PAN aponta OE2020 como “prova de força” da capacidade de diálogo

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2020

A 10 de janeiro, o Parlamento vota o OE2020. O PAN aproveitou a mensagem de Marcelo para defender que foi uma prova de força da capacidade de diálogo do Governo mas também dos partidos.

O PAN (Pessoas–Animais–Natureza) apontou hoje a discussão e votação da proposta do Orçamento do Estado para 2020 como “a prova de força” da “capacidade de diálogo” do Governo e dos partidos da oposição.

Reagindo à Lusa à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, a líder parlamentar do PAN, Inês de Sousa Real, destacou a discussão e votação da proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), prevista na generalidade para 09 e 10 de janeiro, como “um momento decisivo” que “vai ser a prova de força do que é a capacidade de diálogo do Governo e dos partidos da oposição”.

A partir da ilha açoriana do Corvo, o chefe de Estado desejou hoje, primeiro dia do ano, um 2020 “de esperança”, com um “Governo forte, concretizador e dialogante” e uma “oposição forte e alternativa”, e pediu “capacidade de entendimento entre os partidos quando o interesse nacional assim exija”.

Marcelo Rebelo de Sousa elegeu para a mensagem deste ano como áreas essenciais a saúde, a segurança, a coesão e inclusão, o conhecimento, a justiça, a “preocupação climática”.

Para a líder parlamentar do PAN, “é fundamental” que o Governo PS, sem maioria absoluta, “tenha capacidade de aproximação” às “preocupações manifestadas pelas diferentes forças políticas” e possa “acolher algumas das medidas que são estratégicas”.

“Não podemos continuar a ser um Portugal a duas velocidades em matéria de acesso à saúde”, sustentou Inês de Sousa Real, enumerando como medidas propostas pelo PAN para 2020 o investimento de 10 milhões de euros na saúde mental e de 29 milhões de euros na agricultura biológica.

A deputada escusou-se a dizer se o PAN vai viabilizar ou não a proposta do Governo para o OE2020, considerando que seria “precipitado avançar com o sentido de voto” face à ausência de um “sinal concreto” do Governo sobre as medidas sugeridas pelo partido.

O PAN, que escolhe as alterações climáticas como um dos desafios, enalteceu o facto de o Presidente da República se ter deslocado à ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago dos Açores, uma das regiões do país que “mais vão sentir os fenómenos meteorológicos extremos”.

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CDS-PP diz que Marcelo foi “generalista” mas sem esconder realidade penalizadora

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2020

Os centristas consideram que o Presidente da República não ignora os problemas no setor da saúde e nas forças de segurança.

O CDS-PP considerou hoje o discurso de Ano Novo do Presidente da República “generalista”, mas sem “esconder uma realidade” que penaliza os portugueses como o “caos na saúde” ou uma “crise de autoridade” por parte do Governo.

Em Braga, a reagir pela voz do vice-presidente Nuno Melo, à mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, feita na Ilha do Corvo, nos Açores, o CDS-PP garantiu que tem sido uma oposição “alternativa, forte e eficaz” e que continuará a sê-lo quando “reencontrar a sua liderança”, lembrando que o partido vai a votos para eleger o seu presidente em janeiro.

O também eurodeputado fez questão de apontar o dedo ao Governo acusando o executivo de estar a impor a “maior carga fiscal de que há memória” e congratulou-se pelas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa em relação aos ex-combatentes.

“O discurso do senhor Presidente da República foi generalista, que se compreende tendo em conta a quadra festiva, mas que ainda assim não consegue esconder uma realidade que penaliza as famílias”, afirmou Nuno Melo.

Segundo um dos número dois de Assunção Cristas, o país vive um “caos na saúde com atrasos nas consultas ou nas cirurgias, um aumento perfeitamente absurdo das dívidas na saúde que antes deste Governo e com outro Governo vinham sendo reduzidas ano após ano”.

Nuno Melo apontou ainda o dedo ao executivo em relação à política de impostos, considerando que a atual linha impõe “a maior carga fiscal de que há memória”.

“Aqui com uma nota muito particular para uma classe média que trabalha, que se esforça, que quer vencer, mas que contas feitas, pagos todos os impostos, fica com o rendimento disponível de quase nada”, salientou.

Outros pontos negativos sobre a ação governativa são, para o CDS-PP a “crise de autoridade do Estado, que passa pelas polícias, muito mal pagas, mal tratadas, e incompreendidas, como por exemplo, pelas escolas e pelos professores”.

Do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, os centristas referiram ainda o apelo do Presidente a que haja uma oposição “alternativa e forte” ao Governo que, segundo salientou o chefe de Estado, governa sem maioria absoluta.

“O CDS foi sempre uma oposição alternativa, forte e eficaz e vive um momento muito particular na sua história, com um congresso que se realizará no mês de janeiro e para todos os que percebem que o CDS faz falta e que tem noção da importância do CDS, eu queria deixar uma palavra de esperança. Certo que estou, contados os votos, o CDS reencontrará a sua liderança, continuará esse caminho na oposição como, quando for caso disso, no exercício do poder”, garantiu.

O dirigente do CDS-PP salientou ainda as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa dirigidas aos ex-combatentes.

“Uma palavra de congratulação neste discurso em relação aos ex-combatentes, o CDS é o partido que esteve sempre ao lado do ex-combatentes e pediu sempre uma solução par aquilo que obviamente é uma falta de justiça de vida em relação aos que lutaram sem que lhes tenha sido pedido e que hoje, muitas vezes, sofrem muito”, finalizou.

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BE tenta tirar dividendos da mensagem de Marcelo para o debate do OE

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2020

Com o debate do Orçamento do Estado à porta, o Bloco de Esquerda considera "muito significativo" que o Presidente da República lembre que o PS não teve maioria absoluta.

O eurodeputado do Bloco de Esquerda (BE) José Gusmão considerou hoje “muito significativo” que o Presidente da República tenha recordado que “foi escolha dos portugueses” o PS não ter maioria absoluta, especialmente em altura de debate orçamental.

“Precisamos de saber, e precisamos de decidir, se o crescimento que foi tornado possível pela política de devolução de rendimentos, pela qual o Bloco se bateu, vai ou não ser utilizado para o investimento no desenvolvimento do país, dos seus serviços públicos, de políticas sociais que não deixem ninguém para trás, pelo emprego, pelo salário e por uma resposta determinada e eficaz ao grande combate do nosso tempo, que é o combate às alterações climáticas”, disse.

Comentando a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, na sede do partido, em Lisboa, José Gusmão atirou que é preciso “decidir se estas escolhas para o desenvolvimento económico e social do país são mais importantes do que algumas décimas de superavit para mostrar em Bruxelas”.

“E estas escolhas têm tudo a ver com as opções e com os compromissos que serão feitos em sede de debate orçamental”, considerou, vincando que “é, por isso, muito significativo que o Presidente da República, neste momento em que se debate o Orçamento do Estado para 2020, tenha recordado todos os atores envolvidos”.

Na ótica do BE, é também significativo que Marcelo Rebelo de Sousa tenha assinalado na comunicação ao país “que foi escolha dos portugueses que o Partido Socialista tivesse maioria, como foi escolha dos portugueses que o Partido Socialista não tivesse maioria absoluta“.

Segundo o eurodeputado, o Presidente da República, ao “recordar esse facto neste momento de debate orçamental, convoca naturalmente o Governo e o Partido Socialista para procurar entendimentos e convergências que procurem prosseguir estas prioridades para as quais o Bloco de Esquerda tem alertado, e em torno das quais fará propostas no debate de especialidade”.

O Presidente da República desejou hoje um 2020 “de esperança”, com um “Governo forte, concretizador e dialogante”, uma “oposição forte e alternativa” e pediu que se concentrem esforços “na saúde, na segurança, na coesão e inclusão”.

Aos jornalistas, José Gusmão afirmou que o partido acompanha “a escolha do Presidente da República, da crise social e da crise climática como aspetos centrais da sua mensagem ao país” e mostrou-se disponível “para contribuir para muitas das preocupações que foram levantadas” e que vão inclusivamente ao encontro de propostas que o partido vai “apresentar no debate orçamental durante as próximas semanas”.

“A resposta a estas duas emergências, que o BE tem identificado, e em torno das quais tem feito muita da sua proposta política exige fazer uma escolha nos debates que neste momento o país acompanha, nomeadamente o debate sobre o Orçamento do Estado”, vincou.

Questionado sobre se o BE está disponível para viabilizar o Orçamento do Estado para 2020, José Gusmão salientou que “o voto do Bloco na generalidade continua em aberto”.

“Iremos ter reunião de mesa nacional no próximo dia 04 e aí tomaremos a decisão”, apontou o dirigente.

Numa mensagem de Ano Novo, a partir da ilha do Corvo, nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, em Portugal, “esperança quer dizer Governo forte, concretizador e dialogante para corresponder à vontade popular que escolheu continuar o mesmo caminho, mas sem maioria absoluta”.

A esperança também significa “oposição forte e alternativa ao Governo”, acrescentou, na mensagem em que confessou a sua admiração pelos “corvinos e açorianos”, que vivem no meio do Atlântico.

Como já tinha dito na posse do atual Governo minoritário do PS, em outubro, em que falou dos recursos limitados do país, o Presidente pediu que se concentrem esforços em várias áreas chave: “Concentremo-nos na saúde, na segurança, na coesão e inclusão, no conhecimento e no investimento, convertendo a esperança em realidade”.

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Tranquilidade avalia o lançamento de seguros renda acessível já aprovados

  • ECO Seguros
  • 1 Janeiro 2020

A Seguradoras Unidas através da marca Tranquilidade está ainda a ponderar se lança no mercado, ou não, os seguros para o Programa de Arrendamento Acessível.

A Tranquilidade ainda se encontra a avaliar o eventual lançamento de um seguro deste tipo e para já não tem mais comentários a fazer”, foi a resposta da Seguradoras Unidas a ECOseguros depois de a ASF ter aprovado o conjunto proposto pela companhia para corresponder ao Programa de Arrendamento Acessível, lançado pelo Governo.

A ASF, entidade reguladora do setor aprovou, nos últimos dias do ano, as condições gerais para três apólices de Seguro de Arrendamento Acessível no âmbito do Programa de Arrendamento Acessível propostos pela Seguradoras Unidas, estando a companhia, agora detida pela Generali, em condições de os lançar no mercado assim o decida.

O programa de arrendamento acessível foi lançado pelo Governo, estando a Câmara de Lisboa entre as mais dinâmicas no seu desenvolvimento.

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Helvetia entra em negociações exclusivas para compra da Caser

  • ECO Seguros
  • 1 Janeiro 2020

A Helvetia passou à fase final de negociações exclusivas para a compra de uma posição maioritária na Caser Seguros.

A mutualista francesa Covéa, maior acionista individual detendo 20% da Caser, e os grupos bancários Caixabank, Bankia e Abanca –, por sua vez representando pouco mais de 35% do capital da seguradora espanhola – escolheram a Helvetia para negociar em conjunto, e em exclusivo, a venda de 56,5% que controlam na estrutura acionista da Caser Seguros, adianta a imprensa espanhola.

A opção pela Helvetia deixa para trás a outra candidata finalista (a belga Ageas) e supõe que a suíça incorpora a melhor oferta pela Caser, cujo valor global se situa no intervalo entre 1 000 e 1 200 milhões de euros.

A derradeira fase do processo deverá estender-se por mais quatro semanas. No final desta última etapa, cujo desfecho não é definitivo (a Helvetia pode desistir e a Ageas poderá ser convidada a reentrar no processo) os restantes acionistas da Caser (Ibercaja, com 13,95%; Liberbank, com 12,2% e Unicaja, com 9,99%, além dos bancos BBVA e Sabadell, com posições inferiores a 2%), terão acesso à proposta definitiva e poderão mesmo reduzir as respetivas participações, caso decidam vender.

O grupo Helvetia está presente em Espanha (ramos Vida e não-Vida, oferecendo soluções para particulares e empresas) gerindo um volume bruto de prémios em torno dos 420 milhões de euros. Em território nacional, a sua atividade é representada pela CED Portugal.

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Seguros de arte registaram perdas incalculáveis em 2019

  • ECO Seguros
  • 1 Janeiro 2020

A Hiscox listou os 12 casos mais relevantes de 2019 no seguro de obras de arte. Nas perdas, a AXA foi a mais penalizada. Mas, ao longo do ano recuperaram-se obras somando mais 120 milhões de euros.

O ano passado foi trágico para o setor de seguros de arte, em particular para o grupo AXA, pelo custo das obras de restauração da Catedral de Notre-Dame.

O trabalho divulgado pela filial espanhola do grupo Hiscox compila, numa única infografia, as obras e o património artístico que foram protagonistas em 2019, por causa de algum sinistro, como roubo, incêndio ou por inundações.

A AXA assumiu perdas ainda incalculáveis relacionadas com o incêndio que, em abril, causou o colapso de parte do icónico monumento parisiense. A companhia segurou as obras de restauração da Catedral Notre-Dame através da subsidiária AXA Art.

Muitas outras seguradoras sofreram o impacte das inundações registadas em Veneza, em novembro, por danos igualmente difíceis de calcular.

A informação inclui 12 obras de arte relevantes que, ao longo do ano, foram dadas como perdidas ou, para memória mais feliz, foram recuperadas.

Infografia: Hiscox Espanha

Entre as perdas mais significativas de 2019, a Hiscox refere ainda o assalto ao Palácio Real de Dresden, de onde foram roubados diamantes por um valor estimado de 1 000 milhões de euros. O segundo maior roubo do ano teve lugar na Arábia Saudita, com o desaparecimento do ‘Salvador Mundi’, de Leonardo da Vinci, avaliado em 409 milhões de euros. Os casos e a geografia dos roubos de obras de arte não se limitam a estes exemplos.

O lado mais feliz do ano é marcado pela recuperação de obras, somando cerca de 124 milhões de euros e a demonstrar que o trabalho para recuperar obras roubadas foi proveitoso.

Em Amesterdão, o ‘Retrato de uma dama, de Gustav Klimt (avaliado em 25 milhões de euros), estava desaparecido desde 1979; Na Itália, o ‘Busto de uma mulher’ de Picasso, roubado em 1999, avaliado em 44 milhões; no Reino Unido, ‘America’, de M. Cattelan, avaliado em 5 milhões de euros. O infográfico destaca ainda, na Alemanha, a recuperação de cinco pinturas roubadas em 1979, cujo valor excede 50 milhões de euros.

Eva Peribáñez, responsável pela área de arte e clientes particulares na Hiscox, explica que o trabalho apresentado pretende «mostrar de maneira simples algumas das mais notáveis ​​obras de arte e património artístico que se perderam ou correram perigo. Espero que este projeto nos ajude a refletir, agora que o ano termina, sobre a relevância da arte na nossa sociedade e como devemos trabalhar juntos para proteger essas peças únicas, para que elas também possam ser apreciadas pelas próximas gerações».

O infográfico mostra como «a nossa herança, de propriedade pública ou privada, infelizmente está exposta a vários riscos, independentemente de estarem localizados em grandes museus, galerias de arte ou coleções particulares».

A boa notícia, por outro lado, é que «aumenta o uso de seguro para esse tipo de peças e os criminosos continuam a enfrentar o problema de introduzir as obras roubadas no mercado depois de as furtarem, daí a recuperação de muitas delas, embora algumas vezes demore décadas a consegui-lo.», acrescenta Eva Peribáñez, citada no documento da seguradora.

A Hiscox é representada em Portugal pela Innovarisk, que subscreve e gere as apólices em nome da multinacional nos seguros de obras de arte, habitação e responsabilidade civil.

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Marcelo fixa prioridades para Portugal em 2020. “Esperança quer dizer Governo forte, concretizador e dialogante”, diz PR

O Presidente da República fez a sua mensagem de Ano Novo a partir do Corvo, nos Açores. O chefe de Estado marcou as prioridades com a saúde no topo da agenda para 2020.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta quarta-feira a necessidade de um Governo “forte, concretizador e dialogante” que dê resposta aos problemas dos portugueses e fixou prioridades claras para 2020, com a Saúde à cabeça. O Presidente da República falava a partir do Corvo, nos Açores, na mensagem de Ano Novo.

A mensagem de Ano Novo surge numa altura em que no Parlamento se vai começar a discutir o Orçamento do Estado para 2020, com o Governo e ter de procurar apoios parlamentares para conseguir ver o documento viabilizado.

Mas se Marcelo avisa o Governo que a esperança em Portugal exige respostas concretas e capacidade de diálogo, também deixa um recado para a oposição. Esperança quer dizer uma “oposição também forte”, com “capacidade dialogante quando o interesse público assim o exija”.

O chefe de Estado pede ainda uma “justiça eficaz”, umas forças armadas e umas forças de segurança que sejam reconhecidas por todos, uma comunicação social que resista à crise que atravessa e um poder local que seja “penhor” de maior coesão social.

Crescimento essencial para dar respostas aos portugueses

No entanto, o Presidente da República alerta que para que isto seja possível é preciso crescimento económico e emprego, uma preocupação climática, educação e mobilização cívica.

A necessidade de um crescimento económico que sustente estas opções surge numa altura em que o Governo prevê uma estagnação na taxa de crescimento do PIB para 2020, nos 1,9% previstos no Orçamento do Estado. O cenário avançado pelas instituições que seguem a economia portuguesa é de um abrandamento do crescimento no ano que hoje começa face a 2019.

Num artigo publicado no dia de Natal, o chefe de Estado mostrou-se dividido entre a esperança e a preocupação, assinalando a preocupação pelo “adiamento de decisões importantes para os anos mais próximos em áreas essenciais, até pela influência em termos de crescimento e emprego sustentados e significativos”, assim como, pela “concentração do debate público em pontos específicos, mais formais do que substanciais, mais conjunturais do que estruturais, à sensação difusa de que o dia-a-dia deve prevalecer sobre os horizontes de médio e longo prazo na perceção social de muitos, à situação crítica da comunicação social, acicate de instabilidade, de preferência pelo imediatismo, de potenciação do efémero em detrimento do fundamental”.

Esta preocupação com as respostas a questões mais imediatas teve esta quarta-feira uma tradução mais imediata. Marcelo Rebelo de Sousa enunciou as áreas que considera onde devem estar concentradas as prioridades. O chefe de Estado recorda que tendo em conta a escassez de recursos é preciso fazer escolhas. “A saúde, a segurança, a coesão e inclusão, o conhecimento e o investimento.”

A saúde tem sido uma das áreas que tem deixado o Governo mais sob fogo da oposição e tem concentrado mais atenção mediática. O Governo tem consciência da necessidade de reunir esforços em torno da saúde e mesmo antes da entrega do Orçamento do Estado do Estado no Parlamento anunciou um plano de melhoria na prestação de serviços de saúde – com mais verbas e mais profissionais -, complementado com o pagamento de dívidas em atraso.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que 2020 é o “começo de um novo cinclo no mundo, na Europa e em Portugal” e passou em revista os temas que mais o preocupam no mundo e na Europa, como sejam as tensões comerciais e a capacidade de resposta da União Europeia no Brexit e a necessidade de estar perto dos europeus.

(Notícia atualizada)

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Convergência com UE é objetivo para “década decisiva” com clima como desafio, diz Costa

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2020

Num artigo de opinião publicado no primeiro dia de 2020 no Jornal de Notícias, o chefe do Executivo traça desafios para a década que agora começa.

O primeiro-ministro define como “objetivo fundamental e mobilizador de toda a sociedade” manter a “trajetória de convergência” de Portugal com a União Europeia (UE) numa “década decisiva” que tem nas alterações climáticas um “desafio estratégico”.

Num artigo com o título “Uma década decisiva”, publicado hoje no Jornal de Notícias, António Costa enumera os “desafios estratégicos” do país até 2030, “ponto de não retorno para o planeta” – as “alterações climáticas, dinâmica demográfica, transição digital e desigualdades”.

No final do texto, e olhando para o passado, o chefe do Governo admite que “foi difícil” o “ajustamento [do país] ao triplo choque competitivo resultante da simultaneidade da criação do euro, do alargamento da UE a leste e da abertura dos mercados pela OMC (Organização Mundial do Comércio)”.

“Por fim, atingimos um ponto de equilíbrio entre crescimento, emprego e estabilidade macroeconómica. Esta é a base sólida sobre a qual temos de construir um futuro de ambição com mais conhecimento, maior investimento, melhor rendimento”, escreveu o primeiro-ministro, no início do mandato do seu segundo Governo minoritário, do PS.

António Costa recorda que “Portugal retomou em 2017 a convergência com a UE, interrompida desde o início do século” e defendeu ser necessário “garantir que estes três anos foram o início de uma década continuada de crescimento sustentado, assente cada vez mais na produção de bens e serviços de maior valor acrescentado”, que permita “atingir em meados da década o objetivo de as exportações valerem 50% do PIB”.

A “chave da competitividade está na inovação”, argumentou, e ela “depende da maior qualificação dos recursos humanos e da incorporação de novas tecnologias e processos de produção mais eficientes”.

“As respostas aos desafios que enfrentamos não são constrangimentos, mas oportunidades para aumentar o nosso potencial de crescimento económico, a modernização do tecido empresarial e a qualificação do emprego”, adverte.

No artigo, Costa descreve os esforços de Portugal para atingir “a neutralidade carbónica em 2050”, com a elaboração de um roteiro de medidas, e dá ainda o exemplo do encerramento de centrais de carvão ou a proposta de eliminar o uso de plástico não reutilizável.

Os outros desafios são também explicados por António Costa, nomeadamente a dinâmica demográfica, com “políticas ativas” de “gestão de migrações” e para que “devolvam às famílias a confiança de poderem ter os filhos que efetivamente desejam”.

O combate às desigualdades também passa, segundo afirma, por lançar um programa de valorização do interior do país, com uma “estratégia articulada de projetos e medidas”.

António Costa afirma-se otimista com o cumprimento dos objetivos e desafios, acrescentando que “Portugal está na linha da frente da transição energética”.

“[Portugal] reduziu as suas emissões o triplo da média da UE, nos dois últimos anos a natalidade voltou a aumentar, acompanhando a melhoria do emprego, a revolução 4.0 é a primeira grande revolução produtiva para a qual não partimos em desvantagem por falta de recursos naturais ou desajustada posição geográfica. Atingimos em 2019 o mais reduzido nível de desigualdade, desde que há registos, provando que não há inevitabilidades que resistam a boas políticas”, lê-se no artigo.

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