Metro defende que linha circular é “solução técnico-económica e ambiental mais favorável”
Depois de ter sido aprovada no Parlamento a suspensão das obras para criar uma linha circular, o Metro de Lisboa vem defender a viabilidade do projeto.
Numa altura em que a suspensão das obras da linha circular do metro de Lisboa, aprovada no Parlamento contra a vontade do Governo, saltou para o centro da discussão pública, o Metropolitano vem reiterar que essa é a “solução técnico-económica e ambiental mais favorável”.
O Metro de Lisboa salienta, em comunicado, todos os estudos já feitos para a expansão da rede desde que o plano foi aprovado em setembro de 2009, que concluíram que a prioridade é a ligação circular entre Rato e Cais do Sodré, ao invés de outras opções como o prolongamento entre São Sebastião e Campo de Ourique.
Os estudos apresentados mostram que a linha circular ligando o Rato ao Cais do Sodré representava um acréscimo de 8,9 milhões de passageiros na rede do Metro, quase 2% acima do que seria obtido com linhas independentes. Os cálculos apontam também para uma redução mais acentuada no número de pessoas que utilizam o carro.
Um novo estudo, realizado em 2019 pela empresa Optimal Investments, já atualiza estes valores, para o primeiro ano de exploração completa, para 14,9 milhões de passageiros, “tendo presente, entre outros, o crescimento do movimento de turistas em Lisboa”, sinaliza o metro.
O Metropolitano argumenta ainda que entre as vantagens deste projeto se encontra o aumento da “utilização dos transportes públicos, nos modos ferroviário e fluvial da área metropolitana de Lisboa”, a redução do número de viaturas que entram em Lisboa e a “redução dos níveis de emissões poluentes e do espaço ocupado na via pública pelo transporte individual”.
Para além disso, aponta ainda que iria “reforçar, de uma forma expressiva e na área de influência das novas estações, a oferta dos atuais e potenciais utilizadores de Transporte Coletivo que se deslocam entre Lisboa e Cascais/Oeiras, na margem Norte da AML, e entre Lisboa e Montijo/Seixal/Almada, por estes concelhos disporem de ligações diretas ao Cais do Sodré, ferroviárias e fluviais, respetivamente”.
As iniciativas aprovadas que previam a suspensão do projeto e realização de mais estudos, nomeadamente comparativos, argumentavam que a expansão da rede de Metropolitano até Loures, bem como para Alcântara e zona ocidental de Lisboa, deveriam ser mais prioritárias.
Perante a aprovação da iniciativa, o PS anunciou que iria pedir junto do Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva. Já o Governo criticou a “irresponsabilidade” da decisão, com o ministro do Ambiente a reiterar que a suspensão das obras iria levar à perda de 83 milhões de euros em fundos europeus.
No entanto, o ministro do Planeamento, Nelson Souza, garantiu que o país vai executar o Portugal 2020 a 100%, indicando que não será preciso devolver verbas a Bruxelas já que haverá capacidade para encontrar outros projetos a financiar com esses 83 milhões de euros. No entanto, o Ministério do Planeamento emitiu também uma nota a esclarecer que “o projeto da linha circular” do Metro de Lisboa não pode “ser substituído no PT2020 por qualquer outro relacionado com a rede de metropolitano da cidade ou de natureza equivalente”.
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