Nikabot. Esta robô ajuda a medir o desempenho dos trabalhadores
Desenvolvida em 2016 pela empresa de software Impossible, a plataforma interativa ajuda os gestores a acompanhar os projetos em curso e a avaliar o desempenho dos trabalhadores.
“Tínhamos a Nika, que era a nossa office manager, e convertemo-la num bot. Ela não estava nada feliz a fazer determinadas tarefas. Na verdade, nós não somos nada felizes a fazer determinadas tarefas que deviam ser feitas por máquinas. Jobs are for robots“, começa por contar à Pessoas/ECO Kwame Ferreira, fundador da Impossible, uma empresa de software que encontra soluções para empresas.
A primeira versão da Nikabot foi desenvolvida em 2016 na Impossible Labs. A designação Nikabot inspirou-se no nome Nika, a office manager da Impossible, e foi desenvolvida com o objetivo de integrar num só sistema interativo, todas as informações sobre as tarefas e projetos de cada trabalhador, substituindo assim uma tarefa que Nika fazia diariamente e consumia grande parte do seu dia de trabalho. Hoje, a Nikabot é utilizada por milhares de empresas.
“Como é que nós robotizamos ou automatizamos essas tarefas mundanas mas que, na realidade, dão à empresa e a todos nós uma visão global do que se está a passar com a nossa força laboral?”, exemplifica Kwame. Foi com esse intuito que surgiu a Nikabot — tal como o Slackbot — uma ferramenta para quem gere e quem trabalha. A Nikabot ajuda os gestores a saber, em tempo real, o que cada trabalhador está a fazer, quais os projetos que estão em curso e, além disso, consegue medir o desempenho.
“A Nikabot foi criada para começar a fazer esse time tracking e agora já é utilizada por alguns milhares de empresas com algum sucesso”, sublinha o fundador da Impossible.
"Para sermos atrativos para uma força laboral mais criativa, mais capacidade e mais habilitada, temos de criar um ambiente onde se sintam mais felizes. As máquinas fazem um muito bom trabalho em captar esses sinais, muito melhor que seres humanos.”
O serviço da Nikabot custa cerca de quatro euros e meio por utilizador, por mês, e é possível experimentar uma versão de demonstração, gratuita, da Nikabot.
Poupar tempo para valorizar recursos
“A força laboral no ambiente de trabalho está a mudar bastante. Aquele trabalho das nove às cinco não vai acabar mas vai haver cada vez mais alternativas. Para sermos atrativos para uma força laboral mais criativa, mais capacidade e mais habilitada, temos de criar um ambiente onde se sintam mais felizes. Por isso, temos de tentar perceber e gerir esse ambiente; acho que as máquinas fazem um muito bom trabalho em captar esses sinais, muito melhor que seres humanos“, defende Kwame.
A longo prazo, a Nikabot pode ajudar as empresas a poupar recursos na recolha de dados sobre as atividades dos trabalhadores, dos projetos em cursos, à escala da organização. Além disso, a Nikabot garante ainda dados mais fiáveis, fazer previsões e ter um método de trabalho mais transparente. E para tudo isto basta ter acesso à internet.
"Ao eliminarmos a pressão social que existe neste tipo de atividades, todos sentem que estão a contribuir para melhorar as operações da empresa e obviamente que isso traz resultados positivos. Introduz um grau de previsibilidade e rotina aceite por todos.”
“O modelo é simples: todos os dias a Nikabot pergunta-te proativamente no que é que trabalhaste durante o dia, de forma privada, e esta interação demora menos de 30 segundos”, conta à Pessoas Miguel Lupi, growth lead na Nikabot. “Ao alocar este tipo de tarefas a robôs, estamos a libertar as pessoas para poderem focar-se em atividades com propósito dentro da sua empresa, parte integral da nossa missão na Impossible”, acrescenta.
Desenvolver soluções com “empatia”
“Ao eliminarmos a pressão social que existe neste tipo de atividades, todos sentem que estão a contribuir para melhorar as operações da empresa e obviamente que isso traz resultados positivos. Introduz um grau de previsibilidade e rotina aceite por todos”, destaca Miguel Lupi. “O feedback mais interessante que encontramos vem da parte dos gestores que nos dizem, com um sorriso na cara, que os seus colaboradores os odeiam um pouco menos“, exemplifica.
"O feedback mais interessante que encontramos vem da parte dos gestores que nos dizem, com um sorriso na cara, que os seus colaboradores os odeiam um pouco menos.”
Para próximos projetos, a Impossible está a desenvolver um robô para a saúde mental mas que ainda não tem nome. “Podemos dizer que estamos a experimentar e a fazer várias iterações sobre modelos que permitam detetar situações de burnout no contexto de trabalho, mesmo antes de as próprias pessoas se aperceberem, e para que possam agir preventivamente para cuidar da sua saúde mental, algo que acontece de forma maioritariamente reativa nos dias de hoje”, adianta Miguel Lupi.
Para o fundador da Impossible, Kwame Ferreira, as soluções criativas devem ter por base a “empatia” e o foco do processo criativo, já não é o indivíduo mas o bem comum. “O futuro é criar uma família de bots que ajudam a um ambiente de trabalho mais produtivo e mais saudável, e onde as pessoas são mais felizes”, remata Kwame Ferreira.
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