Alunos até ao 9.º ano não voltam à escola. Aulas do terceiro período são à distância e não há exames
Depois de dois dias de consultas com especialistas e partidos, o Governo decidiu que os alunos até ao 9.º ano vão ter aulas à distância durante o 3.º período escolar.
Tal como anteriormente antecipado pelo Presidente da República, as escolas vão ficar encerradas. O Governo decidiu, que, para os alunos até ao 9.º ano, vão continuar a ser lecionadas aulas à distância durante todo o 3.º período, sendo que as provas de aferição e os exames de 9.º ano estão suspensos.
“Este terceiro período iniciar-se-á, como previsto, no próximo dia 14, mas sem atividades presenciais. No ensino básico, do 1.º ao 9.º ano, inclusive, todo o 3.º período prosseguirá com o ensino à distância”, começou por explicar esta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, à saída do Conselho de Ministros, transmitidas pelo Twitter.
Para o efeito, o Governo tem vindo a preparar um modelo de ensino à distância. Nesse sentido, o ensino à distância “será reforçado” através da transmissão diária de conteúdos pedagógicos pela RTP Memória, já a partir do dia 20 de abril. Contudo, o primeiro-ministro sublinha que esta iniciativa apenas “complementará, mas não substituirá o trabalho que os professores têm vindo a desenvolver com os seus alunos”. A ideia passa por permitir que o acesso seja “o mais universal possível”, já que o canal público tem transmissão por cabo, via satélite, mas também Televisão Digital Terrestre (TDT), assinala Costa.
Quanto à avaliação destes alunos, o primeiro-ministro adianta que “a avaliação do ensino básico será feita em cada escola pelos professores que conhecem melhor cada aluno, sem provas de aferição e sem exames do 9º ano”.
Além disso, e uma vez que os alunos do 1.º ao 9.º ano não vão regressar à escola durante este ano letivo, o Governo decidiu prolongar, até ao final do ano letivo, o pagamento do apoio aos pais que ficam com os filhos com menos de 12 anos. O custo da medida poderá rondar os mil milhões.
Costa diz que é “importante” retomar aulas no secundário. Exames foram adiados
Apesar de considerar que a suspensão de aulas presenciais é “um sacrifício que se justifica”, e de, para já, ser essa a decisão do Executivo, o chefe de Governo assinala que “é particularmente importante” que se consiga retomar as atividades letivas presenciais para os alunos do secundário, uma vez que estes vivem “anos decisivos para o acesso ao ensino superior” e a “oportunidade de recuperação futura” é menor.
Além disso, o primeiro-ministro destaca que para os alunos do ensino secundário “é tal a diversidade de disciplinas que não podemos recorrer à transmissão televisiva”. Assim, António Costa abre caminho a um eventual regresso dos alunos mais velhos às escolas, nomeadamente do 11.º e 12.º ano, mas sublinha que, “contudo, hoje ainda não é possível tomar essa decisão”, evitando comprometer-se como uma data indicativa.
Garantindo que o Governo vai continuar a acompanhar a situação para saber “quando e se” poderão retomar as aulas presenciais para estes alunos, e a confirmar-se este cenário, as aulas presenciais serão apenas “das 22 disciplinas sujeitas a exame específico para acesso ao ensino superior”, sendo que tanto professores como alunos e auxiliares terão que utilizar máscara de proteção, elencou.
O primeiro-ministro anunciou ainda que o calendário dos exames nacionais foi adiado, “decorrendo a primeira fase entre os dias 6 e 23 de julho e a segunda fase entre 1 e 7 de setembro”. “Deste modo, a atividade letiva poderá estender-se até dia 26 de junho”, referiu.
Apesar de referir que ainda faltam três meses para os exames nacionais, o Chefe de Governo diz os exames serão realizados com o devido distanciamento social, nem que estas provas decorram “fora das escolas” e tenham de ser “requisitados pavilhões”.
Ainda sobre o modelo de avaliação para o acesso ao ensino superior, António Costa disse que “os alunos só realizarão os exames de que necessitem para o ensino superior”, sendo a restante avaliação realizada internamente pelas escolas.
Todos os estabelecimentos de ensino, quer públicos, quer privados, estão encerrados desde dia 16 de março, numa tentativa de conter a propagação do novo coronavíus.
(Notícia atualizada pela última vez às 16h36)
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