“Empresas foram condenadas à morte”, diz Isabel dos Santos
A empresária angolana diz que o arresto do tribunal de Luanda condenou as suas empresas à morte e que não teve oportunidade de se defender.
Depois de o tribunal de Luanda ter decretado o arresto de vários bens de Isabel dos Santos, a empresária admite que essa medida condenou essas mesmas entidades à morte. Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), diz ainda que esta é uma tentativa de “mascarar” o fracasso da política económica do presidente João Lourenço.
Para a empresária angolana, esta decisão trata-se de “um ataque politicamente motivado, pelo simples e único facto de filiação ao ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos”. Isabel dos Santos diz ter descoberto com “grande consternação” que houve um “julgamento secreto realizado em sigilo total”, sem que os advogados das respetivas empresas tivessem sido informados.
“Discordo do facto de ter sido confrontada por acusadores sem me ter sido dada a oportunidade de responder às acusações falsas feitas contra mim”, disse, em declarações ao Negócios. Este julgamento, continuou, “contém várias inverdades e que se tivesse sido oferecida a oportunidade de um processo legal justo e aberto, teria sido fácil de desmontar tais inverdades“.
Afirmando que, devido ao congelamento das contas, fica impossibilitada de gerir e recapitalizar as empresas, Isabel dos Santos diz que as entidades em questão foram “condenadas à morte”. “Hoje empregam mais de 10.000 pessoas. Diante dessa tentativa de espoliação, incentivei as minhas equipes e todas as famílias ligadas ao destino de minhas empresas a não cederem à dúvida nem ao desânimo”, disse.
Posto isto, a filha de José Eduardo dos Santos diz que vai lutar com “calma” e “profissionalismo” e que usará “todos os instrumentos do direito angolano e internacional” que tem à sua disposição “para fazer prevalecer a verdade”.
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