ano passado, as despesas com a habitação mais elevadas em comparação com a média da UE observavam-se na Irlanda (77% acima da média da UE), Luxemburgo (70% acima) e Dinamarca (63% acima). Portugal, por sua vez, aparece a meio da tabela, cujas despesas são 81,5% abaixo da média da UE.

Custos de manter uma habitação na UE

Custos de uma habitação nos Estados-membros da UE (2010 a laranja e 2019 a azul). Fonte: Eurostat, 2019Eurostat

17,6% das despesas totais das famílias são com a habitação

Os mesmos dados mostram que, no ano passado, em média, 5,3% do PIB de cada Estado-membro foi investido na habitação. Contudo, também aqui há variações: Chipre (7,9%), Finlândia (7,2%) e Alemanha (6,6%) apresentam os níveis de investimento mais elevados, enquanto Eslovénia (2,2%), Polónia (2%) e Grécia (0,7%) registam os investimentos mais reduzidos neste campo.

E Portugal? De acordo com o Eurostat, Portugal é o 9.º país da UE com o investimento mais baixo em habitação: 3,2% do PIB. Mas há ainda mais dados que permitem perceber a aposta que o país faz neste campo.

Investimento em habitação na UE (% do PIB)

Investimento feito em habitação em 2019 nos Estados-membros da UE. Fonte: Eurostat

O Eurostat tem ainda dados sobre o dinheiro gasto por cada família com habitação. De acordo com as estatísticas disponíveis, em 2019, os agregados familiares na UE gastaram mais de 1.700 mil milhões de euros em habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis. “Isto representa quase um quarto (23,5%) das despesas de consumo totais e é de longe a maior despesa doméstica da UE”, à frente dos transportes (13,1%), alimentos e bebidas não alcoólicas (13%), restaurantes e hotéis e ainda cultura (ambos com 8,7%).

Finlândia (28,8%) e Eslováquia (28,4%) são os países que gastam a maior parcela das despesas das famílias com habitação, enquanto Malta (12,3%) e Lituânia (14,9%) aparecem no lado oposto da tabela. Por sua vez, em Portugal, as famílias gastaram 25,6 milhões de euros em habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis. Ou seja, 17,6% das despesas totais são feitas com a casa.

Há cada vez menos famílias com hipotecas em atraso

A habitação tem um peso bastante significativo no orçamento das famílias. E, à medida que estes custos aumentam, isso é sinónimo de maior fardo para as famílias. Contudo, em 2019, antes da pandemia, eram cada vez menos as que tinham prestações em atraso, tanto na UE como em Portugal.

O Eurostat refere que “atrasos no pagamento do crédito à habitação, das rendas ou das contas de serviços públicos são outra indicação de que os custos de habitação podem ser muito altos”. Contudo, também refere que, “apesar de os preços da habitação e rendas terem aumentado durante o período de 2010 a 2019”, a percentagem de famílias com o pagamento destas despesas em atraso diminuiu de 12,4% em 2010 para 8,2% em 2019 na UE.

Na verdade, estas percentagens diminuíram em praticamente todos os Estados-Membros, com exceção da Grécia, Dinamarca e Finlândia. Em Portugal também se assistiu a uma diminuição: em 2010, 8,6% das famílias tinham hipotecas, rendas e outras contas em atraso, mas em 2019 caiu para 5,8%. Desde 2014 que este indicador tem vindo a cair, tal como acontece na UE.

7,7% da área da AML é destinada à habitação

Embora pouco recentes, mas o Eurostat apurou a percentagem de área bruta do país que foi destinada a fins residenciais. Em 2015, quase 75% dos terrenos da UE foram usados para agricultura e suinicultura, enquanto apenas 2,9% foram destinados a habitação (incluindo jardins residenciais).

Esta é uma percentagem bastante baixa quando comparado com outros Estados-membros. É na região belga Bruxelles-Capitale/Brussels Hoofdstedelijk onde a maior parte da área é destinada a fins habitacionais: 55%. Atrás aparecem as regiões alemãs de Bremen (32%) e Hamburgo (29%), bem como a região austríaca de Viena (21%).

Contudo, por outro lado, há ainda 19 regiões na UE onde esta percentagem é inferior a 1%. Como é o caso das regiões italianos na Província Autónoma di Bolzano/Bozen (0,3%), Aragão em Espanha e Övre Norrland na Suécia (ambas com 0,4%).

Em Portugal, numa análise por regiões, a Área Metropolitana de Lisboa é aquela cuja maioria da área é destinada a habitação (7,7%), à frente do Porto (4%) e do Algarve (3,2%). O Centro, por sua vez, aparece com 2,7% enquanto o Alentejo regista apenas 0,8%.

Portugal tem mais de 83 mil empresas de construção

As licenças de construção para edifícios residenciais na UE aumentaram entre 2013 e 2019, diz o Eurostat, que refere que, desde 2014, o número de autorizações concedidas “tem aumentado de forma constante”, subindo 32% em 2019 face a 2015. Este indicador aumentou em 19 Estados-Membros entre 2010 e 2019, mas mais do que triplicou na Estónia (+211%), Malta (+181%) e Bulgária (+156%), enquanto caiu na Grécia (-69%) e Itália (-54%).

A par disso, também os custos de construção de novas habitações têm vindo a aumentar desde 2010. Na UE, entre 2010 e 2019, subiram 15%, com os maiores aumentos a serem observados na Hungria (+47%) e na Roménia (+46%), enquanto a Grécia foi o único país a ver os preços caírem (-7%). Em Portugal, mostra o gráfico, a tendência de subida tem sido ainda mais acentuada.

Evolução dos custos de construção para novos edifícios residenciais

Evolução dos custos de construção para novos edifícios residenciais. Fonte: EurostatEurostat

Para responder a esta subida da construção estão as empresas de construção, que também têm vindo a aumentar nos últimos anos. De acordo com o Eurostat, o número de empresas (locais) e pessoas empregadas também permitem analisar este setor. Os dados mostram que, em 2018, em Portugal havia 83.321 empresas de construção e 303.432 trabalhadores no setor.

A região Norte do país lidera ao registar 29.854 empresas e 127.001 trabalhadores, à frente do Centro com 23.411 empresas e 71.039 pessoas empregadas. Atrás aparece a AML com 19.390 empresas de construção e 72.752 trabalhadores. O Algarve surge com 6.079 empresas e 17.886 pessoas a trabalhar no setor e, por fim, o Alentejo com 4.587 empresas e 14.754 trabalhadores.

A região francesa de île de France é aquela que tem o maior número de empresas de construção (155.000), à frente de Provencea-Alpes-Côte d’Azur (78.000) e Rhône-Alpes (76.000). Em termos de trabalhadores, île de France também lidera (544.000 pessoas).

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Bloco diz que Cabrita não pode continuar. PCP defende reestruturação do SEF, mas não de “cabeça quente”

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2020

O Bloco reafirmou que o ministro da Administração Interna “perdeu as condições para o lugar que ocupa”. Já o PCP defendeu a necessidade de uma reestruturação, mas não de "cabeça quente".

A coordenadora do Bloco de Esquerda reafirmou este domingo, em Alcanena (Santarém), que o ministro da Administração Interna “perdeu as condições para o lugar que ocupa”, dada a forma como lidou com a atuação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Falando no final de uma reunião com ativistas ambientais do distrito de Santarém, realizada hoje no Centro de Ciência Viva do Alviela, em Alcanena, e questionada a propósito da atuação do ministro da Administração Interna no caso do cidadão ucraniano alegadamente assassinado no aeroporto de Lisboa por elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Catarina Martins lamentou que, em vez de anunciar “transformações profundas” na segurança das fronteiras e na política de imigração, “para que os direitos humanos fossem respeitados”, Eduardo Cabrita tenha escolhido “vitimizar-se”.

“No momento em que era preciso dizer ao país das transformações profundas, profundas, que é necessário na segurança das fronteiras e na política de imigração para que os Direitos Humanos fossem respeitados, o ministro decidiu vir à televisão vitimizar-se e isso mostra uma incapacidade destas alterações que o país precisa e nós julgamos que, assim sendo, não tem condições para continuar”, declarou.

Lembrando que o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, já se pronunciou neste sentido “no momento em que o ministro veio falar ao país na semana passada”, Catarina Martins sublinhou que, ao escolher vitimizar-se em vez de proferir “uma palavra de solidariedade para com a família da vítimas” e de anunciar uma reformulação de políticas, Eduardo Cabrita “perdeu as condições para o lugar que ocupa”.

A líder bloquista recordou ainda que, quando esteve no Parlamento em 8 de abril, na sequência de um pedido de audição apresentado pelo BE, o ministro “prometeu tirar consequências muito fortes do que tinha acontecido”. Contudo, “quase nove meses depois”, o país é confrontado com “as notícias de uma família que foi deixada sozinha, de consequências que não foram retiradas sobre o próprio funcionamento dos centros do SEF”, que, sublinhou, “não seguiram sequer as recomendações da Provedoria de Justiça”.

“Julgamos que isso é uma prova de incapacidade face a um dos casos mais graves da democracia portuguesa: um homem foi torturado até à morte por forças de segurança do nosso país. É difícil lembrarmo-nos de alguma coisa mais grave numa democracia”, salientou. Para Catarina Martins, o problema do SEF “não é pontual, é sistémico, até porque as várias entidades nacionais e internacionais têm vindo a denunciar há muitos anos os abusos, os atropelos aos direitos humanos”.

“Como o problema é sistémico, julgo que colocar a questão [como fez o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa] é inútil. É preciso é tirar as conclusões. Isso exige uma profunda remodelação de toda a política de imigração e de fronteiras do Estado português e na verdade o ministro não mostrou até agora os planos para o fazer e aquilo que Portugal precisa é de um ministro que queira fazer essa mudança e não que queira fazer umas poucas mudanças decorativas e deixar tudo na mesma”, declarou.

PCP defende reestruturação do SEF, mas não “de cabeça quente”

O secretário-geral do PCP defendeu este domingo a necessidade de uma reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras por causa da morte de um cidadão ucraniano às mãos de inspetores, mas recomendou que não se faça “de cabeça quente”.

Em conferência de imprensa após uma reunião do Comité Central do partido, Jerónimo de Sousa considerou que deve haver “uma reconsideração em relação em relação ao funcionamento desse serviço” mas salientou que é preciso “não envolver todos os funcionários do SEF como se tivessem cometido crimes, porque isso não é verdade”.

“Agir com a cabeça quente muitas vezes não ajuda a resolver o problema”, afirmou, ressalvando que é precisa uma reestruturação do SEF, a apuração de responsabilidades e um “virar de página” no que toca ao acompanhamento e fiscalização da sua atividade”. Para o PCP, “é fundamental que esses serviços se mantenham e respeitem, em particular, os imigrantes e aqueles que procuram asilo político”.

O homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk, que morreu depois de ter sido torturado nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa em março passado, é “um facto muito grave a exigir responsabilidades políticas, criminais e disciplinares”, defendeu Jerónimo de Sousa, apontando ainda que o facto de só agora o Estado português determinar uma indemnização à família é “um atraso inaceitável”.

Jerónimo de Sousa reconheceu que a continuidade da ex-diretora do SEF Cristina Gatões, que se demitiu na semana passada, se tornou “insustentável”. Questionado sobre a continuidade do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, bem como de outros ministros do governo alvo de críticas pela sua atuação, o secretário-geral comunista defendeu que “despedir ministros ‘à peça’ não é um caminho que se trilhe”.

“As críticas ao Governo devem ser feitas ao Governo e, naturalmente, ao principal responsável, que é o primeiro-ministro. Não acompanhamos essa ideia peregrina de irmos enxotando os ministros mais ou menos incómodos”, declarou.

A morte de Ihor Homenyuk levou à acusação de três inspetores do SEF por homicídio qualificado, que estão em prisão domiciliária e cujo julgamento está previsto começar a 20 de janeiro de 2021, no tribunal criminal de Lisboa. O caso de Homenyuk levou também à demissão do diretor e do subdiretor de Fronteiras do aeroporto de Lisboa e também à instauração de 12 processos disciplinares a inspetores do SEF.

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Costa quer “acelerar” programa do Governo com ajuda das verbas europeias

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2020

Costa elogiou a resposta rápida da União Europeia (UE) à crise pandémica da covid-19 que se traduz num pacote, ou “bazuca”, de meios de “grande calibre”.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, admitiu este domingo “acelerar” o programa do Governo com a ajuda dos fundos do plano de resiliência da União Europeia, aprovado na semana passada em Bruxelas.

Ao discursar no encerramento do XXII congresso da Juventude Socialista (JS), em Lisboa, Costa elogiou a resposta rápida da União Europeia (UE) à crise pandémica da covid-19 que se traduz num pacote, ou “bazuca”, de meios de “grande calibre”.

É um programa europeu “focado e ancorado” em dois objetivos – a transição digital e transição climática – que “está totalmente alinhado com as prioridades estratégicas” para os próximos quatros anos, definidas pelo executivo socialista ainda antes do princípio da crise.

A única coisa que vamos fazer é acelerar a execução do nosso programa de governo e agora com mais meios para o executar, graças à solidariedade da União Europeia e à forma como tem estado a responder a esta crise”, disse.

O XXII congresso nacional da JS, totalmente digital devido às restrições causadas pela epidemia, elegeu Miguel Costa Matos como secretário-geral, sucedendo a Maria Begonha.

No encerramento de um encontro totalmente digital – “o congresso mais diferente” a que assistiu e que prova que “a democracia não está suspensa” – Costa admitiu que os últimos meses com a crise pandémica foram difíceis, incluindo os jovens, e defendeu como prioridades do Governo e do PS o direito à habitação e “um trabalho digno, justamente remunerado e não a prazo”.

Recordou, por outro lado, medidas adotadas pelo executivo para o próximo ano, nesta fase de crise, e que passam pela redução do período de garantia para o subsídio de desemprego ou a sua prorrogação por mais seis meses também em 2021.

A crise e a pandemia de covid-19 puseram o país e os portugueses a “atravessar um túnel tenebroso”, mas, “graças à ciência” e às vacinas, é possível já “ver uma luz ao fundo do túnel”, declarou, depois de lembrar, uma a uma, as prioridades definidas pelo executivo para quatro anos de governação e as medidas adotadas para minorar os efeitos da crise.

Porque antes da pandemia, argumentou o líder socialista e primeiro-ministro, o país estava “no caminho certo” e é esse “caminho” que é preciso retomar quando se ultrapassar a crise, com os objetivos de combate às alterações climáticas, a defesa do equilíbrio demográfico, na transição digital e na luta contra as desigualdades, “verdadeira razão de ser do socialismo democrático”.

A Miguel Costa Matos, novo secretário-geral da JS, António Costa pediu que faça o que tem sido o “contributo” dos jovens socialistas ao longo de mais de 45 anos, após o 25 de Abril de 1974: “espicaçar o PS a ir mais além” porque o “partido precisa desse sangue novo”.

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Quais são os sindicatos da TAP? Perguntou ao Google, nós respondemos

O plano de restruturação da TAP está a avançar e irá implicar despedimentos de 2.000 trabalhadores da companhia aérea. Os sindicatos foram chamados a negociar com a gestão da empresa e o Governo.

A TAP está a ser alvo de intervenção pública e os sindicatos foram chamados a negociar a saída de milhares de trabalhadores. O elevado número de trabalhadores e áreas faz com que se multipliquem os representantes sindicais. Saiba quais os principais e como se dividem.

http://videos.sapo.pt/TmlC937hd2q9NYy2Oceo

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