Guilherme Taveira Pinto, o português que facilitaria “comissões” e subornos em Angola
É português e é um dos nomes associados ao escândalo Luanda Leaks. Já tem um mandado de captura internacional emitido por Espanha para que seja detido por suspeitas de subornos.
Guilherme Augusto de Oliveira Taveira Pinto é mais um dos nomes portugueses envolvidos no Luanda Leaks. O português do qual não se sabe muito, seria “um dos homens chave” em termos de subornos na trama revelada pelo consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, avançou o Observador (acesso pago).
Sabe-se que o empresário, de aproximadamente 65 anos, tem dupla nacionalidade e passaporte angolano. Já existe mesmo um mandado de captura internacional emitido por Espanha para que seja detido por suspeitas de subornos em contratos públicos de empresas espanholas em Angola.
Estes documentos do Luanda Leaks têm detalhes sobre negócios entre empresas estrangeiras e o Estado angolano que se suspeita terem sido contabilisticamente inflacionados para poder distribuir subornos e comissões ilegais a “funcionários públicos” de Angola. E é aqui que entra o nome do português Guilherme Augusto de Oliveira Taveira Pinto. Todavia, desde 2016, que o seu paradeiro é desconhecido.
Segundo as fontes do El Mundo, o português era “o homem para tudo” das empresas espanholas que tinham negócios em Angola e os seus contactos com “gente do Governo” angolano eram “bem conhecidos”, assim como a boa relação que tinha com o Ministério do Interior espanhol.
Espanha devia ter vendido armas à polícia de Luanda por 153 milhões, “mas aproximadamente 60 milhões desapareceram e só chegou ao destino metade da mercadoria”. Parte do dinheiro desviado poderá ter sido utilizado para a compra de um Porsche Panamera, ações de uma empresa de segurança e uma inscrição num Safari, chegou a avançar o portal espanhol Zoomnews.
O papel do português terá sido o de “facilitador” para “contactar com as pessoas adequadas” em Angola e conseguir a adjudicação do contrato, mas teria também tido um papel essencial na distribuição dos alegados subornos milionários, que foram investigados pela justiça espanhola que o constituiu arguido.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, que teve acesso a documentos judiciais, o português com passaporte angolano era suspeito de se mover em Luanda desde os anos 90 e de conseguir contratos públicos em Angola para empresas públicas espanholas, “mediante o pagamento de comissões ilícitas a terceiros”. Pelos negócios, recebia uma “comissão de sucesso”. Parte dessas comissões (uma percentagem de 1,75%), acreditam as autoridades espanholas, ficava para si e para as suas empresas — uma grande fatia ia para altos funcionários angolanos, em especial da Polícia Nacional angolana.
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