Deteção de vírus nos esgotos é prioridade, diz ministro do Ambiente
O projeto de investigação da presença de vírus em águas residuais "pode ser mesmo uma forma de prevenir futuras pandemias", disse o ministro.
O ministro do Ambiente e Ação Climática deu “toda a prioridade” ao projeto de investigação da presença de vírus em águas residuais, uma forma de reduzir o impacto de pandemias como a atual de covid-19.
João Pedro Matos Fernandes, que participou num seminário do Banco Mundial (“Sanitation and Water for all”) salientou que esse é um projeto de investigação “que vai avançar muito depressa” e ao qual o Ministério “deu toda a prioridade”.
“Porque esta pode ser mesmo uma forma de prevenir futuras pandemias, pois a partir do momento em que nós detetarmos a presença deste vírus, ou de vírus parecidos com este”, nos esgotos das nossas cidades, podemos rapidamente alertar as autoridades de saúde, explicou o ministro no seminário.
Com alertas atempados, justificou, pode reduzir-se o impacto de pandemias como a atual, já que “ninguém pode garantir” que não aconteçam outras no futuro.
João Pedro Matos Fernandes explicou que o grupo Águas de Portugal, em conjunto com universidades portuguesas, “e outros centros do saber”, iniciou o projeto de deteção de vírus, como covid-19, nos esgotos que chegam às estações de tratamento de águas residuais.
No seminário o ministro disse que nas áreas tuteladas pelo Ministério do Ambiente como as águas, tratamento de esgotos e recolha de resíduos, em conjunto com empresas privadas e autarquias, até este momento as esquipas “estão intactas” e os serviços continuam a ser prestados “em condições muito próximas das ideais”.
Na terça-feira uma fonte do Ministério do Ambiente já tinha dito à agência Lusa que o grupo Águas de Portugal estava a procurar parceiros nacionais para desenvolver um “sistema de alerta” para sinalizar novas vagas de covid-19 através de análises das águas residuais.
A fonte tinha dito que a deteção do novo coronavírus nas águas residuais é uma “mais-valia nacional”. Na Holanda os cientistas, citados pela imprensa, dizem ter detetado indícios do novo coronavírus nas águas residuais na cidade de Haarlem antes mesmo dos primeiros casos se terem ali registado oficialmente. Essa análise pode ajudar perceber a propagação do vírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil. Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes e 13.956 casos de infeções confirmadas.
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