Irlanda vai ter eleições antecipadas a 8 de fevereiro
Depois de quatro anos à frente de um Governo minoritário, o primeiro-ministro irlandês decidiu propor eleições antecipadas para 8 de fevereiro. A decisão foi comunicada em Conselho de Ministros.
O Presidente irlandês, Michael Daniel Higgins, dissolveu esta terça-feira o Parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas para 8 de fevereiro, a pedido do primeiro-ministro, Leo Varadkar, que alegou que esta é a “altura certa”.
“Temos um acordo para o Brexit que garante que não vai haver fronteiras físicas, os direitos dos cidadãos vão ser protegidos e a Área de Circulação Comum [anglo-irlandesa] vai permanecer em vigor. A Assembleia e o Executivo da Irlanda do Norte reuniram-se novamente”, explicou Varadkar, num discurso, antes de se deslocar ao palácio presidencial.
No entanto, lembrou que o processo de saída do Reino Unido da União Europeia não está resolvido, pois falta um acordo de comércio livre entre a UE, incluindo a Irlanda, e o Reino Unido, “que proteja empregos, empresas, comunidades rurais e economia”.
Políticas para as áreas da saúde, habitação, ambiente e reforma fiscal, vincou, dependem destas negociações, que o governo britânico quer concluir até ao final do ano.
“Há uma janela de oportunidade para a realização de eleições nacionais e a formação de um novo governo antes da próxima reunião do Conselho Europeu, em março, com um mandato forte para se concentrar nessas negociações no verão e no outono”, vincou.
Varadkar deslocou-se depois ao palácio presidencial, Áras an Uachtaráin, onde, juntamente com Higgins, formalizou a dissolução do parlamento irlandês (Dáil), iniciando um período máximo de 30 dias para a realização das eleições legislativas.
A possibilidade de antecipar eleições, encurtando o mandato cerca de um ano, já tinha sido admitida pelo primeiro-ministro (Taoiseach) e terá sido comunicada esta terça-feira durante uma reunião do Conselho de Ministros, tendo ainda sido consultado o líder do Fianna Fáil, o principal partido da oposição, Michéal Martin.
Varadkar disse, durante o fim de semana, que o acordo entre o Reino Unido e a UE sobre o Brexit, a restauração do governo autónomo na Irlanda do Norte e uma mudança da aritmética no Dáil eram fatores que estava a tomar em consideração.
Desde as eleições de 2016 que o Fine Gael, sem maioria absoluta, governa com base num acordo com o Fianna Fáil, que se comprometeu a abster-se em certas votações, permitindo ao Governo aprovar as suas políticas.
Ao longo deste tempo, os dois partidos rivais mantiveram-se coesos durante a negociação relacionada com a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e a fronteira com a Irlanda do Norte.
Porém, a demissão recente de três deputados do Fine Gael e a possibilidade de alguns deputados do Fianna Fáil romperem a disciplina para votarem contra o Governo, nomeadamente numa moção de confiança no ministro da Saúde da Irlanda, Simon Harris, no início de fevereiro aumentou a incerteza sobre a capacidade de continuar no poder.
A confirmar-se a data, as próximas eleições realizam-se pela primeira vez num sábado, em vez de quinta ou sexta-feira, e o Dáil vai ter mais dois assentos, 160, para refletir o crescimento da população.
(Notícia atualizada às 14h45)
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